{"id":181612,"date":"2023-03-07T18:55:03","date_gmt":"2023-03-07T21:55:03","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=181612"},"modified":"2023-03-07T18:55:06","modified_gmt":"2023-03-07T21:55:06","slug":"livro-explica-elo-entre-comida-e-meio-ambiente-para-criancas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2023\/03\/07\/181612-livro-explica-elo-entre-comida-e-meio-ambiente-para-criancas.html","title":{"rendered":"Livro explica elo entre comida e meio ambiente para crian\u00e7as"},"content":{"rendered":"\n
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Rec\u00e9m-lan\u00e7ado, “O Que Vai Ter Para Comer?” aborda temas dif\u00edceis como desmatamento, desperd\u00edcio e fome \u2013 de forma l\u00fadica.<\/p>\n\n\n\n

Com o perd\u00e3o do trocadilho, o livro O Que Vai Ter Para Comer? O que voc\u00ea coloca no seu prato pode mudar o planeta<\/em> (Editora Panda Books), lan\u00e7ado nesta semana, nasceu da famosa jun\u00e7\u00e3o da fome com a vontade de comer. No caso, uma coincid\u00eancia: em 2019, sem combinar e em datas diferentes, as duas autoras visitaram e se impressionaram com a exposi\u00e7\u00e3o tempor\u00e1ria Pratodomundo, no Museu do Amanh\u00e3, no Rio de Janeiro.<\/p>\n\n\n\n

Pouco tempo depois, ambas haviam rascunhado projetos de um livro para abordar o\u00a0universo da alimenta\u00e7\u00e3o\u00a0para crian\u00e7as e adolescentes. E uma procurou a outra para comentar a ideia. Conhecidas de longa data, a chef de cozinha Ariela Doctors, diretora do Instituto Comida e Cultura, e a escritora e diretora audiovisual Ma\u00edsa Zakzuk arrega\u00e7aram as mangas e decidiram escrever a obra a quatro m\u00e3os.<\/p>\n\n\n\n

Doctors conta que a sua preocupa\u00e7\u00e3o foi mostrar para as crian\u00e7as que as escolhas do que vai no prato “t\u00eam muito a ver com todo o resto”, n\u00e3o apenas com a sa\u00fade de cada um, mas tamb\u00e9m com a sa\u00fade “do entorno, do pr\u00f3prio planeta”.<\/p>\n\n\n\n

O livro envereda por temas bastante complexos \u2014 e, no mundo contempor\u00e2neo, geralmente permeado por perspectivas futuras sombrias. S\u00e3o abordadas quest\u00f5es como\u00a0desperd\u00edcio de comida,\u00a0desmatamento,\u00a0fome no Brasil\u00a0e no\u00a0mundo\u00a0e como a\u00a0trag\u00e9dia clim\u00e1tica\u00a0tende a tornar o cen\u00e1rio ainda pior. “N\u00e3o queremos transmitir tristeza, mas sim a empolga\u00e7\u00e3o para poder agir neste momento, enquanto se \u00e9 crian\u00e7a e enquanto h\u00e1 muita coisa para fazer no planeta”, salienta Zakzuk.<\/p>\n\n\n\n

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As autoras Ariela Doctors e Ma\u00edsa Zakzuk<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

DW: O Que Vai Ter Para Comer?<\/em> aborda temas complexos, por\u00e9m necess\u00e1rios. Como foi trazer esses assuntos para crian\u00e7as?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Ariela Doctors:<\/strong> \u00c9 desafiante falar para crian\u00e7a sobre seguran\u00e7a alimentar, desperd\u00edcio, impacto das escolhas alimentares\u2026 Mas ao mesmo tempo pode ser um est\u00edmulo para que elas entendam como se d\u00e3o as conex\u00f5es no mundo, como todas as rela\u00e7\u00f5es est\u00e3o imbricadas umas \u00e0s outras e como nossas escolhas alimentares, que se d\u00e3o ao menos tr\u00eas vezes ao dia para quem pode, t\u00eam muito a ver com todo o resto, n\u00e3o s\u00f3 com a saudabilidade interna do pr\u00f3prio indiv\u00edduo mas tamb\u00e9m com a saudabilidade do entorno, do pr\u00f3prio planeta. \u00c9 um desafio mas, ao mesmo tempo, pode ser um est\u00edmulo para um mundo mais justo e mais poss\u00edvel para a humanidade.<\/p>\n\n\n\n

No atual contexto de volta do Brasil ao Mapa da Fome, torna-se mais necess\u00e1rio falar sobre esse assunto?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Ariela Doctors<\/strong>: Sim, o retorno da fome no Brasil mostra que a gente voltou no tempo. A gente precisa de uma conversa intersetorial bastante intensa para que se consiga bons resultados e entendo que quanto mais jovem o cidad\u00e3o consiga entender todas as quest\u00f5es que est\u00e3o ligadas ao alimento e \u00e0 pr\u00f3pria fome, mais f\u00e1cil a gente vai poder ter uma transforma\u00e7\u00e3o real na sociedade. Criar bons h\u00e1bitos \u00e9 muito mais f\u00e1cil do que transformar h\u00e1bitos, ent\u00e3o, principalmente na alimenta\u00e7\u00e3o, acho que isso \u00e9 muito s\u00e9rio. E para fazer com que essas gera\u00e7\u00f5es tenham mais consci\u00eancia das escolhas alimentares a gente precisa fazer com que elas tenham o entendimento, desde a primeira inf\u00e2ncia, sobre a import\u00e2ncia e os impactos das nossas escolhas. \u00c9 preciso fazer a liga\u00e7\u00e3o do cotidiano com a natureza. Foi o rompimento da humanidade com a natureza que provocou esse lugar de distopia, e a gente precisa reconectar.<\/p>\n\n\n\n

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Autoras tiveram a ideia do projeto do livro ap\u00f3s visitarem a exposi\u00e7\u00e3o Pratodomundo, no Museu do Amanh\u00e3, no Rio<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ma\u00edsa Zakzuk:<\/strong> A gente trata muito a quest\u00e3o “do que vamos ter para comer”. Que a produ\u00e7\u00e3o precisa aumentar\u2026 Mas a que pre\u00e7o? Quais os impactos que isso pode ter para a popula\u00e7\u00e3o como um todo? A fome est\u00e1 dentro desse contexto todo, porque mesmo a gente tendo uma grande produ\u00e7\u00e3o, temos o problema das pessoas passando fome, um problema social e ambiental. [\u2026] A gente traz muitos outros conceitos a partir do tema que \u00e9 a fome: o desperd\u00edcio, a desnutri\u00e7\u00e3o, a m\u00e1 nutri\u00e7\u00e3o, e por a\u00ed vai.<\/p>\n\n\n\n

S\u00e3o temas intrinsecamente tristes\u2026 Como abord\u00e1-los de forma leve para o universo infantil, sem perder a seriedade?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Ma\u00edsa Zakzuk:<\/strong>: Tentamos passar a ideia de “olha, quanta coisa voc\u00ea tem para escolher” e “como a gente ainda pode fazer isso”. O livro n\u00e3o \u00e9 sobre como o planeta est\u00e1 devastado ou “isto est\u00e1 na sua m\u00e3o”, para n\u00e3o ter o efeito contr\u00e1rio. A crian\u00e7a tem de ficar, depois da leitura, apaixonada pelo tema, encantada em poder transformar aquilo que ela tem na m\u00e3o, ainda mais em um pa\u00eds diverso como o nosso. N\u00e3o \u00e9 uma senten\u00e7a de morte ao planeta. Estamos dizendo que est\u00e1 acontecendo isto aqui, mas a mudan\u00e7a “come\u00e7a por voc\u00ea” e estamos todos interligados ao mundo. Isso \u00e9 importante porque talvez a crian\u00e7a n\u00e3o saiba que se ela jogar uma coisa no lixo haver\u00e1 um impacto na natureza, que aquilo que ela coloca no prato pode ter impacto no desmatamento. N\u00e3o queremos transmitir tristeza, mas sim a empolga\u00e7\u00e3o para poder agir neste momento, enquanto se \u00e9 crian\u00e7a e enquanto h\u00e1 muita coisa para fazer no planeta.<\/p>\n\n\n\n

Ariela Doctors<\/strong>: Falar para crian\u00e7as que estamos em um momento terr\u00edvel da humanidade, no qual, se n\u00e3o nos conscientizarmos e dermos v\u00e1rios passos atr\u00e1s podemos fazer com que a humanidade suma do planeta \u00e9 um tema muito pesado. Tem de se tomar muito cuidado com a maneira como isso \u00e9 colocado, porque n\u00e3o adianta a gente falar que est\u00e1 tudo muito ruim e agora a responsabilidade \u00e9 delas por uma coisa que elas nem fizeram. Isso poderia deixar as crian\u00e7as com fobia. [Optamos por] primeiro fazer com que elas se mantenham apaixonadas pela natureza, porque a crian\u00e7a nasce naturalmente encantada como mundo natural, isso faz parte de qualquer animal, isso de se encantar pelo mundo. A crian\u00e7a precisa continuar encantada com a natureza para depois entender qual \u00e9 a luta que a espera no mundo adulto.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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