{"id":18194,"date":"2005-02-27T00:00:00","date_gmt":"2005-02-27T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2005-02-27T00:00:00","modified_gmt":"2005-02-27T00:00:00","slug":"floresta-amazonica-fica-14-menor","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2005\/02\/27\/18194-floresta-amazonica-fica-14-menor.html","title":{"rendered":"Floresta amaz\u00f4nica fica 14% menor"},"content":{"rendered":"
O Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaz\u00f4nia, uma institui\u00e7\u00e3o de pesquisa sem fins lucrativos e voltada para a promo\u00e7\u00e3o do desenvolvimento sustent\u00e1vel, vai divulgar nos pr\u00f3ximos dias uma nova vers\u00e3o do estudo Fatos Florestais da Amaz\u00f4nia, apontado como um dos mais completos sobre a explora\u00e7\u00e3o da madeira na regi\u00e3o. <\/p>\n
Ele cont\u00e9m not\u00edcias ruins, algumas at\u00e9 assustadoras, e not\u00edcias boas. Tamb\u00e9m confirma que o pa\u00eds est\u00e1 atolado num imbr\u00f3glio monumental nesse setor. Para se ter uma id\u00e9ia, o mesmo Estado brasileiro que numa ponta da Amaz\u00f4nia cria reservas e mobiliza tropas para proteger a floresta tropical, em outra d\u00e1 incentivos para derrub\u00e1-la.<\/p>\n
O estudo do Imazon deve mostrar que 14% da floresta amaz\u00f4nica veio abaixo nos \u00faltimos 30 anos \u2013 o que d\u00e1 a m\u00e9dia de 0,5% ao ano. Na Amaz\u00f4nia Legal, com 5 milh\u00f5es de quil\u00f4metros quadrados, quase 60% do territ\u00f3rio brasileiro, isso representa muito. “\u00c9 um estado de Alagoas inteiro devastado por ano”, diz o ec\u00f3logo Adalberto Ver\u00edssimo, do Imazon.<\/p>\n
Nem tudo que \u00e9 devastado \u00e9 aproveitado como madeira. Mesmo assim, de acordo com estimativas da organiza\u00e7\u00e3o, confirmadas pelo Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, cerca de 28 milh\u00f5es de metros c\u00fabicos de madeira deixaram a Amaz\u00f4nia no ano passado. Se o transporte dessa carga fosse feito apenas em caminh\u00f5es de carroceria comum, com capacidade para 17 metros c\u00fabicos, seriam necess\u00e1rias 4.500 viagens por dia durante o ano inteiro, incluindo s\u00e1bados e domingos.<\/p>\n
Pelo menos metade da madeira \u2013 14 milh\u00f5es de metros c\u00fabicos \u2013 vem de derrubadas feitas \u00e0 margem da lei. “O desmatamento ilegal j\u00e1 est\u00e1 chegando a 55% do total”, alerta o diretor de florestas do Ibama, Antonio Carlos Hummel.<\/p>\n
Legais ou ilegais, as toras que saem da floresta tropical est\u00e3o empurrando as engrenagens de uma ind\u00fastria cada vez mais pr\u00f3spera. O caso do Par\u00e1, que responde sozinho por 40% da produ\u00e7\u00e3o madeireira da Amaz\u00f4nia, \u00e9 exemplar. A madeira e os produtos obtidos a partir dela j\u00e1 figuram em segundo lugar na lista dos produtos exportados pelo estado. Perde apenas para os fabulosos neg\u00f3cios com min\u00e9rios.<\/p>\n
Os efeitos s\u00e3o vis\u00edveis tamb\u00e9m na balan\u00e7a comercial do pa\u00eds. As exporta\u00e7\u00f5es de madeira s\u00f3lida e dos produtos dela origin\u00e1rios somaram US$ 3,8 bilh\u00f5es em 2004 \u2013 uma varia\u00e7\u00e3o de 44,4% em rela\u00e7\u00e3o aos US$ 2,6 bilh\u00f5es de 2003. Isso se deve em grande parte \u00e0 Amaz\u00f4nia, de onde prov\u00e9m 80% da madeira nativa extra\u00edda no pa\u00eds, excluindo lenha e carv\u00e3o.<\/p>\n
Empregos –<\/b> Estima-se que nos nove estados amaz\u00f4nicos a atividade madeireira movimenta quase 2.600 empresas e emprega 350 mil pessoas. “As serrarias constituem um dos neg\u00f3cios mais rent\u00e1veis da regi\u00e3o, com uma taxa de retorno em torno de 60% \u2013 quase quatro vezes maior que a da pecu\u00e1ria”, diz Ver\u00edssimo.<\/p>\n
O neg\u00f3cio \u00e9 t\u00e3o bom que a Cikel Brasil Verde, empresa que lidera as exporta\u00e7\u00f5es no Par\u00e1, trabalhando apenas com madeira certificada pelo Ibama, deixou de lado a atividade pecu\u00e1ria. E \u00e9 aqui que come\u00e7a a parte das boas not\u00edcias. Ou das boas possibilidades.<\/p>\n
Cresce a cada ano a quantidade de empres\u00e1rios interessados em trabalhar dentro dos princ\u00edpios do desenvolvimento sustentado \u2013 que pressup\u00f5e a explora\u00e7\u00e3o da madeira de forma controlada, sem a degrada\u00e7\u00e3o ambiental. Em 1997 quando o governo p\u00f4s \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o o chamado selo verde, foram certificados 80 mil hectares de florestas na Amaz\u00f4nia. Hoje s\u00e3o 1,8 milh\u00e3o de hectares \u2013 o que coloca o pa\u00eds em 5.\u00ba lugar no ranking dos pa\u00edses tropicais com \u00e1reas certificadas de acordo com padr\u00f5es internacionais.<\/p>\n
\u00c9 pouco, quase nada, na vastid\u00e3o amaz\u00f4nica, mas segundo especialistas de organiza\u00e7\u00f5es n\u00e3o-governamentais e do governo, indica um caminho para conter a devasta\u00e7\u00e3o. Atualmente quase 80% da \u00e1rea devastada na Amaz\u00f4nia \u00e9 ocupada com a pecu\u00e1ria, estimulada pelo governo.<\/p>\n
Pastagem –<\/b> Ao chegar \u00e0 regi\u00e3o, os donos da terra oferecem a madeira que encontram \u00e0s serrarias. Com isso formam seu primeiro capital e muitas vezes tamb\u00e9m ganham a primeira estrada para sua propriedade: estima-se que os madeireiros j\u00e1 abriram 3 mil quil\u00f4metros de estradas para tirar da mata a mat\u00e9ria-prima de seu neg\u00f3cio.<\/p>\n
Depois disso, ateia-se fogo na \u00e1rea e forma-se o pasto. Para os ecologistas, seria melhor se o governo parasse de dar incentivos para o avan\u00e7o da fronteira agr\u00edcola e estimulasse a explora\u00e7\u00e3o das florestas por meio do manejo sustent\u00e1vel. “Estamos desperdi\u00e7ando recursos de maneira absurda”, acusa Paulo Ad\u00e1rio, do Greenpeace. (Gazeta do Povo\/PR)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Desmatamento ilegal representa 55% do total das matas derrubadas na Amaz\u00f4nia, mostra estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaz\u00f4nia. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18194"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=18194"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18194\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=18194"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=18194"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=18194"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}