O peixe da esp\u00e9cie Osteoglossum bicirrhosum<\/i> (aruan\u00e3 branco) \u00e9 a causa do que o gerente-executivo do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov\u00e1veis no Amazonas, Henrique Pereira dos Santos, chamou de um “incidente diplom\u00e1tico” entre os governos brasileiro e colombiano.<\/p>\n
“Os peixes capturados na Col\u00f4mbia precisam transitar por \u00e1guas fluviais brasileiras para chegar ao aeroporto exportador de Let\u00edcia, na fronteira com o Amazonas. O aruan\u00e3 branco \u00e9 apreciado pelos criadores de peixe ornamental e atinge um bom pre\u00e7o principalmente no Jap\u00e3o, onde tem um significado simb\u00f3lico. Mas no Brasil a esp\u00e9cie \u00e9 considerada comercial e, por isso, o transporte dos alevinos \u00e9 proibido”, explicou Henrique Santos. <\/p>\n
“No ano passado, o governo colombiano fez uma consulta ao governo brasileiro, entendendo que esse tr\u00e2nsito estaria liberado, em vista dos tratados de com\u00e9rcio de fronteira. Mas o parecer da Procuradoria Geral do Ibama reafirmou a proibi\u00e7\u00e3o.”<\/p>\n
Esse impasse ser\u00e1 um dos temas do semin\u00e1rio Aspectos Socioecon\u00f4micos e de Manejo Sustent\u00e1vel do Com\u00e9rcio Internacional de Peixes Ornamentais no Norte da Am\u00e9rica do Sul, que reunir\u00e1 em Bogot\u00e1, nos dias 24 a 26, representantes do setor governamental, cient\u00edfico e empresarial do Brasil, Col\u00f4mbia, Venezuela, Guiana e Peru. <\/p>\n
O evento \u00e9 promovido pela organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o-governamental WWF e pela OTCA – Organiza\u00e7\u00e3o do Tratado de Coopera\u00e7\u00e3o Amaz\u00f4nica. “N\u00f3s vamos confrontar as legisla\u00e7\u00f5es ambientais de diversos pa\u00edses e esperamos trazer os demais pa\u00edses para uma pol\u00edtica mais protecionista, menos permissiva na quest\u00e3o da explora\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies como peixes ornamentais”, afirmou Santos, que participar\u00e1 do encontro. <\/p>\n
Ele explicou que as esp\u00e9cies classificadas como peixes ornamentais s\u00e3o os \u00fanicos animais que podem ser exportados vivos no Brasil. O aruan\u00e3 est\u00e1 fora da lista, entretanto, porque \u00e9 uma esp\u00e9cie presente nos h\u00e1bitos alimentares dos ribeirinhos. “A press\u00e3o sobre o aruan\u00e3 branco tem crescido tanto que, no pr\u00f3ximo defeso, pela primeira vez, ele estar\u00e1 inclu\u00eddo. Sua pesca ser\u00e1 proibida entre 1\u00ba de setembro e 15 de novembro”, contou Santos. <\/p>\n
A\u00ed come\u00e7am as complica\u00e7\u00f5es: na Col\u00f4mbia o aruan\u00e3 branco pode ser exportado como peixe ornamental e seu defeso tem data diferente (de 1\u00ba de novembro a 15 de mar\u00e7o). Al\u00e9m disso, quem tem espa\u00e7o no mercado internacional \u00e9 o aruan\u00e3 filhote, n\u00e3o o peixe adulto – e o Brasil estabelece um tamanho m\u00ednimo para captura e comercializa\u00e7\u00e3o de peixes ornamentais. “Outro complicador \u00e9 que o aruan\u00e3 \u00e9 uma esp\u00e9cie que cresce com cuidado parental. Ent\u00e3o, para capturar os alevinos, \u00e9 preciso matar os seus pais”, completou ele. <\/p>\n
Entre maio de 2002 e junho de 2004, uma portaria publicada pela ger\u00eancia executiva do Ibama no Amazonas liberou em car\u00e1ter experimental a exporta\u00e7\u00e3o do aruan\u00e3 como esp\u00e9cie ornamental, com uma cota anual de 300 mil aruan\u00e3s brancos e 100 mil aruan\u00e3s pretos. <\/p>\n
“O resultado dessa experi\u00eancia precisa ainda ser melhor analisado, mas a tend\u00eancia \u00e9 que a proibi\u00e7\u00e3o continue. Principalmente porque temos uma solu\u00e7\u00e3o excelente do ponto vista ambiental e tecnol\u00f3gico, que \u00e9 a reprodu\u00e7\u00e3o em cativeiro. \u00c9 uma psicultura artesanal, que j\u00e1 ocorre na regi\u00e3o do Alto Solim\u00f5es. Nesse caso a legisla\u00e7\u00e3o brasileira permite a comercializa\u00e7\u00e3o e a exporta\u00e7\u00e3o desses animais”, justificou Henrique. (Tha\u00eds Brianezi\/ Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Segundo o gerente-executivo do Ibama no Amazonas, Henrique Pereira dos Santos, o peixe da esp\u00e9cie Osteoglossum bicirrhosum<\/i> (aruan\u00e3 branco) \u00e9 a causa de um “incidente diplom\u00e1tico”, j\u00e1 que peixes capturados na Col\u00f4mbia precisam transitar por \u00e1guas fluviais brasileiras para chegar ao aeroporto exportador de Let\u00edcia, na fronteira com o Amazonas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[70],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20527"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=20527"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/20527\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=20527"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=20527"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=20527"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}