{"id":21987,"date":"2005-11-30T00:00:00","date_gmt":"2005-11-30T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2005-11-30T00:00:00","modified_gmt":"2005-11-30T00:00:00","slug":"governo-pretende-retomar-pesquisas-para-novas-reservas-de-carvao-mineral","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2005\/11\/30\/21987-governo-pretende-retomar-pesquisas-para-novas-reservas-de-carvao-mineral.html","title":{"rendered":"Governo pretende retomar pesquisas para novas reservas de carv\u00e3o mineral"},"content":{"rendered":"
O secret\u00e1rio de Planejamento Energ\u00e9tico do Minist\u00e9rio de Minas e Energia, M\u00e1rcio Zimmermann, anunciou durante o “1\u00ba F\u00f3rum Internacional do Carv\u00e3o Mineral – Energia Segura com Responsabilidade Ambiental”, no Rio Grande do Sul, que o governo federal pretende retomar a realiza\u00e7\u00e3o de pesquisas a fim de identificar novas reservas de carv\u00e3o no Brasil. A iniciativa seria feita nos moldes do que acontece hoje com os invent\u00e1rios de bacias hidrogr\u00e1ficas.<\/p>\n
Segundo Zimmermann, estudos preliminares apontam para a exist\u00eancia de reservas no Par\u00e1 e no Maranh\u00e3o. Na vis\u00e3o do secret\u00e1rio, o aumento da oferta necess\u00e1ria para o pa\u00eds, entre os anos de 2010 e 2015, \u00e9 da ordem de 6 mil MW, equivalente \u00e0 metade da hidrel\u00e9trica de Itaipu. “O carv\u00e3o certamente ganhar\u00e1 seu espa\u00e7o na matriz energ\u00e9tica brasileira n\u00e3o s\u00f3 por desejo nosso, mas tamb\u00e9m por necessidade”, garantiu.<\/p>\n
Na avalia\u00e7\u00e3o do secret\u00e1rio de Energia, Minas e Comunica\u00e7\u00f5es do Rio Grande do Sul, Valdir Andres, a iniciativa pode significar o embri\u00e3o de uma pol\u00edtica efetiva de uso do carv\u00e3o na matriz energ\u00e9tica. Enquanto atualmente o carv\u00e3o responde por cerca de 1,5% da matriz, a cria\u00e7\u00e3o de uma pol\u00edtica carbon\u00edfera pode al\u00e7ar a presen\u00e7a do insumo a um patamar de 5%, inicialmente, o que corresponde a aproximadamente 4 mil MW.<\/p>\n
“S\u00f3 os quatro projetos que est\u00e3o localizados no Rio Grande do Sul implicar\u00e3o num investimento de at\u00e9 US$ 2,5 bilh\u00f5es”, contou. As plantas em quest\u00e3o, que somam 1,8 mil MW, s\u00e3o as usinas Seival, Candiota III, CTSul e Jacu\u00ed. Estas, mais a termel\u00e9trica Usipec, em Santa Catarina, est\u00e3o habilitadas para participar do leil\u00e3o de energia nova, marcado no dia 16 de dezembro – no caso de Jacu\u00ed, a habilita\u00e7\u00e3o \u00e9 condicionada, mas com grandes chances de obter a definitiva na Empresa de Pesquisa Energ\u00e9tica.<\/p>\n
Segundo o secret\u00e1rio, as usinas a carv\u00e3o ter\u00e3o pre\u00e7o altamente competitivo na licita\u00e7\u00e3o. Andres afirmou que o estado est\u00e1 \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do MME para colaborar com quaisquer a\u00e7\u00f5es que venham a incentivar o uso da fonte no pa\u00eds. O secret\u00e1rio afirmou tamb\u00e9m que torce para existirem novas reservas de carv\u00e3o em outras regi\u00f5es do pa\u00eds, o que pode ajudar na institui\u00e7\u00e3o da cultura do insumo existente hoje apenas no Sul do pa\u00eds. O estado responde por 89% das reservas conhecidas nacionais, equivalente a 32 bilh\u00f5es de toneladas. “Se fossem gerados 15 mil MW, ter\u00edamos reservas de carv\u00e3o por 100 anos”, observou.<\/p>\n
Dentro da agenda em prol do carv\u00e3o, Andres pretende encontrar-se com o secret\u00e1rio de Energia, Ind\u00fastria Naval e Petr\u00f3leo do Rio de Janeiro, Wagner Victer, a fim de agradecer todas as declara\u00e7\u00f5es de apoio do dirigente fluminense \u00e0 ado\u00e7\u00e3o do carv\u00e3o como fonte de gera\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de tra\u00e7ar a\u00e7\u00f5es conjuntas pela implanta\u00e7\u00e3o do modelo carbon\u00edfero.<\/p>\n
J\u00e1 o secret\u00e1rio-executivo do Sindicato da Ind\u00fastria da Extra\u00e7\u00e3o de Carv\u00e3o do Estado de Santa Catarina, Fernando Luiz Zancan, destacou que o leil\u00e3o de energia nova abriu uma janela de oportunidade para a fonte. Para ele, a retomada nas pesquisas por novas reservas ajudar\u00e3o a conhecer o potencial existente no Brasil. Zancan destacou que os estudos de novas reservas foram suspenas em 1982 e os programas de pesquisa e desenvolvimento, para novas tecnologias, deixaram de ser fomentadas por volta de 1984.<\/p>\n
Para o secret\u00e1rio do Siecesc, a retomada dos investimentos em P&D auxiliar\u00e1 na ado\u00e7\u00e3o de uma matriz menos poluente. Zancan exp\u00f4s dados apresentados no F\u00f3rum, que apontam para a movimenta\u00e7\u00e3o de 1,4 trilh\u00e3o de euros, at\u00e9 2030, no investimento de usinas novas e no retrofit (moderniza\u00e7\u00e3o) de plantas existentes. Ainda de acordo com ele, nos Estados Unidos, os programas de P&D movimentar\u00e3o US$ 2 bilh\u00f5es em 10 anos, com foco no desenvolvimento tecnol\u00f3gico para redu\u00e7\u00e3o de part\u00edculas poluentes.<\/p>\n
Zancan observa ainda que o pa\u00eds tem demanda para implementar at\u00e9 500 MW\/ano de projetos novos, com a regulamenta\u00e7\u00e3o de artigos previstos na lei 10.438\/2002. Zancan disse esperar que a proposta de an\u00e1lise da pol\u00edtica para o carv\u00e3o seja feita em uma reuni\u00e3o do Conselho Nacional de Pol\u00edtica Energ\u00e9tica prevista para acontecer at\u00e9 janeiro, conforme prometido pelo ministro Silas Rondeau.<\/p>\n
Na vis\u00e3o do secret\u00e1rio, o carv\u00e3o pode ser uma alternativa ao g\u00e1s natural, sujeito \u00e0s situa\u00e7\u00f5es institucionais da Bol\u00edvia e \u00e0 varia\u00e7\u00e3o excessiva de pre\u00e7os. Nos EUA, segundo ele, o pre\u00e7o do g\u00e1s, hoje, \u00e9 de US$ 11 por milh\u00e3o de BTU, tendo chegado a US$ 14 por milh\u00e3o de BTU, na ocorr\u00eancia dos furac\u00f5es Katrina e Rita.<\/p>\n
Fonte: Clima.org.br \/ Canal Energia<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"