{"id":23366,"date":"2006-02-27T00:00:00","date_gmt":"2006-02-27T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2006-02-27T00:00:00","modified_gmt":"2006-02-27T00:00:00","slug":"a-vida-depois-de-kyoto","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2006\/02\/27\/23366-a-vida-depois-de-kyoto.html","title":{"rendered":"A vida depois de Kyoto"},"content":{"rendered":"

Antes mesmo da implementa\u00e7\u00e3o do primeiro per\u00edodo do Protocolo de Kyoto, j\u00e1 iniciaram as conversas para combater as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas no primeiro per\u00edodo do acordo, nos pr\u00f3ximos seis anos.<\/p>\n

E n\u00e3o \u00e9 cedo demais para isso. Perguntas suficientes j\u00e1 foram levantadas para questionar a continua\u00e7\u00e3o de Kyoto da forma com est\u00e1 em vigor atualmente assim que passar esse primeiro per\u00edodo, que vai de 2008 a 2012.<\/p>\n

O protocolo, assinado em Kyoto, no Jap\u00e3o, em dezembro de 1997, \u00e9 um acordo para que os pa\u00edses industrializados reduzam, no primeiro per\u00edodo, as emiss\u00f5es dos chamados gases causadores do efeito estufa (GEE) em pelo menos 5,2%, em rela\u00e7\u00e3o aos n\u00edveis de 1990.<\/p>\n

Os gases do efeito estufa, principalmente di\u00f3xido de carbono e metano, s\u00e3o provenientes da queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis como g\u00e1s, carv\u00e3o e \u00f3leo. Acredita-se que esses gases s\u00e3o respons\u00e1veis pelo aquecimento anormal do planeta e, consequentemente pelas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n

O Protocolo de Kyoto une a participa\u00e7\u00e3o de pa\u00edses industrializados, listados no Anexo I do acordo. Eles devem cortar as emiss\u00f5es sob o princ\u00edpio de que produzem a maior quantidade de emiss\u00f5es por meio das ind\u00fastrias e do setor de transporte, e, portanto, devem aceitar a responsabilidade de reverter o problema.<\/p>\n

Mas o maior poluente, os Estados Unidos, permanece \u00e0s margens do Protocolo de Kyoto. O acordo tamb\u00e9m n\u00e3o imp\u00f5e metas de redu\u00e7\u00e3o a pa\u00edses que est\u00e3o se industrializando rapidamente como China, \u00cdndia, Brasil e M\u00e9xico.
\nO primeiro ministro brit\u00e2nico, Tony Blair, disse que, na c\u00fapula do G8 (grupos dos oito pa\u00edses mais industrializados: EUA, Canad\u00e1, Fran\u00e7a, Alemanha, Gr\u00e3-Bretanha, It\u00e1lia, R\u00fassia e Jap\u00e3o), realizada em julho do ano passado, um acordo como Kyoto representa pouco se n\u00e3o contar com o comprometimento de exce\u00e7\u00f5es significantes para no controle das emiss\u00f5es.<\/p>\n

Isso levou a uma forte diferen\u00e7a entre os pa\u00edses do G8 (menos EUA), de um lado, e os em desenvolvimento de outro. O novo di\u00e1logo anunciado em Londres na \u00faltima semana procura conciliar essas diferen\u00e7as ap\u00f3s 2012.<\/p>\n

O novo di\u00e1logo de tr\u00eas anos foi anunciado pela COM+: a Alian\u00e7a de Comunicadores para Desenvolvimento Sustent\u00e1vel e a Organiza\u00e7\u00e3o Global de Legisladores para um Ambiente Equilibrado (Globe) \u2013 uma rede de legisladores ao redor do mundo.<\/p>\n

A COM+ \u00e9 uma associa\u00e7\u00e3o de organiza\u00e7\u00f5es internacionais e comunicadores profissionais de diversos setores comprometidos em usar a comunica\u00e7\u00e3o para promover o desenvolvimento sustent\u00e1vel. Entre os membros da alian\u00e7a est\u00e3o a BBC World, o Banco Mundial, IUNC, Reuters e Press Service.<\/p>\n

Esse di\u00e1logo vai reunir tanto legisladores dos pa\u00edses do G8 quanto da \u00cdndia, China, Brasil, M\u00e9xico, \u00c1frica do Sul, Espanha e Austr\u00e1lia, al\u00e9m de l\u00edderes de negocia\u00e7\u00f5es internacionais e da sociedade civil \u201cpara gerar um entendimento dos cen\u00e1rios al\u00e9m-Kyoto e discutir um acordo de mudan\u00e7as clim\u00e1ticas para 2012\u201d.<\/p>\n

Os EUA foi o mais dif\u00edcil de se colocar a bordo, mas v\u00e1rios legisladores americanos se entusiasmaram para entrar nesse novo processo. \u201cHouve um interesse consider\u00e1vel dos EUA e um n\u00famero de legisladores do pa\u00eds ir\u00e1 se juntar a n\u00f3s em um evento em Washington DC\u201d, comentou o parlamentar brit\u00e2nico Joan Ruddock. “A iniciativa assegurou o financiamento do governo e de organismos internacionais como o Branco Mundial”, disse.<\/p>\n

A declara\u00e7\u00e3o deixa claro que a iniciativa vai procurar pressionar os EUA e os principais pa\u00edses em desenvolvimento a entrarem em um novo acordo. A redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es pelos pa\u00edses signat\u00e1rios ser\u00e1 pouco proveitosa se as emiss\u00f5es dos grandes desenvolvidos \u201capagar esses ganhos\u201d \u2013 comentou Margaret Beckett, secret\u00e1ria de estado brit\u00e2nica para o meio-ambiente, alimento e quest\u00f5es rurais.<\/p>\n

O mundo industrializado reconhece as necessidades de pa\u00edses em desenvolvimento e tamb\u00e9m o princ\u00edpio de responsabilidades comuns mas diferenciadas estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto. Mas um caminho ainda tem de ser criado para \u201cminimizar o impacto do crescimento das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas\u201d, ela diz.<\/p>\n

O novo di\u00e1logo \u00e9 necess\u00e1rio porque \u201cnos pr\u00f3ximos 20 a 30 anos, as emiss\u00f5es proveniente de pa\u00edses em desenvolvimento exceder\u00e1 as dos pa\u00edses desenvolvidos\u201d \u2013 disse o vice-presidente do Banco Mundial, Ian Johnson.<\/p>\n

Algumas das op\u00e7\u00f5es a serem consideradas incluem transfer\u00eancia de tecnologia e fazem uso de uma nova gera\u00e7\u00e3o de estoque de energia, conta Johnson. O Branco Mundial j\u00e1 ap\u00f3ia financiamentos de projetos de energias renov\u00e1veis, mas o desafio adiante \u00e9 encontrar caminhos para aumentar a escala \u2013 completou.<\/p>\n

Blair, que era observado por muitos grupos ambientalistas por ter comprado os argumentos dos EUA contra o Protocolo de Kyoto, estava cauteloso em receber a nova iniciativa. O primeiro ministro manteve os compromissos com Kyoto, mas deixou claro que n\u00e3o apoiaria um acordo do mesmo estilo depois de 2012.<\/p>\n

Blair reconhece que os pa\u00edses do G8 devem continuar a ter um papel de lideran\u00e7a nos esfor\u00e7os para limitar as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. \u201cNossas economias e sociedades s\u00e3o largamente respons\u00e1veis pelo acr\u00e9scimo dos gases do efeito estufa\u201d, diz. \u201cN\u00f3s precisamos agir urgentemente para reduzir os danos que estamos provocando. N\u00f3s tamb\u00e9m temos o poder econ\u00f4mico e a capacidade de pesquisa e desenvolvimento para fazer surgir solu\u00e7\u00f5es tecnol\u00f3gicas requeridas para fazer as mudan\u00e7as necess\u00e1rias sem prejudicar a prosperidade\u201d.<\/p>\n

Mas, disse ele, uma \u201csolu\u00e7\u00e3o efetiva e sustent\u00e1vel tamb\u00e9m precisa de envolvimento de todos os grandes usu\u00e1rios mundiais de energia\u201d. Enquanto pa\u00edses como China e \u00cdndia t\u00eam o direito de se desenvolver, \u201co desafio \u00e9 ajud\u00e1-los a aprender com a nossa experi\u00eancia. Assim, eles crescer\u00e3o de forma sustent\u00e1vel e minimizar\u00e3o o impacto em nosso planeta\u201d.<\/p>\n

Blair diz que a boa not\u00edcia \u00e9 que as novas tecnologias est\u00e3o rapidamente se tornando dispon\u00edveis, \u201cseja por energias renov\u00e1veis, tecnologias limpas de combust\u00edvel f\u00f3ssil, ve\u00edculos h\u00edbridos ou efici\u00eancia energ\u00e9tica, que capacitam o desenvolvimento econ\u00f4mico sem barrar o aumento de emiss\u00f5es ao longo prazo\u201d. <\/p>\n

Os temores s\u00e3o de que os custos dessa tecnologia aumentem o pre\u00e7o de se fabricar energia nos pa\u00edses em desenvolvimento. Os governos do G8 fornecem pouco do financiamento necess\u00e1rio at\u00e9 agora para essa transfer\u00eancia de tecnologia. (Sabrina Domingos\/ CarbonoBrasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Antes mesmo da implementa\u00e7\u00e3o do primeiro per\u00edodo do Protocolo de Kyoto, j\u00e1 iniciaram as conversas para combater as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas no primeiro per\u00edodo do acordo, nos pr\u00f3ximos seis anos. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[14],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/23366"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=23366"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/23366\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=23366"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=23366"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=23366"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}