Um estudo recente mostra que a agricultura mecanizada se tornou uma nova forma de desmatamento da Amaz\u00f4nia. <\/p>\n
O problema surgiu, em grande parte, a partir da expans\u00e3o da agricultura na regi\u00e3o. A atividade cresceu mais de 36 mil quil\u00f4metros quadrados, uma \u00e1rea pouco maior que a B\u00e9lgica, em apenas tr\u00eas anos, de 2001 a 2004. <\/p>\n
No Mato Grosso, a agricultura mecanizada foi respons\u00e1vel pela derrubada de 5,4 mil quil\u00f4metros quadrados, quase o tamanho da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.<\/p>\n
As informa\u00e7\u00f5es s\u00e3o do cientista Douglas Morton, da Universidade de Maryland, um dos autores da pesquisa “A Expans\u00e3o de Planta\u00e7\u00f5es Modifica a Din\u00e2mica da Amaz\u00f4nia Brasileira”. O estudo deve ser publicado nesta ter\u00e7a-feira (12) na revista da Academia Nacional de Ci\u00eancias dos Estados Unidos, acess\u00edvel pelo site: (www.pnas.org<\/a>).<\/p>\n De acordo com a pesquisa, o aumento e a rapidez da transforma\u00e7\u00e3o da floresta amaz\u00f4nica em planta\u00e7\u00f5es definem um novo modelo de perda da mata local, \u201co que refuta o argumento de que a intensifica\u00e7\u00e3o da agricultura n\u00e3o conduz a mais devasta\u00e7\u00f5es\u201d.<\/p>\n Duas quest\u00f5es chamam a aten\u00e7\u00e3o no levantamento. A primeira \u00e9 o tempo de convers\u00e3o de \u00e1reas desmatadas em planta\u00e7\u00f5es, aproximadamente um ano. \u201cMais de 90% das clareiras foram utilizadas para agricultura no primeiro ano\u201d.<\/p>\n A segunda \u00e9 o desmatamento, que ocorreu junto com o aumento do pre\u00e7o da soja no mercado internacional. O pre\u00e7o do produto atingiu pico em 2004, mesmo ano em que o desflorestamento no Amazonas chegou ao maior \u00edndice, 23%.<\/p>\n \u201cIsso demonstra que h\u00e1 uma forte correla\u00e7\u00e3o entre o pre\u00e7o da soja e o uso da terra. E evidencia o efeito do mercado na porcentagem de \u00e1reas transformadas diretamente em agricultura mecanizada\u201d, afirma Morton.<\/p>\n Segundo o pesquisador Yosio Shimabukuro, do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que tamb\u00e9m participou do estudo, o aumento do pre\u00e7o da soja pode n\u00e3o estar relacionado desmatamento. \u201cSe f\u00f4ssemos analisar a influ\u00eancia do pre\u00e7o no desmatamento, outras vari\u00e1veis, como concess\u00e3o de cr\u00e9dito e exporta\u00e7\u00f5es, teriam que ter sido analisadas\u201d, ponderou.<\/p>\n A pesquisa aponta ainda que, dentro da Amaz\u00f4nia Legal, o estado de Mato Grosso foi respons\u00e1vel por 87% de novas planta\u00e7\u00f5es e 40% do desmatamento total da regi\u00e3o. A m\u00e9dia de \u00e1reas da floresta amaz\u00f4nica usada para a agricultura no Mato Grosso foi maior que o dobro das desmatadas para a pecu\u00e1ria.<\/p>\n Morton explicou que o uso das \u00e1reas para agricultura mecanizada pode agravar o efeito estufa. \u201cPois, na perspectiva das mudan\u00e7as no clima, o carbono da floresta \u00e9 liberado mais r\u00e1pido na prepara\u00e7\u00e3o da terra para agricultura mecanizada do que para pasto\u201d.<\/p>\n O estudo investigou \u00e1reas com mais de 25 hectares, por meio de pesquisas em campo, an\u00e1lises de mapas do desmatamento e dados de sat\u00e9lite. Participaram cientistas do Inpe, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e das universidades de Maryland e New Hampshire, nos Estados Unidos. (Isabela Vieira\/ Radiobr\u00e1s)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O problema surgiu, em grande parte, a partir da expans\u00e3o da agricultura na regi\u00e3o. A atividade cresceu mais de 36 mil quil\u00f4metros quadrados, uma \u00e1rea pouco maior que a B\u00e9lgica, em apenas tr\u00eas anos, de 2001 a 2004. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[54],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26781"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=26781"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26781\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=26781"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=26781"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=26781"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}