Depois de serem expulsos de uma \u00e1rea que ocupavam desde o in\u00edcio do s\u00e9culo passado, os \u00edndios Krah\u00f4-Kanela puderam comemorar a vit\u00f3ria de uma luta iniciada h\u00e1 30 anos. Foi publicado na sexta-feira (8), no Di\u00e1rio Oficial da Uni\u00e3o, o decreto de desapropria\u00e7\u00e3o de 7.153 hectares de duas fazendas no munic\u00edpio de Lagoa da Confus\u00e3o, em Tocantins.<\/p>\n
O decreto, assinado pelo presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva, autoriza a Funai – Funda\u00e7\u00e3o Nacional do \u00cdndio a promover a desapropria\u00e7\u00e3o dos im\u00f3veis, que ser\u00e3o pagos com R$ 8 milh\u00f5es vindos do Incra – Instituto Nacional de Coloniza\u00e7\u00e3o e Reforma Agr\u00e1ria.<\/p>\n
O cacique Mariano Ribeiro Krah\u00f4-Kanela anunciou no s\u00e1bado (9) que as primeiras casas da nova aldeia j\u00e1 come\u00e7am a ser erguidas. \u201c\u00c9 uma alegria muito grande, poder voltar ao local em que nossos av\u00f3s viviam\u201d, comemorou. At\u00e9 agora, eles estavam morando em uma casa, erguida sobre um antigo lix\u00e3o, na cidade de Gurupi (TO).<\/p>\n
Segundo o cacique, os Krah\u00f4-Kanela tiveram que fugir, por volta de 1910, do munic\u00edpio de Barra do Corda, no Maranh\u00e3o, para n\u00e3o serem mortos pelos fazendeiros, que j\u00e1 naquela \u00e9poca invadiam e ocupavam as terras ind\u00edgenas. \u201cOs brancos matavam muita gente e a nossa fam\u00edlia (tribo) precisou fugir para n\u00e3o morrer\u201d, recordou.<\/p>\n
O l\u00edder ind\u00edgena s\u00f3 lamenta que, ao longo dos anos, a comunidade original, de 300 pessoas, foi se desfazendo, s\u00f3 restando hoje 86 que permaneceram juntas.<\/p>\n
\u201cOs outros foram se espalhando pelas periferias das cidades e se misturando aos brancos. Mas se eles quiserem retornar, ser\u00e3o bem-vindos, desde que sigam os nossos rituais e modo de vida\u201d, disse o cacique.<\/p>\n
No dia pr\u00f3ximo dia 27 ser\u00e1 feita uma festa na nova aldeia, que dever\u00e1 contar com as presen\u00e7as de representantes do Cimi – Conselho Indigenista Mission\u00e1rio, da Funai, do Incra e do vice-presidente da Comiss\u00e3o de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim (PT-RS), que intermediou a negocia\u00e7\u00e3o com o governo. (Vladimir Platonow\/ Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"