{"id":28479,"date":"2006-12-19T00:00:00","date_gmt":"2006-12-19T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2006-12-19T00:00:00","modified_gmt":"2006-12-19T00:00:00","slug":"construcao-de-hidreletricas-no-rio-madeira-pode-ser-adiada","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2006\/12\/19\/28479-construcao-de-hidreletricas-no-rio-madeira-pode-ser-adiada.html","title":{"rendered":"Constru\u00e7\u00e3o de hidrel\u00e9tricas no Rio Madeira pode ser adiada"},"content":{"rendered":"
As constru\u00e7\u00f5es das hidrel\u00e9tricas de Santo Ant\u00f4nio e de Jirau, ambas no rio Madeira, poder\u00e3o sofrer mais atrasos devido a uma decis\u00e3o tomada nesta segunda-feira (18) pelo governo brasileiro, sob press\u00e3o da Bol\u00edvia. Foi reativado um conv\u00eanio firmado entre os dois pa\u00edses em 1990, sobre o aproveitamento racional dos recursos h\u00eddricos nas \u00e1reas de fronteira. Com isso, as quest\u00f5es ambientais envolvendo essas obras ter\u00e3o de ser discutidas pelos os dois pa\u00edses. Juntas, as duas hidrel\u00e9tricas s\u00e3o capazes de gerar mais de 6.000 megawatts. Sua entrada em opera\u00e7\u00e3o \u00e9 considerada essencial para evitar a escassez de energia el\u00e9trica no Pa\u00eds a partir de 2010. <\/p>\n
Fontes diplom\u00e1ticas v\u00eaem no epis\u00f3dio p\u00f3lvora suficiente uma crise semelhante \u00e0 guerra das “papeleiras” – o conflito que se arrasta h\u00e1 quase dois anos entre a Argentina e o Uruguai e diz respeito \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o de recursos h\u00eddricos do rio Uruguai por uma ind\u00fastria de celulose de origem finlandesa. <\/p>\n
A reativa\u00e7\u00e3o do conv\u00eanio, com a retomada de um grupo de trabalho bilateral para tratar das implica\u00e7\u00f5es ambientais das hidrel\u00e9tricas do Complexo do Rio Madeira, foi decidida durante a conversa do ministro de Rela\u00e7\u00f5es Exteriores da Bol\u00edvia, David Choquehuanca, com o seu colega brasileiro Celso Amorim, em Bras\u00edlia. Essa foi a sa\u00edda diplom\u00e1tica encontrada pelo Itamaraty para lidar com uma quest\u00e3o que, depois do conflito bilateral provocado pela nacionaliza\u00e7\u00e3o dos setores de g\u00e1s e de petr\u00f3leo pelo governo Evo Morales, \u00e9 vista como o imbr\u00f3glio da vez entre Brasil e Bol\u00edvia. <\/p>\n
Concess\u00e3o com limites – <\/strong>No seu encontro com o ministro de Hidrocarbonetos da Bol\u00edvia, Carlos Villegas, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, deixou claro que a “concess\u00e3o” brasileira ter\u00e1 limites. Fontes que estiveram presentes relataram que Rondeau prometeu a Villegas que o governo brasileiro estar\u00e1 aberto a apresentar todas as informa\u00e7\u00f5es sobre os impactos ambientais dos dois projetos. Mas n\u00e3o colocar\u00e1 em discuss\u00e3o com a Bol\u00edvia a execu\u00e7\u00e3o e instala\u00e7\u00e3o de ambas as usinas. Ao lado de Choquehuanca, Amorim disparou o mesmo recado, em linguagem diplom\u00e1tica. <\/p>\n “Concordamos em discutir o tema profundamente, com pleno respeito \u00e0 soberania nacional do Brasil e da Bol\u00edvia”, afirmou o chanceler. A quest\u00e3o foi a prioridade de Choquehuanca nas conversas que assentaram as bases para uma visita oficial de Morales ao Brasil em fevereiro pr\u00f3ximo. <\/p>\n A usina de Santo Antonio conta com capacidade de gera\u00e7\u00e3o de 3.150 megawatts. A de Jirau dever\u00e1 gerar um pouco mais, 3.300 megawatts. O Fobomale – F\u00f3rum Boliviano sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, formado por movimentos populares que est\u00e3o na base do atual governo, pressiona a equipe de Morales a tomar atitudes contra esses investimentos brasileiros. A entidade alega que as usinas reduzir\u00e3o a velocidade das \u00e1guas do rio Madeira, fator que elevar\u00e1 os n\u00edveis dos seus afluentes, do lado da Bol\u00edvia, com preju\u00edzos para a agricultura e dissemina\u00e7\u00e3o da dengue e da mal\u00e1ria na regi\u00e3o. <\/p>\n Os estudos feitos por Furnas e pela Odebrecht, que s\u00e3o respons\u00e1veis pelo projeto, n\u00e3o apontam impactos ambientais para a Bol\u00edvia. Mas, do lado brasileiro, os projetos tamb\u00e9m causam pol\u00eamica, mesmo com os esfor\u00e7os do governo Luiz In\u00e1cio Lula da Silva para lev\u00e1-los a cabo. A licen\u00e7a pr\u00e9via para ambas as usinas deveria ter sido emitida pelo Ibama em novembro passado. Mas, na ocasi\u00e3o, o instituto deixou claro que n\u00e3o as concederia antes de janeiro ou fevereiro, por conta do adiamento de audi\u00eancias p\u00fablicas necess\u00e1rias para a conclus\u00e3o do relat\u00f3rio de impacto ambiental pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico de Rond\u00f4nia. (Denise Chrispim Marin\/ Estad\u00e3o Online)<\/font><\/font><\/font><\/font><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"