{"id":28497,"date":"2006-12-20T00:00:00","date_gmt":"2006-12-20T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2006-12-20T00:00:00","modified_gmt":"2006-12-20T00:00:00","slug":"artigo-cientifico-relata-projeto-para-controle-do-caramujo-africano","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2006\/12\/20\/28497-artigo-cientifico-relata-projeto-para-controle-do-caramujo-africano.html","title":{"rendered":"Artigo cient\u00edfico relata projeto para controle do caramujo africano"},"content":{"rendered":"
<\/p>\n O caramujo-gigante africano (Achatina fulica<\/em>) \u00e9 a esp\u00e9cie ex\u00f3tica invasora que mais causa danos ao meio ambiente e \u00e0 agricultura no Brasil. As t\u00e9cnicas de controle desta praga s\u00e3o relativamente triviais, mas s\u00f3 t\u00eam efic\u00e1cia se contarem com campanhas articuladas pelo poder p\u00fablico e participa\u00e7\u00e3o ativa das comunidades locais. <\/p>\n Este \u00e9 o foco principal do artigo R\u00e1pida dispers\u00e3o de um molusco na Am\u00e9rica do Sul: o caramujo-gigante africano no Brasil, no qual um grupo de pesquisadores fez um relato in\u00e9dito sobre o projeto de controle da esp\u00e9cie em \u00e1reas urbanas e Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o, realizado entre 2002 e 2004 pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov\u00e1veis e da Fiocruz – Funda\u00e7\u00e3o Oswaldo Cruz. <\/p>\n Um dos autores, o analista ambiental do N\u00facleo de Fauna do Ibama\/RS, F\u00e1bio Andr\u00e9 Faraco, afirma que o artigo ser\u00e1 publicado em janeiro de 2007 na revista cient\u00edfica norte-americana Biological Invasions. <\/p>\n O projeto do Ibama consiste em oficinas de capacita\u00e7\u00e3o e de educa\u00e7\u00e3o ambiental com a finalidade de instrumentalizar o governo municipal e popula\u00e7\u00e3o para o combate \u00e0 praga. \u201cNosso trabalho enfoca o projeto piloto no Estado do Rio de Janeiro, desde os primeiros focos registrados, baseando-se em modelos que mostram como foi r\u00e1pida a dispers\u00e3o. Narramos a tentativa de controle feita na unidade de conserva\u00e7\u00e3o de Po\u00e7o das Antas e, do lado urbano, nas cidades do entorno: Silva Jardim e Casimiro de Abreu\u201d, disse ele \u00e0 Ag\u00eancia FAPESP. <\/p>\n Segundo o analista, o procedimento b\u00e1sico para combate ao caramujo consiste em recolher os esp\u00e9cimes – com prote\u00e7\u00e3o de luvas ou sacos pl\u00e1sticos, para evitar o contato direto – e deposit\u00e1-lo nos recipientes disponibilizados pelas prefeituras. <\/p>\n O poder p\u00fablico ent\u00e3o se encarrega de levar os animais para um aterro sanit\u00e1rio, onde s\u00e3o esmagados e enterrados sob uma camada de cal. \u201cPor isso \u00e9 necess\u00e1rio envolvimento direto das prefeituras e da popula\u00e7\u00e3o. A comunidade precisa saber que esse caramujo \u00e9 um problema\u201d, disse Faraco. <\/p>\n O projeto do Ibama come\u00e7ou com um piloto no Rio Grande do Norte, em 2004. Depois foram feitas oficinas em 11 munic\u00edpios de S\u00e3o Paulo, tr\u00eas no Rio de Janeiro, uma em Manaus (AM) e duas no Mato Grosso. \u201cEssa foi a primeira rodada. Algumas prefeituras continuaram o programa, outras pararam. O importante \u00e9 que introduzimos um modelo que pode ser replicado\u201d, declarou. <\/p>\n Os artigo foi escrito por Faraco em conjunto com os pesquisadores Silvana Thiengo e M\u00f4nica Fernandes (Fiocruz), Norma Salgado (Museu Nacional) e Robert Cowie (Universidade da Fl\u00f3rida\/ EUA). <\/p>\n Amea\u00e7a \u00e0 biodiversidade<\/strong> – O pesquisador explica que a esp\u00e9cie foi trazida para o Brasil no fim da d\u00e9cada de 1980. Anunciado como uma op\u00e7\u00e3o para produtores que quisessem faturar alto com uma alternativa ao escargot, o animal n\u00e3o apenas se mostrou in\u00fatil para o consumo, mas se transformou num grave problema. <\/p>\n \u201cOcorre que quem consome o escargot quer um produto de luxo. N\u00e3o havia mercado consumidor para um produto pirata de proced\u00eancia duvidosa e sem certifica\u00e7\u00e3o de qualquer esp\u00e9cie. A maioria dos produtores v\u00edtimas do engodo simplesmente jogou os caramujos fora. A natureza se encarregou de dissemin\u00e1-los\u201d, contou Faraco. <\/p>\n O poder de reprodu\u00e7\u00e3o do caramujo-gigante \u00e9 impressionante. Eles colocam de 500 a mil ovos por vez e em cinco meses est\u00e3o prontos para a reprodu\u00e7\u00e3o, que ainda \u00e9 facilitada pelo fato de serem hermafroditas. Os moluscos vivem por sete anos. \u201cSe voc\u00ea colocar dois deles num quintal, em alguns meses ter\u00e1 milhares e milhares\u201d, afirmou o analista. <\/p>\n Para tornar a situa\u00e7\u00e3o ainda mais grave, o animal \u00e9 extremamente resistente, sobrevivendo em diferentes temperaturas. Alimenta-se de todo tipo de vegetais, causando incalcul\u00e1vel preju\u00edzo \u00e0 agricultura. E desequilibra os ecossistemas ao competir por alimento e servir de repasto para algumas esp\u00e9cies, que acabam consumindo excesso de prote\u00edna. \u201cO caramujo-gigante \u00e9 o primeiro da lista em mat\u00e9ria de problemas com esp\u00e9cies invasoras em todo o mundo\u201d, disse Faraco. <\/p>\n Segundo o Minist\u00e9rio do Meio Ambiente, as 136 esp\u00e9cies ex\u00f3ticas invasoras no Brasil representam a segunda maior causa de perda de biodiversidade do mundo inteiro. A Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, divulgou que essas esp\u00e9cies causam preju\u00edzos de R$ 1,4 trilh\u00e3o. (F\u00e1bio de Castro\/ Ag\u00eancia Fapesp)<\/p>\n <\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Segundo o artigo, que relata experi\u00eancias de projeto do Ibama e Fiocruz, as t\u00e9cnicas de controle desta praga s\u00f3 t\u00eam efic\u00e1cia se contarem com campanhas articuladas pelo poder p\u00fablico e participa\u00e7\u00e3o ativa das comunidades locais. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[100],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28497"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=28497"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28497\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=28497"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=28497"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=28497"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}