{"id":28687,"date":"2006-12-30T00:00:00","date_gmt":"2006-12-30T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2006-12-30T00:00:00","modified_gmt":"2006-12-30T00:00:00","slug":"brasil-esquentou-quase-1oc-em-50-anos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2006\/12\/30\/28687-brasil-esquentou-quase-1oc-em-50-anos.html","title":{"rendered":"Brasil esquentou quase 1\u00baC em 50 anos"},"content":{"rendered":"
As temperaturas m\u00e9dias no Brasil cresceram 0,7\u00baC nos \u00faltimos 50 anos, e podem subir mais de 6\u00baC em algumas regi\u00f5es da Amaz\u00f4nia no fim deste s\u00e9culo. As conclus\u00f5es s\u00e3o de pesquisadores do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que desenvolveram um novo modelo para tentar descobrir como o aquecimento global afetar\u00e1 o pa\u00eds.<\/p>\n
Os primeiros resultados ser\u00e3o apresentados em fevereiro ao Minist\u00e9rio do Meio Ambiente. Apesar das incertezas, os pesquisadores do Inpe, liderados por Jos\u00e9 Marengo, afirmam que a previs\u00e3o \u00e9 que no per\u00edodo de 2071 a 2100 a maior parte do pa\u00eds esteja mais seca e mais quente do que hoje.<\/p>\n
O quadro \u00e9 especialmente grave para a Amaz\u00f4nia: mesmo cen\u00e1rio mais otimista, as m\u00e9dias na regi\u00e3o devem ficar mais de 3\u00baC mais altas no per\u00edodo 2071-2100. Nesse quadro, com maiores temperaturas e menor precipita\u00e7\u00e3o, \u00e9 grande o risco de que parte da floresta se converta em cerrado.<\/p>\n
Com base em observa\u00e7\u00f5es coletadas em esta\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas, o grupo do Inpe tamb\u00e9m p\u00f4de estimar o aumento m\u00e9dio de temperatura no pa\u00eds nos \u00faltimos 50 anos. O Brasil esquentou um pouco mais nesse per\u00edodo (0,7\u00baC) que o planeta inteiro esquentou em um s\u00e9culo (0,6\u00baC). “As temperaturas m\u00ednimas subiram aproximadamente 1\u00baC, e as m\u00e1ximas, cerca de 0,5\u00baC”, disse o climatologista Carlos Nobre, do Inpe.<\/p>\n
“Por\u00e9m, um fator que nos atrapalha demais neste tipo de an\u00e1lise observacional \u00e9 a falta de series hist\u00f3ricas clim\u00e1ticas longas para o pa\u00eds.”<\/p>\n
J\u00e1 com a modelagem h\u00e1 bem menos problemas. O modelo regional do Inpe (que s\u00f3 abrange a Am\u00e9rica do Sul) tem uma resolu\u00e7\u00e3o bem melhor do que a dos modelos clim\u00e1ticos globais usados pelo IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7a Clim\u00e1tica em suas previs\u00f5es sobre o clima no futuro.<\/p>\n
Modelos clim\u00e1ticos s\u00e3o programas de computador que simulam as condi\u00e7\u00f5es futuras da Terra ap\u00f3s serem alimentados com informa\u00e7\u00f5es como temperatura, nuvens, aeross\u00f3is na atmosfera e oceanos. Para fazer seus c\u00e1lculos, eles dividem o mundo em v\u00e1rias c\u00e9lulas. Como o clima \u00e9 algo complexo, eles diferem muito entre si no resultado de suas simula\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
Os modelos globais usados pelo IPCC usam c\u00e9lulas de 200 km por 200 km – ou seja, processos que acontecem numa escala menor n\u00e3o aparecem. E isso \u00e9 uma fonte de incerteza.<\/p>\n
O modelo regional do Inpe usa c\u00e9lulas de at\u00e9 40 km. “Nessa escala d\u00e1 para para detectar circula\u00e7\u00f5es atmosf\u00e9ricas que tem a ver com a topografia (por exemplo, brisas mar\u00edtimas devidas ao contraste oceano-continente). Isso \u00e9 importante para estudos sobre os impactos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas em setores com agricultura e energia e em sistemas naturais e modificados”, disse Nobre.<\/p>\n
Tamb\u00e9m foi poss\u00edvel resolver uma quest\u00e3o que atormentava os cientistas: o aquecimento global faz aumentar ou diminuir as chuvas no Nordeste? At\u00e9 agora os modelos davam resultados divergentes. O novo modelo crava a m\u00e1 not\u00edcia: a regi\u00e3o deve ficar ainda mais seca.<\/p>\n
Nobre faz um alerta, no entanto: para chegar a seus resultados, o grupo do Inpe precisou unir seu modelo a um modelo global – afinal, o clima \u00e9 global e n\u00e3o regional. O escolhido foi o do Hadley Centre, no Reino Unido, que tende a calcular um mundo mais seco.<\/p>\n
“Isso condiciona a observa\u00e7\u00e3o”, diz o cientista. Na pr\u00f3xima fase de seu estudo, o grupo do Inpe deve tirar a teima usando tr\u00eas modelos globais em vez de um \u00fanico. (Claudio Angelo\/ Folha Online)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Segundo conclus\u00f5es de pesquisadores do Inpe, as temperaturas m\u00e9dias no Brasil cresceram 0,7\u00baC nos \u00faltimos 50 anos, e podem subir mais de 6\u00baC em algumas regi\u00f5es da Amaz\u00f4nia no fim deste s\u00e9culo. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[46],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28687"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=28687"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/28687\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=28687"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=28687"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=28687"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}