A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reuniu-se, na sexta-feira (26), com o presidente do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econ\u00f4mico e Social, Demian Fiocca, na sede da institui\u00e7\u00e3o, no Rio de Janeiro, para discutir a cria\u00e7\u00e3o de duas linhas de cr\u00e9dito que financiem atividades nos distritos florestais sustent\u00e1veis e concess\u00f5es de manejo florestal.<\/p>\n
Tradicionalmente, o BNDES financia as cadeias produtivas de celulose e siderurgia que t\u00eam interface com o setor florestal. A novidade \u00e9 a inser\u00e7\u00e3o do banco no apoio direto \u00e0s atividades florestais sustent\u00e1veis. Os investimentos ser\u00e3o destinados para empreendimentos que envolvam reflorestamento, recupera\u00e7\u00e3o de \u00e1reas degradadas, manejo florestal sustent\u00e1vel e concess\u00f5es em \u00e1reas de florestas p\u00fablicas – dentro da Lei de Gest\u00e3o Florestal.<\/p>\n
Caso aprovada, ser\u00e1 a maior linha de cr\u00e9dito espec\u00edfica para o setor da hist\u00f3ria do pa\u00eds. “A id\u00e9ia \u00e9 redirecionar o que n\u00e3o est\u00e1 sendo bem feito, em vez de apenas impedir”, afirma o diretor do Servi\u00e7o Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, que tamb\u00e9m participou da reuni\u00e3o.<\/p>\n
Caraj\u00e1s<\/strong> – Uma das propostas importantes a ser discutida no encontro \u00e9 uma linha de financiamento para iniciativas dentro do futuro Distrito Florestal Sustent\u00e1vel do P\u00f3lo do Caraj\u00e1s, que ser\u00e1 criado ainda no primeiro semestre deste ano, estendendo-se por uma \u00e1rea de 28 milh\u00f5es de hectares nos Estados do Par\u00e1, Maranh\u00e3o e Tocantins.<\/p>\n A regi\u00e3o do distrito \u00e9 marcada por um grave passivo ambiental. Ali, localiza-se o P\u00f3lo Sider\u00fargico do Caraj\u00e1s, que consome, por ano, 14 milh\u00f5es de m3 de lenha para carv\u00e3o vegetal, boa parte oriunda de desmatamento. Em 2005, o Ibama multou oito sider\u00fargicas locais em R$ 500 milh\u00f5es. Outra quest\u00e3o a ser equacionada \u00e9 a sustentabilidade dos assentamentos que se espalham por mais de 3 milh\u00f5es de hectaresdo distrito.<\/p>\n “O desafio \u00e9 implementar a\u00e7\u00f5es para a conserva\u00e7\u00e3o dos remanescentes florestais e promover o reflorestamento das \u00e1reas desmatadas, de forma que sejam produzidos, sustentavelmente, o carv\u00e3o e a madeira de que as empresas necessitam”, afirma Azevedo.<\/p>\n A proposta prev\u00ea a\u00e7\u00f5es para reflorestar 1 milh\u00e3o de hectare dentro do distrito, sendo 60% de esp\u00e9cies nativas e com forte participa\u00e7\u00e3o de pequenos produtores. O financiamento do banco serviria para que grandes empresas consumidoras de produtos florestais comprassem, antecipadamente, a produ\u00e7\u00e3o do pequeno produtor, por meio de pagamentos mensais, durante o per\u00edodo de crescimento da floresta (que varia de sete a 15 anos) explica o diretor do Servi\u00e7o Florestal Brasileiro. Isso garantiria renda para esses pequenos produtores e evitaria mais destrui\u00e7\u00e3o florestal, conclui. Segundo estudos do \u00f3rg\u00e3o, um produtor que cultive cinco hectares de floresta pode garantir uma renda mensal de R$ 300.<\/p>\n Na vis\u00e3o do presidente do BNDES, que gostou do projeto, seria poss\u00edvel repetir, no caso do financiamento para manejo florestal a experi\u00eancia do setor de energia, no qual o banco anuncia, antes do leil\u00e3o de uma concess\u00e3o, as condi\u00e7\u00f5es para o financiamento, o que estimula empreendimentos de manejo sustent\u00e1vel e oferece mais transpar\u00eancia \u00e0s a\u00e7\u00f5es, para que todos os que v\u00e3o disputar a concess\u00e3o tenham conhecimento igual de quais s\u00e3o os par\u00e2metros financeiros do banco.<\/p>\n Desenvolvimento e preserva\u00e7\u00e3o Distritos Florestais Sustent\u00e1veis s\u00e3o complexos geoecon\u00f4micos e sociais onde s\u00e3o implantadas pol\u00edticas p\u00fablicas que estimulem o desenvolvimento integrado, combinado \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o dos recursos naturais. Bem administrados, garantem gera\u00e7\u00e3o de emprego e renda, sem devastar a floresta.<\/p>\n Trata-se de uma \u00f3tima oportunidade para o desenvolvimento regional em \u00e1reas carentes de investimento, incentivando a perman\u00eancia das fam\u00edlias, al\u00e9m de inibir a ocupa\u00e7\u00e3o itinerante prejudicial ao meio ambiente e \u00e0 qualidade de vida.<\/p>\n O Governo Federal criou, em 2006, o Distrito Florestal Sustent\u00e1vel da BR-163, regi\u00e3o do oeste do Par\u00e1. Seu potencial de renda bruta anual \u00e9 de R$ 1 bilh\u00e3o, podendo empregar cerca de 100 mil trabalhadores. Para 2007, a meta \u00e9 criar outros dois distritos florestais sustent\u00e1veis tamb\u00e9m na regi\u00e3o amaz\u00f4nica.<\/p>\n Setor Florestal<\/strong> – O Setor florestal comp\u00f5e cerca de 4% do PIB e 7% das exporta\u00e7\u00f5es brasileiras, gerando 6 milh\u00f5es de empregos. Somando as \u00e1reas de florestas plantadas com as \u00e1reas de florestas naturais sobre manejo, encontraremos menos de 15 milh\u00f5es de hectares (cerca de 2% do territ\u00f3rio e menos de 5% da \u00e1rea florestal do Brasil).<\/p>\n Para efeito de compara\u00e7\u00e3o, as exporta\u00e7\u00f5es de produtos florestais s\u00e3o equivalentes as de produtos derivados da pecu\u00e1ria que ocupam, no entanto, cerca de 200 milh\u00f5es de hectares do pa\u00eds (mais de 20% do territ\u00f3rio nacional). (Luiz da Motta\/ Ibama)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Os investimentos ser\u00e3o destinados para empreendimentos que envolvam reflorestamento, recupera\u00e7\u00e3o de \u00e1reas degradadas, manejo florestal sustent\u00e1vel e concess\u00f5es em \u00e1reas de florestas p\u00fablicas – dentro da Lei de Gest\u00e3o Florestal. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[73],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/29218"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=29218"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/29218\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=29218"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=29218"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=29218"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}