A empresa Vale do Rio Doce, umas das maiores mineradoras do mundo, assinou nesta ter\u00e7a-feira (27), em Bras\u00edlia, um acordo com a Comigasp – Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros de Serra Pelada cedendo cerca de 100 hectares na Regi\u00e3o de Serra Pelada, no Sudeste do Par\u00e1. <\/p>\n
No auge da explora\u00e7\u00e3o do ouro em Serra Pelada, nos anos 80, cerca de 100 mil homens trabalhavam no lugar. Pelos planos do Minist\u00e9rio de Minas e Energia, por\u00e9m, o acordo n\u00e3o deve trazer a volta da \u201ccorrida do ouro\u201d. A id\u00e9ia \u00e9 que, caso considerado vi\u00e1vel em termos ambientais e econ\u00f4micos, o garimpo seja mecanizado. <\/p>\n
\u201cO acordo n\u00e3o visa reativar o garimpo. O que vai ocorrer na regi\u00e3o \u00e9 a regulariza\u00e7\u00e3o para uma minera\u00e7\u00e3o industrial\u201d, explica o secret\u00e1rio de Geologia, Minera\u00e7\u00e3o e Transforma\u00e7\u00e3o do minist\u00e9rio, Cl\u00e1udio Scliar. \u201cPor isso, os garimpeiros n\u00e3o devem ter a impress\u00e3o de que as atividades se iniciaram novamente na regi\u00e3o.\u201d<\/p>\n
Pelo acordo iniciado nesta ter\u00e7a-feira, as terras ser\u00e3o transferidas para a Uni\u00e3o, sob a supervis\u00e3o do DNPM – Departamento Nacional de Produ\u00e7\u00e3o Mineral, ligado ao minist\u00e9rio. Ainda esta semana, deve ser assinado um outro documento, oficializando o repasse da \u00e1rea para a cooperativa. Fazem parte da Comigasp 45 mil garimpeiros, dos cerca de 70 mil que vivem em toda a regi\u00e3o da Serra Pelada. <\/p>\n
A princ\u00edpio, a cooperativa ter\u00e1 apenas uma autoriza\u00e7\u00e3o para pesquisar a \u00e1rea. Depois de uma avalia\u00e7\u00e3o sobre a rentabilidade do garimpo e os fatores ambientais \u00e9 que a Comigasp poder\u00e1 obter uma concess\u00e3o de lavra, ou seja, autoriza\u00e7\u00e3o para extrair o ouro, fornecida pelo Minist\u00e9rio de Minas e Energia. <\/p>\n
\u201cDepois de 20 anos, n\u00f3s temos uma regulariza\u00e7\u00e3o daquele direito de minerar\u201d, diz Scliar. \u201cA cooperativa, enquanto uma entidade jur\u00eddica, comandada pela sua assembl\u00e9ia e diretoria poder\u00e1 a partir dali ver formas de como aproveitar, iniciada a pesquisa, o aproveitamento do ouro ali naquela regi\u00e3o.\u201d<\/p>\n
Desde 1992, a minera\u00e7\u00e3o na \u00e1rea est\u00e1 suspensa. Existem estimativas geol\u00f3gicas que, nos 100 hectares que ser\u00e3o cedidos, existem cerca de 20 toneladas de ouro ainda n\u00e3o exploradas. O min\u00e9rio, segundo os levantamentos dispon\u00edveis, s\u00f3 poder\u00e1 ser extra\u00eddo por m\u00e9todos industriais, pois o ouro n\u00e3o est\u00e1 mais pr\u00f3ximo da superf\u00edcie do solo. <\/p>\n
De acordo com o gerente de Direitos Miner\u00e1rios da Vale do Rio Doce, Fernando Greco, a empresa tomou a decis\u00e3o de ceder a \u00e1rea para manter uma boa rela\u00e7\u00e3o com os garimpeiros da regi\u00e3o. Com o acordo, eles ter\u00e3o direito a todo o min\u00e9rio extra\u00eddo nos 100 hectares da Serra Pelada, mas ter\u00e3o que repassar o calc\u00e1rio extra\u00eddo da regi\u00e3o. O material \u00e9 utilizado no processo de fabrica\u00e7\u00e3o do ferro-gusa, produzido pela Vale na regi\u00e3o. (Manoela Alc\u00e2ntara\/ Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"