{"id":30856,"date":"2007-04-30T00:00:00","date_gmt":"2007-04-30T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2007-04-30T00:00:00","modified_gmt":"2007-04-30T00:00:00","slug":"revolucao-energetica-mostra-o-caminho-para-enfrentar-encruzilhada-climatica","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2007\/04\/30\/30856-revolucao-energetica-mostra-o-caminho-para-enfrentar-encruzilhada-climatica.html","title":{"rendered":"Revolu\u00e7\u00e3o Energ\u00e9tica mostra o caminho para enfrentar encruzilhada clim\u00e1tica"},"content":{"rendered":"
\u00c0s v\u00e9speras da divulga\u00e7\u00e3o de mais um relat\u00f3rio do Painel Intergovernamental de Mudan\u00e7a Clim\u00e1tica (IPCC, na sigla em ingl\u00eas), desta vez sobre mitiga\u00e7\u00e3o, o Greenpeace exige que os governos do mundo todo promovam uma Revolu\u00e7\u00e3o Energ\u00e9tica para evitar os perigosos impactos do aquecimento global.<\/p>\n
O IPCC volta a se reunir, dessa vez em Bangcoc, na Tail\u00e2ndia, a partir de segunda-feira (30\/04), para concluir o texto da terceira parte do seu 4\u00ba relat\u00f3rio, focada na quest\u00e3o da mitiga\u00e7\u00e3o. O IPCC j\u00e1 lan\u00e7ou neste ano duas partes do relat\u00f3rio – uma sobre evid\u00eancias cient\u00edficas e outra sobre os impactos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n
“Estamos numa encruzilhada clim\u00e1tica,” afirmou Stephanie Tunmore, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Internacional. “Podemos adotar fontes renov\u00e1veis e o uso eficiente da energia e impedir que o aumento da temperatura m\u00e9dia global ultrapasse o limite de 2o C, ou deixar as coisas como est\u00e3o e mergulhar em uma era de eventos clim\u00e1ticos extremos, escassez de \u00e1gua e aumento do n\u00famero de v\u00edtimas.\u201d<\/p>\n
O novo relat\u00f3rio do IPCC sobre mitiga\u00e7\u00e3o reunir\u00e1 vasta literatura cient\u00edfica sobre as op\u00e7\u00f5es existentes atualmente para diminuir as emiss\u00f5es de CO2. <\/p>\n
O Greenpeace, em parceria com o Conselho Europeu de Energias Renov\u00e1veis (Erec, na sigla em ingl\u00eas), lan\u00e7ou em fevereiro o estudo Revolu\u00e7\u00e3o Energ\u00e9tica, que detalha como o mundo pode conquistar uma matriz energ\u00e9tica limpa e renov\u00e1vel at\u00e9 2050. No cap\u00edtulo dedicado ao Brasil, elaborado em parceria com a USP, o relat\u00f3rio demonstra como o pa\u00eds pode crescer reduzindo gradualmente fontes \u201csujas\u201d como o carv\u00e3o e a energia nuclear.<\/p>\n
A energia nuclear n\u00e3o \u00e9 considerada uma tecnologia futura no cen\u00e1rio da Revolu\u00e7\u00e3o Energ\u00e9tica porque, embora as usinas produzam menos di\u00f3xido de carbono do que a queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis para gerar energia, seu funcionamento causa diversas amea\u00e7as \u00e0s pessoas e ao meio ambiente, e tamb\u00e9m porque o ciclo de produ\u00e7\u00e3o desta energia como um todo contribui para o aquecimento global. Os principais riscos s\u00e3o a prolifera\u00e7\u00e3o nuclear, o lixo nuclear e os riscos \u00e0 seguran\u00e7a. De todas as op\u00e7\u00f5es de gera\u00e7\u00e3o de energia existentes atualmente, a nuclear \u00e9 a mais cara. Com os R$ 7,4 bilh\u00f5es previstos para construir Angra 3, por exemplo, \u00e9 poss\u00edvel criar um parque de turbinas e\u00f3licas com o dobro da pot\u00eancia prevista para essa nova usina nuclear (1.350 mW), gerar 32 vezes mais empregos e n\u00e3o produzir lixo radioativo ou representar risco de acidentes graves.<\/p>\n
De acordo com o quarto relat\u00f3rio do IPCC, os impactos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas no mundo, na Am\u00e9rica Latina e especificamente no Brasil s\u00e3o preocupantes. O Brasil \u00e9 o quarto maior emissor de gases de efeito estufa no planeta. Mais de 70% das emiss\u00f5es brasileiras de CO2 vem do desmatamento da Amaz\u00f4nia. “O Brasil precisa fazer de tudo para reduzir a zero as taxas de desmatamento se quisermos ter alguma chance de salvar a Amaz\u00f4nia e o Planeta”, diz Paulo Adario, coordenador da campanha da Amaz\u00f4nia do Greenpeace. “Temos no m\u00e1ximo 10 anos para fazer essa li\u00e7\u00e3o de casa”, enfatiza.<\/p>\n
De acordo com o relat\u00f3rio da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Agricultura e Alimenta\u00e7\u00e3o (FAO, na sigla em ingl\u00eas) o desmatamento ocorrido no Brasil entre 2000 e 2005 responde por 42% da perda l\u00edquida de \u00e1reas florestais no mundo. Nesse per\u00edodo, o pa\u00eds perdeu uma m\u00e9dia de 31 mil km2 de florestas a cada ano, incluindo todos os biomas. Em cinco anos, uma \u00e1rea do tamanho do estado do Acre teria sido desmatada no Brasil, pouco mais de 150 mil km2.<\/p>\n
\u201cO Brasil precisa agir de forma mais objetiva, e regulamentar as a\u00e7\u00f5es referentes ao clima, adotando uma Pol\u00edtica Nacional de Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas que integre a\u00e7\u00f5es de mitiga\u00e7\u00e3o e adapta\u00e7\u00e3o. Este assunto n\u00e3o pode ser prioridade apenas quando acontecerem os desastres\u201d, afirma Lu\u00eds Piva, coordenador da campanha de Clima do Greenpeace Brasil.
\n(Fonte: Assessoria Comunica\u00e7\u00e3o Greenpeace)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"