Cientistas espanh\u00f3is e ingleses identificaram um mecanismo pelo qual o parasita causador da mal\u00e1ria mais virulenta aumenta sua capacidade de adapta\u00e7\u00e3o para invadir gl\u00f3bulos vermelhos escapando do sistema imunol\u00f3gico em trabalho publicado na revista ‘Plos Pathogens’.<\/p>\n
Um dos l\u00edderes da pesquisa, o parasitologista Alfred Cort\u00e9s, disse que o estudo descobriu que o parasita, um protozo\u00e1rio que infecta s\u00f3 humanos, disp\u00f5e de um mecanismo para “desligar e ligar a express\u00e3o de algumas prote\u00ednas” que usa para chegar ao interior dos gl\u00f3bulos vermelhos dos hospedeiros.<\/p>\n
Este parasita causa a mal\u00e1ria mais virulenta e \u00e9 transmitido por f\u00eameas do mosquito Anopheles<\/em> (que necessitam de sangue para procriar), portadoras deste protozo\u00e1rio, ap\u00f3s terem picado alguma v\u00edtima j\u00e1 infectada.<\/p>\n O “P. falciparum<\/em>” ativa e desativa a s\u00edntese de pelo menos sete genes (e suas prote\u00ednas correspondentes) sem que isto prejudique entrar nos gl\u00f3bulos vermelhos normais ou modificados.<\/p>\n Isso faz pensar que a express\u00e3o variada destes genes serviria ao parasita para escapar de respostas imunol\u00f3gicas do organismo hospedeiro. No entanto, “esta hip\u00f3tese ainda est\u00e1 para ser confirmada”, ponderou Cort\u00e9s.<\/p>\n A mal\u00e1ria, erradicada no sul da Europa e nos EUA h\u00e1 meio s\u00e9culo, prolifera na \u00c1frica Subsaariana, na Am\u00e9rica Central, na Am\u00e9rica do Sul e no Sudeste Asi\u00e1tico, e se manifesta nas formas mais graves da doen\u00e7a em crian\u00e7as e em adultos que n\u00e3o estiveram expostos ao parasita.<\/p>\n Uma vez na corrente sang\u00fc\u00ednea do hospedeiro, o parasita se aloja no f\u00edgado, e posteriormente chega aos gl\u00f3bulos vermelhos, dentro dos quais se multiplica “confortavelmente” protegido do sistema imunol\u00f3gico.<\/p>\n A doen\u00e7a se manifesta com febres muito altas, dor de cabe\u00e7a extrema e tremores. Ela pode causar anemias mortais e afetar o c\u00e9rebro e outros \u00f3rg\u00e3os vitais, como os pulm\u00f5es e os rins.<\/p>\n O mecanismo para silenciar os genes \u00e9 epigen\u00e9tico, ou seja, que o parasita deixa de expressar um gene sem mudar sua forma\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica, sendo “muito flex\u00edvel, adapt\u00e1vel e facilmente revers\u00edvel”.<\/p>\n Isto significa que o “P. falciparum<\/em>” poderia voltar a sintetizar estas prote\u00ednas de forma relativamente f\u00e1cil quando infectasse a outra pessoa, e desativ\u00e1-las de novo em outro h\u00f3spede.<\/p>\n “Nosso desafio agora ser\u00e1 investigar como isto funciona em n\u00edvel molecular, ou seja, descobrir que modifica\u00e7\u00f5es epigen\u00e9ticas concretas est\u00e3o associadas \u00e0 atividade ou \u00e0 desativa\u00e7\u00e3o”, diz o pesquisador.<\/p>\n Outros objetivos s\u00e3o ver quantos dos mais de 30 genes ligados ao processo de invas\u00e3o de gl\u00f3bulos vermelhos podem estar ativos ou inativos em parasitas encontrados na natureza.\n<\/p>\n “Vimos que h\u00e1 sete genes de quatro fam\u00edlias gen\u00e9ticas diferentes que podem ser encontrados desativados em uma cepa concreta do ‘P.falciparum’, mas se suspeita que h\u00e1 outros que tamb\u00e9m podem ser desativados, e isto ser\u00e1 investigado a fundo com cepas selvagens de parasitas”, disse.<\/p>\n A mal\u00e1ria mata todo ano entre 1 milh\u00e3o e 3 milh\u00f5es de pessoas. Um maior conhecimento do processo de invas\u00e3o de gl\u00f3bulos vermelhos ajudar\u00e1 na fabrica\u00e7\u00e3o de vacinas baseadas em prote\u00ednas do parasita que participam deste processo.<\/p>\n A pesquisa foi feita em conjunto entre o Icrea – Instituto Catal\u00e3o de Pesquisa e Estudos Avan\u00e7ados e o Instituto Nacional de Pesquisa M\u00e9dica de Londres. (JB Online)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O parasita disp\u00f5e de um mecanismo para “desligar e ligar a express\u00e3o de algumas prote\u00ednas” que usa para chegar ao interior dos gl\u00f3bulos vermelhos dos hospedeiros. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[18],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/32671"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=32671"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/32671\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=32671"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=32671"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=32671"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}