{"id":35023,"date":"2007-11-30T00:00:00","date_gmt":"2007-11-30T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2007-11-30T00:00:00","modified_gmt":"2007-11-30T00:00:00","slug":"comunidades-indigenas-usam-cinema-para-resgatar-cultura-e-tradicoes","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2007\/11\/30\/35023-comunidades-indigenas-usam-cinema-para-resgatar-cultura-e-tradicoes.html","title":{"rendered":"Comunidades ind\u00edgenas usam cinema para resgatar cultura e tradi\u00e7\u00f5es"},"content":{"rendered":"
Um ritual ind\u00edgena de reconquista faz parte do filme que explica por que o pequi tem cheiro forte, segundo a lenda Kuikuro, povo do Alto Xingu. A trama do curta-metragem Imb\u00e9 Gikeg\u00fc \u2013 Cheiro de Pequi tem trai\u00e7\u00e3o, assassinato e romance. Tudo com muito humor, j\u00e1 que o cheiro viria do sexo da mulher. Esse foi um dos v\u00eddeos apresentados nesta quinta-feira (29) aos participantes da nona edi\u00e7\u00e3o dos Jogos dos Povos Ind\u00edgenas, em Olinda (PE).<\/p>\n

O curta levou um ano para ficar pronto e foi produzido por participantes de uma oficina da organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o-governamental (ONG) V\u00eddeo nas Aldeias para o projeto Documenta Kuikuro, em que a tecnologia \u00e9 utilizada para manter a cultura. A festa do pequi foi escolhida porque ocorreu simultaneamente ao curso, que ocorreu em setembro.<\/p>\n

Segundo um dos diretores do filme, Maric\u00e1 Kuikuro, a id\u00e9ia do projeto de documenta\u00e7\u00e3o \u00e9 guardar as tradi\u00e7\u00f5es para as pr\u00f3ximas gera\u00e7\u00f5es, mas sob o olhar dos pr\u00f3prios \u00edndios. \u201cA preocupa\u00e7\u00e3o do cacique era perder tudo isso\u201d, disse. O projeto Documenta Kuikuro \u00e9 coordenado pelos \u00edndios e pelos antrop\u00f3logos Carlos Fausto e Bruna Franchetto do Museu Nacional do Rio de Janeiro.<\/p>\n

Uma das lideran\u00e7as Kuikuro, o velho Jakalo, disse a iniciativa \u00e9 importante para os ind\u00edgenas n\u00e3o correrem o risco de \u201cesquecer a cultura\u201d, como outros povos que n\u00e3o lembram mais da l\u00edngua e das festas nativas. \u201cOutro dia, perguntei a um \u00edndio se ele falava a l\u00edngua dele? E ele respondeu que n\u00e3o, tinha esquecido\u201d, recorda. A\u00ed eu fiquei triste\u201d.<\/p>\n

A documentarista Mari Corr\u00eaa, dirigente da ONG V\u00eddeo nas Aldeias, avalia que o projeto tem duas dimens\u00f5es: a documenta\u00e7\u00e3o e a dinamiza\u00e7\u00e3o da cultura. \u201cA oficina gera uma din\u00e2mica no momento, n\u00e3o no futuro. Com as filmagens, entrevistas e depoimentos, esse assunto da tradi\u00e7\u00e3o, da transmiss\u00e3o do saber, vem \u00e0 tona e todos come\u00e7am a se interessar\u201d, explicou. O projeto tamb\u00e9m \u00e9 realizado com outros 15 povos.<\/p>\n

Antes da exibi\u00e7\u00e3o do v\u00eddeo Kuikuro, o presidente do Comit\u00ea Intertribal \u2013 Mem\u00f3ria e Ci\u00eancia Ind\u00edgena, Marcos Terena, disse que os filmes produzidos pelos \u00edndios os retiram do \u201cpapel de z\u00e9-mane\u201d, em refer\u00eancia \u00e0s telenovelas: \u201cApesar de sermos cerca de 500 mil em uma popula\u00e7\u00e3o de 179 milh\u00f5es de brasileiros n\u00e3o queremos ser os \u2018mudos\u2019 da hist\u00f3ria\u201d. (Ag\u00eancia Brasil<\/em>)\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O curta-metragem Imb\u00e9 Gikeg\u00fc – Cheiro de Pequi foi produzido por participantes de uma oficina da organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o-governamental V\u00eddeo nas Aldeias para o projeto Documenta Kuikuro, em que a tecnologia \u00e9 utilizada para manter a cultura. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[25],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/35023"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=35023"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/35023\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=35023"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=35023"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=35023"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}