O Mar Morto pode entrar em estado alarmante se alguma medida n\u00e3o for tomada com urg\u00eancia para remediar a previs\u00e3o de redu\u00e7\u00e3o de suas \u00e1guas, que em janeiro quadruplicou, por conta da constru\u00e7\u00e3o de represas e da falta de chuvas.<\/p>\n
“Em janeiro, reduziu 20 cent\u00edmetros, quatro vezes mais do habitual”, disse na quarta-feira (6) o hidrologista Amos Bein, que alertou que o fen\u00f4meno persistir\u00e1, caso medidas n\u00e3o sejam tomadas urgentemente.<\/p>\n
O especialista explicou que a chegada de \u00e1gua foi reduzida drasticamente pela constru\u00e7\u00e3o, na regi\u00e3o da Jord\u00e2nia, de v\u00e1rias represas; das quais quatro ao redor da bacia, e algumas outras ao norte.\n<\/p>\n
Segundo o especialista, essas represas interrompem as correntes que antes iam em dire\u00e7\u00e3o ao Rio Jord\u00e3o, principal rio que des\u00e1gua no Mar Morto.<\/p>\n
A redu\u00e7\u00e3o provocada por essas represas supera os 100 milh\u00f5es de metros c\u00fabicos, agravadas pelos entre 450 e 650 milh\u00f5es anuais que o mar j\u00e1 vem perdendo h\u00e1 meia d\u00e9cada, segundo dados estat\u00edsticos comparativos.<\/p>\n
Atualmente, o n\u00edvel do Mar Morto se situa aos 420,94 metros abaixo do n\u00edvel do mar, sendo que, apenas nos \u00faltimos doze meses, a redu\u00e7\u00e3o foi de 1,17 metros.<\/p>\n
Ao destacar que a redu\u00e7\u00e3o de janeiro aconteceu justamente em um m\u00eas abundante em \u00e1gua, Bein se mostrou pessimista em rela\u00e7\u00e3o ao futuro.<\/p>\n
“Nos pr\u00f3ximos meses a baixa ser\u00e1 mais acentuada, e depois ser\u00e1 preciso ver como fazer essa \u00e1gua chegar at\u00e9 ele, ou o problema ficar\u00e1 ainda mais grave”, sustentou.<\/p>\n
Mesmo diante do fato de que o mar perde, a cada ano, em m\u00e9dia, um metro de altura, os analistas garantem que o raro lago, onde a alta salinidade faz flutuar o que entra em suas \u00e1guas, nunca desaparecer\u00e1.<\/p>\n
O segredo da sobreviv\u00eancia deste mar est\u00e1 justamente no seu alto teor de sal: se a salinidade cresce, a evapora\u00e7\u00e3o \u00e9 reduzida, e em algum momento se chega a um novo equil\u00edbrio, no qual a quantidade de \u00e1gua que chega, e a que evapora, s\u00e3o iguais.<\/p>\n
A previs\u00e3o dos cientistas, no entanto, \u00e9 de que isso ocorra daqui a 150 anos, e at\u00e9 l\u00e1 sua superf\u00edcie j\u00e1 ter\u00e1 se reduzido \u00e0 metade do que \u00e9 hoje.<\/p>\n
A superf\u00edcie do lago j\u00e1 diminuiu dos 1.000 quil\u00f4metros quadrados, registrados no princ\u00edpio do s\u00e9culo 20, para 650 quil\u00f4metros quadrados, atualmente, o que representou uma redu\u00e7\u00e3o no n\u00edvel de \u00e1gua de mais de trinta metros.<\/p>\n
Situado na fronteira entre a Jord\u00e2nia e Israel, sobre a chamada “falha s\u00edrio-africana”, o “Mar de Sal”, como \u00e9 conhecido na B\u00edblia, \u00e9 um dos lugares mais in\u00f3spitos do planeta, com temperaturas que no ver\u00e3o superam os 40 graus \u00e0 sombra.<\/p>\n
Estas temperaturas foram, desde tempos pr\u00e9-hist\u00f3ricos, seu principal problema, ao gerar uma evapora\u00e7\u00e3o equivalente a 1.050 milh\u00f5es de metros c\u00fabicos de \u00e1gua anuais, segundo medi\u00e7\u00f5es realizadas nos \u00faltimos anos.<\/p>\n
No princ\u00edpio do s\u00e9culo 20, a evapora\u00e7\u00e3o era id\u00eantica ao volume de \u00e1gua que ingressava do Rio Jord\u00e3o e de mananciais da regi\u00e3o, enquanto, cem anos depois, a perda fica entre 450 e 650 milh\u00f5es de metros c\u00fabicos – sem contar o efeito das represas. (Estad\u00e3o Online)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"