{"id":39878,"date":"2008-08-06T00:00:00","date_gmt":"2008-08-06T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2008-08-06T00:00:00","modified_gmt":"2008-08-06T00:00:00","slug":"composto-de-cloro-no-solo-de-marte-surpreende-a-nasa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2008\/08\/06\/39878-composto-de-cloro-no-solo-de-marte-surpreende-a-nasa.html","title":{"rendered":"Composto de cloro no solo de Marte surpreende a Nasa"},"content":{"rendered":"
O instrumento de an\u00e1lises qu\u00edmicas da sonda Phoenix encontrou sinais de percloratos, um tipo de sal comum no deserto chileno de Atacama, no solo da regi\u00e3o \u00e1rtica de Marte. Percloratos, formados por um \u00e1tomo de cloro e quatro de oxig\u00eanio, n\u00e3o s\u00e3o especialmente hostis \u00e0 vida, segundo os cientistas da Nasa: h\u00e1 plantas que convivem bem com eles, e bact\u00e9rias que os utilizam em seus metabolismos. Al\u00e9m disso, alguns percloratos t\u00eam propriedades anticongelantes, o que levanta a possibilidade de haver pequenas quantidades de \u00e1gua em estado l\u00edquido em Marte.<\/p>\n

O engenheiro Ramon De Paula, administrador da miss\u00e3o Phoenix diz, no entanto, que n\u00e3o h\u00e1 comprova\u00e7\u00e3o da presen\u00e7a de \u00e1gua l\u00edquida na regi\u00e3o de Marte investigada pela sonda. “O que vimos, at\u00e9 agora, foi uma coisa gelatinosa que est\u00e1 mudando, de uma foto para a outra”, explica ele, referindo-se a imagens do solo marciano feitas pela nave. “Pode ser que o gelo, misturado com o sal, tenha o efeito anticongelante. \u00c9 poss\u00edvel, mas ainda n\u00e3o foi investigado o bastante. Primeiro, precisamos medir direito o sal”. Ele lembra, ainda, que a baixa press\u00e3o atmosf\u00e9rica de Marte faz com que o l\u00edquido, se houver, evapore muito rapidamente.<\/p>\n

De Paula falou com a reportagem do estadao.com.br depois de uma entrevista coletiva convocada para responder a boatos que percorreram a m\u00eddia americana no \u00faltimo fim de semana – inclusive o de que a Casa Branca teria recebido um informe especial sobre descobertas feitas no planeta vermelho – e que apresentou os resultados, ainda inconclusivos, sobre o perclorato. Tanto Michael Meyer, cientista-chefe do programa de explora\u00e7\u00e3o de Marte da Nasa, quanto Peter Smith, principal cientista da Phoenix, afirmaram que a divulga\u00e7\u00e3o dos resultados ocorria antes do momento ideal, e s\u00f3 era feita como rea\u00e7\u00e3o \u00e0 onda de boatos.<\/p>\n

“O processo n\u00e3o est\u00e1 completo. Estamos abrindo uma janela no projeto, mostrando a voc\u00eas a ci\u00eancia enquanto \u00e9 feita”, disse Smith.<\/p>\n

A Nasa diz que vinha evitando divulgar a descoberta de percloratos em Marte porque a detec\u00e7\u00e3o, feita pelo analisador de microscopia, eletroqu\u00edmica e condutividade (Meca, na sigla em ingl\u00eas) – que misturou uma amostra de solo a \u00e1gua levada da Terra, e analisou a solu\u00e7\u00e3o resultante -, ainda n\u00e3o foi confirmada por outro instrumento, o analisador t\u00e9rmico e de g\u00e1s evolu\u00eddo (Tega), que queima amostras em fornos para estudar os gases liberados. Al\u00e9m disso, os pesquisadores ainda esperavam eliminar a possibilidade de os sinais de perclorato terem sido criados por uma contamina\u00e7\u00e3o causada por part\u00edculas do combust\u00edvel do \u00faltimo est\u00e1gio do foguete que levou a Phoenix a Marte. Essa hip\u00f3tese de contamina\u00e7\u00e3o, disseram os cientistas na coletiva, \u00e9 tida como “remota”.<\/p>\n

“Quer\u00edamos eliminar as explica\u00e7\u00f5es mais improv\u00e1veis, porque o resultado \u00e9 improv\u00e1vel”, disse o cientista respons\u00e1vel pelo Meca, Michael Hecht. Os pesquisadores consideraram a descoberta de percloratos surpreendente, em vista de resultados anteriores que indicavam que o solo marciano era muito parecido com o terrestre.<\/p>\n

A presen\u00e7a de percloratos, segundo Richard Quinn, outro cientista que tomou parte na coletiva, “pode nos dizer muito sobre a hist\u00f3ria da \u00e1gua em Marte”, j\u00e1 que esses sais s\u00e3o altamente sol\u00faveis e podem ter sido transportados para seus dep\u00f3sitos atuais por \u00e1gua corrente, no passado. Quinn, que j\u00e1 realizou pesquisas em Atacama, disse ainda que informes feitos anos atr\u00e1s, de que era imposs\u00edvel encontra vida nesse deserto, j\u00e1 est\u00e3o superados. “Quando olhamos melhor, vimos vida ao redor do nitrato e do perclorato” t\u00edpicos da regi\u00e3o, declarou.<\/p>\n

O perclorato \u00e9 um oxidante, membro de uma classe de subst\u00e2ncias que costumam ter um efeito corrosivo em outros materiais. Nos anos 70, as sondas Viking, da Nasa, descobriram um forte efeito oxidante no solo marciano, o que levou muitos cientistas a especular que o ambiente marciano seria in\u00f3spito demais para suportar vida, ao menos na superf\u00edcie. Mas Peter Smith disse que os percloratos s\u00e3o um tipo de oxidante diferente. “S\u00e3o muito est\u00e1veis”, e n\u00e3o destroem mat\u00e9ria org\u00e2nica. H\u00e1 micr\u00f3bios que vivem disso”, afirmou.<\/p>\n

Al\u00e9m de confirmar em definitivo a presen\u00e7a de percloratos, os cientistas da Nasa ainda t\u00eam que determinar quais minerais est\u00e3o ligados a eles, em quais quantidades, e eliminar de vez a hip\u00f3tese de contamina\u00e7\u00e3o pelo foguete da Phoenix. “Ainda temos muito trabalho pela frente”, disse o cientista respons\u00e1vel pelo Tega, William Boynton. (Fonte: Estad\u00e3o Online)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Na Terra, percloratos s\u00e3o encontrados principalmente no deserto de Atacama, no Chile. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[36],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/39878"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=39878"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/39878\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=39878"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=39878"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=39878"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}