{"id":42856,"date":"2009-01-02T00:00:00","date_gmt":"2009-01-02T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-01-02T00:00:00","modified_gmt":"2009-01-02T00:00:00","slug":"cientistas-explicam-aquecimento-global-de-14-mil-anos-atras","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/01\/02\/42856-cientistas-explicam-aquecimento-global-de-14-mil-anos-atras.html","title":{"rendered":"Cientistas explicam aquecimento global de 14 mil anos atr\u00e1s"},"content":{"rendered":"
H\u00e1 14,7 mil anos as \u00e1guas do Atl\u00e2ntico Norte aqueceram 9\u00b0C em duas d\u00e9cadas. Para que se tenha uma id\u00e9ia, desde o in\u00edcio da Revolu\u00e7\u00e3o Industrial, no s\u00e9culo 18, a a\u00e7\u00e3o humana aumentou a temperatura da Terra em 0,7\u00b0C, com impactos ambientais significativos.<\/p>\n
A descoberta \u00e9 parte da tese de doutorado de Cristiano Chiessi, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foi publicada na edi\u00e7\u00e3o de dezembro da revista cient\u00edfica Geology. Chiessi voltou ao Brasil h\u00e1 dois meses, depois de concluir suas pesquisas no Centro de Ci\u00eancias Ambientais Marinhas da Universidade de Bremen.<\/p>\n
Carapa\u00e7as <\/strong>– Os cientistas j\u00e1 estudam h\u00e1 muito tempo o evento de B\u00f6lling, como \u00e9 conhecido o fen\u00f4meno descrito por Chiessi. O pesquisador brasileiro procurou no litoral ga\u00facho as causas do aquecimento nos mares do norte.<\/p>\n Carapa\u00e7as de microrganismos depositadas no fundo do mar ofereceram as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias para descrever as varia\u00e7\u00f5es de salinidade e temperatura nos \u00faltimos 20 mil anos. As duas vari\u00e1veis exercem influ\u00eancia direta nas correntes mar\u00edtimas.<\/p>\n O princ\u00edpio das mudan\u00e7as foi a deglacia\u00e7\u00e3o na costa americana: a \u00e1gua doce invadiu o oceano e diminuiu a salinidade na regi\u00e3o acima do Equador. Como conseq\u00fc\u00eancia, as correntes mar\u00edtimas entre os dois hemisf\u00e9rios cessaram e todo calor ficou represado no sul.<\/p>\n Observando as carapa\u00e7as dos microrganismos, os cientistas identificaram um pequeno aquecimento na costa sul-africana, que abriu uma “avenida” para uma corrente vinda do Oceano \u00cdndico, rica em sal. Ela percorreu a costa da Am\u00e9rica do Sul e alterou radicalmente a din\u00e2mica da temperatura e da salinidade no Norte. As correntes mar\u00edtimas foram reativadas e o calor armazenado no sul migrou para o norte.<\/p>\n Mecanismo controlador <\/strong>– O pesquisador Pedro Leite da Silva Dias, do Instituto de Astronomia, Geof\u00edsica e Ci\u00eancias Atmosf\u00e9ricas da Universidade de S\u00e3o Paulo (IAG-USP), aponta que os resultados obtidos “comprovam a import\u00e2ncia da circula\u00e7\u00e3o oce\u00e2nica no Atl\u00e2ntico como mecanismo controlador do clima terrestre”. Dias recorda que h\u00e1 11 mil anos ocorreu um evento semelhante de mudan\u00e7a clim\u00e1tica abrupta no Atl\u00e2ntico Norte, conhecido como Dryas Recente, mais estudado pelos cientistas do que o evento de B\u00f6lling.<\/p>\n Para Chiessi, a descoberta n\u00e3o possui apenas um valor de curiosidade hist\u00f3rica. “O artigo publicado ajuda a compreender o que est\u00e1 em jogo quando falamos de mudan\u00e7as clim\u00e1ticas”, afirma Chiessi. “Mostra como uma pequena varia\u00e7\u00e3o na temperatura de uma regi\u00e3o pode gerar um efeito praticamente imprevis\u00edvel do outro lado do planeta. (Fonte: <\/em>Alexandre Gon\u00e7alves\/<\/em>Estad\u00e3o Online)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"