{"id":42859,"date":"2008-12-31T00:00:00","date_gmt":"2008-12-31T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2008-12-31T00:00:00","modified_gmt":"2008-12-31T00:00:00","slug":"mulheres-demoram-mais-a-largar-cigarro-diz-pesquisa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2008\/12\/31\/42859-mulheres-demoram-mais-a-largar-cigarro-diz-pesquisa.html","title":{"rendered":"Mulheres demoram mais a largar cigarro, diz pesquisa"},"content":{"rendered":"
De acordo com a psiquiatra C\u00e9lia L\u00eddia da Costa, coordenadora do GAT e autora da pesquisa, isso acontece porque as mulheres t\u00eam mais depress\u00e3o do que os homens e, por isso, est\u00e3o mais sujeitas aos sintomas de ansiedade.<\/p>\n
Segundo a OMS (Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade), a depress\u00e3o atinge duas mulheres para cada homem.<\/p>\n
“A mulher normalmente enxerga o cigarro como um rem\u00e9dio, como uma fuga. Ela tem necessidade de fumar para resolver algum problema e o cigarro acaba mascarando os sintomas da depress\u00e3o. Ela tem um perfil diferente do homem, que normalmente fuma por prazer”, afirma Costa.<\/p>\n
Da\u00ed surge a principal dificuldade delas para largar o v\u00edcio – pois, sem os efeitos da nicotina no c\u00e9rebro, o corpo come\u00e7a a sentir os sintomas da depress\u00e3o. Segundo Costa, enquanto os homens param de fumar em cerca de tr\u00eas meses, as mulheres levam pelo menos um ano.<\/p>\n
Tratamento diferenciado<\/strong> – Por isso, avalia a pesquisadora, os resultados do estudo apontam para a necessidade de uma abordagem de tratamento diferenciada, especialmente para as mulheres.<\/p>\n “No caso delas, \u00e9 preciso tratar primeiro a depress\u00e3o, depois a depend\u00eancia \u00e0 nicotina. Nos homens, normalmente a depend\u00eancia \u00e9 qu\u00edmica, ent\u00e3o a gente trata logo a abstin\u00eancia.”<\/p>\n A cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa de Tratamento de Tabagismo do InCor (Instituto do Cora\u00e7\u00e3o) do Hospital das Cl\u00ednicas de S\u00e3o Paulo, concorda com o tratamento diferenciado para as mulheres.<\/p>\n Segundo a m\u00e9dica, a preval\u00eancia de casos de depress\u00e3o em fumantes \u00e9 muito alta –estima-se que 60% das pessoas deprimidas fumem.<\/p>\n “As mulheres precisam ser abordadas e tratadas de forma diferenciada para que o tratamento tenha o mesmo \u00edndice de sucesso observado nos homens. Existe uma recomenda\u00e7\u00e3o do consenso americano para tratamento do tabagismo, publicada em 2008, que considera o sexo da pessoa como fator determinante do tratamento. O InCor j\u00e1 adota essa medida”, afirma.<\/p>\n Issa diz que quase 40% das mulheres que passam por tratamento para parar de fumar no InCor precisam tomar antidepressivos em algum momento. “Se elas n\u00e3o tomam o rem\u00e9dio, ficam desestimuladas a continuar o tratamento e t\u00eam reca\u00edda. Ent\u00e3o a gente prescreve o antidepressivo para a paciente perceber que n\u00e3o \u00e9 a falta do cigarro que causa a depress\u00e3o”, afirmou Issa.<\/p>\n Depress\u00e3o mascarada<\/strong> – A dificuldade no tratamento de fumantes depressivos, explica Issa, surge porque a nicotina mascara os sintomas da depress\u00e3o. “Quando a mulher tenta parar de fumar, ela acha que est\u00e1 ficando deprimida, quando na verdade ela j\u00e1 estava deprimida e n\u00e3o sabia”, afirma.<\/p>\n Isso acontece porque o c\u00e9rebro do n\u00e3o-fumante possui receptores de dopamina, acetilcolina e serotonina, que proporcionam sensa\u00e7\u00f5es de prazer no corpo. Quando uma pessoa come\u00e7a a fumar, a nicotina “substitui” a a\u00e7\u00e3o desses neurotransmissores, que deixam de ser produzidos naturalmente pelo organismo.<\/p>\n “O fumante fica dependente desse mecanismo artificial. A nicotina proporciona um efeito de prazer semelhante. S\u00e3o necess\u00e1rias, no m\u00ednino, 12 semanas para que o organismo volte a produzir (neurotransmissores) naturalmente”, explica Jaqueline Issa.<\/p>\n De acordo com ela e com C\u00e9lia Costa, depois do tratamento, a neurocapta\u00e7\u00e3o volta ao normal em cerca de 70% dos pacientes. “Os outros 30% podem ter reca\u00edda”, disse Issa. (Fonte: Fernanda Bbassette\/ Ffolha Online)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"