{"id":44630,"date":"2009-03-31T00:00:00","date_gmt":"2009-03-31T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-03-31T00:00:00","modified_gmt":"2009-03-31T00:00:00","slug":"poeira-do-aquecimento","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/03\/31\/44630-poeira-do-aquecimento.html","title":{"rendered":"Poeira do aquecimento"},"content":{"rendered":"
Desde 1980, a temperatura no Atl\u00e2ntico Norte tem aumentado em m\u00e9dia 0,25 \u00baC por d\u00e9cada. O n\u00famero pode parecer pequeno, mas tem grande impacto em furac\u00f5es, que preferem \u00e1guas mais quentes. Um exemplo: 2005 teve recorde no n\u00famero de furac\u00f5es, enquanto em 1994 foram poucos eventos, mas a diferen\u00e7a na temperatura oce\u00e2nica entre os dois anos foi de apenas 1 \u00baC.<\/p>\n
De acordo com a pesquisa, feita por cientistas da Universidade de Wisconsin em Madison e da Administra\u00e7\u00e3o Nacional do Oceano e Atmosfera (Noaa), nos Estados Unidos, mais de dois ter\u00e7os dessa tend\u00eancia de aquecimento podem ser atribu\u00eddas a altera\u00e7\u00f5es em tempestades de poeira na \u00c1frica e \u00e0 atividade vulc\u00e2nica nos tr\u00f3picos no per\u00edodo.<\/p>\n
Os autores do estudo haviam mostrado anteriormente que a poeira vinda da \u00c1frica e outras part\u00edculas suspensas na atmosfera podem reduzir a atividade de furac\u00f5es por meio da diminui\u00e7\u00e3o da luz solar que chega ao oceano, mantendo a superf\u00edcie mais fria. Ou seja, anos com mais poeira implicam menos furac\u00f5es.<\/p>\n
Os pesquisadores combinaram dados obtidos por sat\u00e9lites de aeross\u00f3is (material particulado suspenso na atmosfera) com modelos clim\u00e1ticos para avaliar o efeito na temperatura oce\u00e2nica. Eles calcularam quanto do aquecimento no Atl\u00e2ntico observado desde 1980 foi devido a mudan\u00e7as em tempestades de poeira e na atividade vulc\u00e2nica, especialmente as erup\u00e7\u00f5es do El Chich\u00f3n, no M\u00e9xico, em 1982, e do Pinatubo, nas Filipinas, em 1991.<\/p>\n
A conclus\u00e3o foi que o efeito foi muito maior do que se esperava. \u201cGrande parte da tend\u00eancia de aquecimento no padr\u00e3o a longo prazo pode ser explicada por esses fatores. Cerca de 70% \u00e9 resultado da combina\u00e7\u00e3o de poeira e vulc\u00f5es e aproximadamente 25% se devem apenas a tempestades de areia\u201d, disse Amato Evan, da Universidade de Wisconsin, principal autor do estudo.<\/p>\n
Os resultados indicam, portanto, que apenas 30% dos aumentos na temperatura no Atl\u00e2ntico Norte s\u00e3o devidos a outros fatores. Embora n\u00e3o desconte a import\u00e2ncia do aquecimento global, Evan aponta que o estudo faz com que o impacto desse fator no Atl\u00e2ntico esteja mais em conformidade com o menor aquecimento verificado no Pac\u00edfico.<\/p>\n
\u201cFaz sentido, porque n\u00e3o esper\u00e1vamos que o aquecimento global fizesse com que a temperatura oce\u00e2nica se aquecesse tanto em t\u00e3o pouco tempo\u201d, disse.<\/p>\n
De acordo com o cientista, vulc\u00f5es s\u00e3o naturalmente imprevis\u00edveis e, portanto, dif\u00edceis de serem inclu\u00eddos em modelos clim\u00e1ticos, mas novos modelos dever\u00e3o levar em conta a import\u00e2ncia de tempestades de areia como um fator para prever acuradamente como as temperaturas oce\u00e2nicas v\u00e3o se alterar.<\/p>\n
O artigo The role of aerosols in the evolution of tropical North Atlantic Ocean temperature anomalies, de Amato Evan e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org. (Fonte: Ag\u00eancia Fapesp)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Estudo publicado na Science destaca que 70% do aumento nas temperaturas no Atl\u00e2ntico se devem a tempestades de areia na \u00c1frica e a erup\u00e7\u00f5es vulc\u00e2nicas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[46],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44630"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=44630"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44630\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=44630"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=44630"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=44630"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}