{"id":44632,"date":"2009-03-31T00:00:00","date_gmt":"2009-03-31T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-03-31T00:00:00","modified_gmt":"2009-03-31T00:00:00","slug":"estudo-mostra-fronteira-agropecuaria-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/03\/31\/44632-estudo-mostra-fronteira-agropecuaria-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Estudo mostra fronteira agropecu\u00e1ria na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"

Analisar os problemas da quest\u00e3o agr\u00e1ria sob a \u00f3tica da geografia, esse foi o objetivo do ge\u00f3grafo Eduardo Girardi ao desenvolver o estudo “Proposi\u00e7\u00e3o te\u00f3rico-metodol\u00f3gica de uma Cartografia Geogr\u00e1fica Cr\u00edtica e sua aplica\u00e7\u00e3o no desenvolvimento do Atlas da Quest\u00e3o Agr\u00e1ria Brasileira”. “(A metodologia do estudo) permite procurar e identificar esses sujeitos territoriais, suas a\u00e7\u00f5es e configura\u00e7\u00f5es no territ\u00f3rio nacional no que se refere \u00e0 quest\u00e3o agr\u00e1ria. Um exemplo \u00e9 a territorializa\u00e7\u00e3o do agroneg\u00f3cio nos cerrados e na fronteira agropecu\u00e1ria da Amaz\u00f4nia”, explica Girardi.<\/p>\n

Com mais de 300 mapas que identificam geograficamente a luta pela terra no Brasil, a pesquisa leva em considera\u00e7\u00e3o aspectos de problemas como pobreza, desflorestamento, concentra\u00e7\u00e3o fundi\u00e1rio, viol\u00eancia no campo, luta pela terra, produ\u00e7\u00e3o agropecu\u00e1ria, dentre outros. Estas quest\u00f5es, de acordo com o ge\u00f3grafo, foram desenvolvidas usando conceitos da geografia cr\u00edtica, buscando identificar os atores da sociedade que geram conflitos, al\u00e9m de servir de subs\u00eddio para a elabora\u00e7\u00e3o de solu\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Por meio do mapeamento, Girardi p\u00f4de confirmar a rela\u00e7\u00e3o entre grandes estabelecimentos e sub-utiliza\u00e7\u00e3o das terras na fronteira agropecu\u00e1ria. Outra constata\u00e7\u00e3o importante em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Amaz\u00f4nia \u00e9 o mapeamento do que o autor denomina de assentamentos “n\u00e3o reformadores”- unidades de conserva\u00e7\u00e3o consideradas pelos governos como assentamentos, projetos de coloniza\u00e7\u00e3o e reconhecimento de posse que s\u00e3o predominantes na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n

Segundo o ge\u00f3grafo, esses assentamentos “n\u00e3o reformadores” fortalecem o campesinato amaz\u00f4nico, que s\u00e3o formados, pela “presen\u00e7a marcante dos camponeses nordestinos, que migraram para a regi\u00e3o em busca de melhores condi\u00e7\u00f5es de produ\u00e7\u00e3o e vida. Popula\u00e7\u00f5es ribeirinhas caboclas e migrantes do Sul tamb\u00e9m s\u00e3o representativas neste campesinato”, conta Girardi. Tamb\u00e9m fazem parte dessa forma\u00e7\u00e3o assentamentos rurais e pequenas posses e as atividades extrativistas e a pequena produ\u00e7\u00e3o agropecu\u00e1ria para abastecimento regional.<\/p>\n

Reforma Agr\u00e1ria<\/strong> – Com base em seus estudos, Gerardi afirma que “(um dos) posicionamentos que assumo \u00e9 de que a reforma agr\u00e1ria deve ser conduzida pela prioriza\u00e7\u00e3o incondicional do campesinato pelas pol\u00edticas do Estado, preterindo o agroneg\u00f3cio”. Para ele \u00e9 preciso promover outro tipo de desenvolvimento com prote\u00e7\u00e3o contra o capitalismo no campo e reconhecimento da fun\u00e7\u00e3o social dos camponeses.<\/p>\n

Analisando o caso da Amaz\u00f4nia especificamente, ele afirma que n\u00e3o \u00e9 necess\u00e1rio derrubar mais nenhuma \u00e1rvore n\u00e3o s\u00f3 da Amaz\u00f4nia, mas de nenhum outro bioma, pois existe \u00e1reas j\u00e1 devastadas milh\u00f5es de hectares, pass\u00edveis de crescimento da produ\u00e7\u00e3o agropecu\u00e1ria e suscet\u00edveis de reforma agr\u00e1ria. “A ocupa\u00e7\u00e3o da Amaz\u00f4nia deve ser cessada imediatamente e deve-se proceder com a promo\u00e7\u00e3o da melhoria de vida das pessoas que a\u00ed se estabeleceram, promovendo assim o desenvolvimento”.<\/p>\n

Segundo Gerardi, para que aconte\u00e7a uma reforma Agr\u00e1ria \u00e9 necess\u00e1ria vontade pol\u00edtica Ele afirma que “todos os governos brasileiros ignoraram, por op\u00e7\u00e3o pol\u00edtica, as indica\u00e7\u00f5es dos camponeses, trabalhadores rurais e estudiosos da quest\u00e3o que demonstram ser indispens\u00e1vel realizar a reforma agr\u00e1ria no pa\u00eds. Esta op\u00e7\u00e3o tem como objetivo manter as caracter\u00edsticas estruturais de concentra\u00e7\u00e3o de poder econ\u00f4mico e pol\u00edtico”.<\/p>\n

Para ele o modelo atual resulta na continua\u00e7\u00e3o da explora\u00e7\u00e3o, viol\u00eancia e devasta\u00e7\u00e3o ambiental que configuram a quest\u00e3o agr\u00e1ria brasileira. E entende a Amaz\u00f4nia como um espa\u00e7o onde se produz sem um planejamento efetivo voltado ao desenvolvimento social “e se configura como um espa\u00e7o ainda mais desigual do restante do pa\u00eds”.
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\nEstudo<\/strong> – O trabalho \u00e9 resultado da tese de doutorado de Girardi, feita pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). No estudo foram mapeadas ainda as viol\u00eancias no campo e as ocupa\u00e7\u00f5es e assentamentos desde o fim da d\u00e9cada de 1970 e in\u00edcio da d\u00e9cada de 1980, para tamb\u00e9m servir de como um banco de informa\u00e7\u00f5es geogr\u00e1fica. (Fonte: Aldrey Riechel\/ Amaz\u00f4nia.org)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Por meio de mapas foi poss\u00edvel tra\u00e7ar um perfil da ocupa\u00e7\u00e3o territorial do pa\u00eds e perceber a expans\u00e3o agropecu\u00e1ria na regi\u00e3o amaz\u00f4nica. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[58],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44632"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=44632"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44632\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=44632"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=44632"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=44632"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}