{"id":44771,"date":"2009-04-07T00:00:00","date_gmt":"2009-04-07T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-04-07T00:00:00","modified_gmt":"2009-04-07T00:00:00","slug":"governo-expandira-dende-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/04\/07\/44771-governo-expandira-dende-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Governo expandir\u00e1 dend\u00ea na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"
A \u00e1rea total projetada para a expans\u00e3o do cultivo de dend\u00ea na floresta amaz\u00f4nica \u00e9 dez vezes maior: ela equivale ao tamanho do Estado de Pernambuco. Segundo o ministro, 10 milh\u00f5es de hectares poder\u00e3o ser ocupados pela “prima-irm\u00e3 das palm\u00e1ceas amaz\u00f4nicas”.<\/p>\n
A denomina\u00e7\u00e3o “prima-irm\u00e3” usada por Stephanes faz parte da estrat\u00e9gia contra o principal obst\u00e1culo ao projeto: a mudan\u00e7a no C\u00f3digo Florestal, lei que pro\u00edbe a recomposi\u00e7\u00e3o de \u00e1reas desmatadas da Amaz\u00f4nia com esp\u00e9cies ex\u00f3ticas \u00e0 floresta, como \u00e9 o caso do dend\u00ea, origin\u00e1rio da \u00c1frica.<\/p>\n
A mudan\u00e7a \u00e9 objeto de um lobby de quase quatro anos no Congresso e ganhou alento com o aval do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), dado no ano passado. Na ocasi\u00e3o, Minc ponderou que, por r\u00edgidas, as regras em vigor condenariam a Amaz\u00f4nia a n\u00e3o recompor imensas extens\u00f5es de \u00e1reas j\u00e1 degradadas. E sentenciou: “Quem tudo quer, tudo perde”, para espanto de parcela dos ambientalistas.<\/p>\n
A ideia tem aval mais entusiasmado do presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva, sobretudo pela perspectiva de abertura de postos de trabalho. Para cultivar 1 milh\u00e3o de hectares de dend\u00ea s\u00e3o necess\u00e1rios 100 mil trabalhadores, estima-se.<\/p>\n
Biodiesel<\/strong> – O projeto do governo est\u00e1 diretamente ligado ao programa brasileiro de biodiesel. A legisla\u00e7\u00e3o prev\u00ea que a adi\u00e7\u00e3o de biodiesel ao diesel, hoje de 3%, ser\u00e1 de 5% em 2013. A maior parte do fornecimento hoje \u00e9 feito com \u00f3leo de soja subsidiado pelo governo. Defensores do projeto, como Stephanes, acrescentam dois sen\u00f5es \u00e0 soja: seu cultivo demanda menos m\u00e3o-de-obra e \u00e9 menos vantajoso do ponto de vista de captura de carbono da atmosfera.<\/p>\n Os aspectos econ\u00f4micos pesam mais: o Brasil importou no ano passado mais de 200 mil toneladas de \u00f3leo de dend\u00ea. A produ\u00e7\u00e3o nacional est\u00e1 em torno de 170 mil toneladas de \u00f3leo por ano. A \u00e1rea plantada \u00e9 estimada em 70 mil hectares, o que representa 7% da meta inicial do governo. “Com 1 milh\u00e3o de hectares d\u00e1 para deixarmos de importar e garantimos a produ\u00e7\u00e3o de biodiesel at\u00e9 a fase do B-5. Isso \u00e9 economicamente, socialmente e ambientalmente \u00f3timo”, sustenta o ministro.<\/p>\n Planta t\u00edpica da zona tropical, o dend\u00ea hoje tem participa\u00e7\u00e3o nula no programa brasileiro do biodiesel. E vice-versa. A maior parte da produ\u00e7\u00e3o, liderada pela empresa Agropalma, assim como a maior parte do \u00f3leo de dend\u00ea importado, se destina \u00e0 ind\u00fastria de alimentos. Em segundo lugar vem a ind\u00fastria de cosm\u00e9ticos.<\/p>\n Sem pancada<\/strong> – Instalada no Par\u00e1, onde produz 150 mil toneladas de \u00f3leo ao ano, a Agropalma mandou fazer estudos sobe o potencial de expans\u00e3o do cultivo do dend\u00ea na regi\u00e3o. As conclus\u00f5es divergem das do governo. Em vez dos 10 milh\u00f5es de hectares citados pelo ministro da Agricultura, a empresa fala em 6,2 milh\u00f5es de hectares, o equivalente a quase tr\u00eas vezes o tamanho do Estado do Sergipe.<\/p>\n Marcello Brito, diretor da Agropalma, diz que o estudo leva em conta crit\u00e9rios ambientais internacionais: “Isso \u00e9 fundamental para que o Brasil n\u00e3o tome pancada da sociedade internacional, como a Mal\u00e1sia e a Indon\u00e9sia (os dois maiores produtores mundiais, que v\u00eam sistematicamente arrasando suas florestas para plantar dend\u00ea)”.<\/p>\n Segundo Britto, sem os devidos cuidados com o licenciamento ambiental, por exemplo, o cultivo pode fazer aumentar o desmatamento. O licenciamento tamb\u00e9m precisa considerar impactos sociais, j\u00e1 que o cultivo do dend\u00ea exige muita m\u00e3o-de-obra. A falta de oferta de sementes no mundo \u00e9 outro problema, adverte.<\/p>\n A proposta de um acordo de mudan\u00e7a no C\u00f3digo Florestal prev\u00ea o uso de esp\u00e9cies ex\u00f3ticas, como o dend\u00ea, em at\u00e9 50% de \u00e1reas j\u00e1 desmatadas e que ultrapassem o limite de 20% de abate de florestas nas propriedades. O lobby em favor da mudan\u00e7a come\u00e7ou com projeto de lei apresentado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) em 2005. “O dend\u00ea \u00e9 o petr\u00f3leo verde”, insiste o senador.<\/p>\n A Petrobras tamb\u00e9m demonstra interesse na produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leo de dend\u00ea. Em outubro passado, assinou acordo com a portuguesa Galp Energia para desenvolver projeto de produ\u00e7\u00e3o de biodiesel a partir de 2013. Apesar de ter recebido o nome de “Projeto Bel\u00e9m”, o polo da Petrobras dever\u00e1 ser instalado na Bahia. (Fonte: Marta Salomon\/ Folha Online)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, 10 milh\u00f5es de hectares poder\u00e3o ser ocupados pela “prima-irm\u00e3 das palm\u00e1ceas amaz\u00f4nicas”.
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