{"id":44842,"date":"2009-04-09T00:00:00","date_gmt":"2009-04-09T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-04-09T00:00:00","modified_gmt":"2009-04-09T00:00:00","slug":"gado-garimpos-e-plantacoes-tomam-lugar-da-floresta-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/04\/09\/44842-gado-garimpos-e-plantacoes-tomam-lugar-da-floresta-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Gado, garimpos e planta\u00e7\u00f5es tomam lugar da floresta na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"
A cena \u00e9 corriqueira no interior do Par\u00e1: em uma marcha vagarosa, vaqueiros conduzem o rebanho de centenas de cabe\u00e7as de gado sobre a estrada, enquanto carros esperam os animais passarem. Nesse ritmo lento, mas constante, o boi vai invadindo \u00e1reas que por lei deveriam ser preservadas.<\/p>\n

S\u00f3 na Floresta Nacional do Jamamxim, no oeste do Par\u00e1, h\u00e1 mais de 200 mil cabe\u00e7as. A \u00e1rea protegida foi estabelecida h\u00e1 tr\u00eas anos, mas muitos produtores rurais que estavam l\u00e1 antes da cria\u00e7\u00e3o da reserva permanecem no local \u00e0 espera de uma solu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u201cN\u00f3s entramos aqui na d\u00e9cada de 1980 e 1990. Eles nos legalizam e n\u00f3s assumimos o compromisso em contrapartida de n\u00e3o derrubar mais\u201d, prop\u00f5e Luiz Helfgtaing, presidente de uma associa\u00e7\u00e3o de produtores do local.<\/p>\n

A pecu\u00e1ria \u00e9 a \u00faltima etapa de um processo de desmatamento que come\u00e7a com a derrubada das \u00e1rvores para vender a madeira e segue com a queimada para limpar a \u00e1rea. Essas atividades j\u00e1 consumiram um quarto da floresta que fica na \u00e1rea de influ\u00eancia da rodovia BR-163, que vai de Cuiab\u00e1, em Mato Grosso, a Santar\u00e9m, no Par\u00e1. Um estudo do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente mostra que, entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, a regi\u00e3o foi uma das mais devastadas do pa\u00eds.<\/p>\n

Walter Moura, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarant\u00e3, em Mato Grosso, \u00e9 testemunha da a\u00e7\u00e3o ilegal dos madeireiros. \u201cEm qualquer \u00e9poca, o caminh\u00e3o entra e sai tranquilamente. Raramente se prende um caminh\u00e3o aqui extraindo madeira. N\u00f3s j\u00e1 sofremos v\u00e1rias amea\u00e7as de morte por in\u00fameras vezes, mas ningu\u00e9m nunca tomou providencias em rela\u00e7\u00e3o a isso tamb\u00e9m\u201d, relata. <\/p>\n

Repress\u00e3o dif\u00edcil<\/strong> – Em Novo Progresso, no Par\u00e1, quem tenta combater a ilegalidade enfrenta dificuldades. Enquanto a equipe da TV Globo visitava a regi\u00e3o, funcion\u00e1rios do Ibama estavam ilhados na sede do instituto. No dia anterior, haviam sido amea\u00e7ados porque apreenderam caminh\u00f5es com madeira ilegal. Para evitar confrontos, os fiscais foram orientados pela dire\u00e7\u00e3o do Ibama a n\u00e3o deixar o pr\u00e9dio.<\/p>\n

Mas a repress\u00e3o est\u00e1 mudando comportamentos: quem trabalha na legalidade come\u00e7a a se virar contra os madeireiros clandestinos. \u201cA gente quer que as coisas aqui cheguem, que venham, nos ensinem, nos mostrem, nos legalizem para depois nos cobrarem\u201d, diz Edvana Morana, presidente da Associa\u00e7\u00e3o da Ind\u00fastria Madeireira de Castelo dos Sonhos, no Par\u00e1. <\/p>\n

Ouro<\/strong> – O garimpo \u00e9 outro vil\u00e3o, sempre \u00e0 espera de uma oportunidade para se expandir. \u00c9 o que ocorre em Uni\u00e3o do Norte, em Mato Grosso. O dono de um garimpo ilegal j\u00e1 atua em dois terrenos, arrendados de pequenos produtores. Ele retira um quilo e duzentos gramas de ouro por m\u00eas, e faz propostas para expandir o garimpo.<\/p>\n

Jos\u00e9 Cavalcanti, conhecido como \u201cBigode\u201d, diz que foi procurado por ele. \u201cNa minha \u00e1rea, enquanto eu mandar, ningu\u00e9m vai mexer. Eu j\u00e1 trabalhei em garimpo h\u00e1 uns 20 anos e nunca levei nada de garimpo\u201d, afirma o morador de Mato Grosso, que n\u00e3o quer ser c\u00famplice na destrui\u00e7\u00e3o do meio ambiente, pois o garimpo j\u00e1 poluiu a \u00e1gua de um dos c\u00f3rregos locais. <\/p>\n

Soja, milho, arroz e algod\u00e3o<\/strong> – A agricultura completa o ciclo de interesse nas terras da floresta. No Par\u00e1, ao longo da BR-163, ela pouco se desenvolveu. Mas em Mato Grosso, encontrou terreno f\u00e9rtil na chamada mata de transi\u00e7\u00e3o do Cerrado para a Amaz\u00f4nia.<\/p>\n

Num sobrevoo pela regi\u00e3o, a paisagem mostra que a vegeta\u00e7\u00e3o original hoje se reduz a quase nada. Onde n\u00e3o h\u00e1 soja, est\u00e1 o milho, o arroz e o algod\u00e3o. (Fonte: Globo Amaz\u00f4nia)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Exemplos da devasta\u00e7\u00e3o s\u00e3o evidentes ao longo da rodovia BR-163. Regi\u00e3o est\u00e1 sendo desmatada e ocupada em ritmo acelerado. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44842"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=44842"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44842\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=44842"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=44842"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=44842"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}