{"id":46377,"date":"2009-06-20T00:00:00","date_gmt":"2009-06-20T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-06-20T00:00:00","modified_gmt":"2009-06-20T00:00:00","slug":"festival-ambiental-discute-as-dificuldades-do-ativismo-ecologico","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/06\/20\/46377-festival-ambiental-discute-as-dificuldades-do-ativismo-ecologico.html","title":{"rendered":"Festival ambiental discute as dificuldades do ativismo ecol\u00f3gico"},"content":{"rendered":"\n
No longa “A \u00e1rvore da m\u00fasica”, o cineasta Ot\u00e1vio Juliano revela a surpreendente rela\u00e7\u00e3o entre o mundo da m\u00fasica cl\u00e1ssica e o pau-brasil, cuja madeira \u00e9 considerada a \u00fanica ideal para a fabrica\u00e7\u00e3o de arcos para instrumentos de corda.<\/p>\n
Ao mesmo tempo, mostra a dif\u00edcil cruzada de pesquisadores e bot\u00e2nicos no Brasil que se dedicam ao estudo da esp\u00e9cie, que est\u00e1 amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
“Acho que o filme \u00e9, de certa forma, uma homenagem ao trabalho do pesquisador”, disse o diretor \u00e0 AFP.<\/p>\n
“\u00c9 emocionante ver o trabalho do Haroldo de Lima, que \u00e9 um dos maiores especialistas em pau-brasil do pa\u00eds. Ele compra coisas com dinheiro do pr\u00f3prio bolso, como um GPS para localizar exemplares na mata e uma c\u00e2mera para registrar as \u00e1rvores encontradas”, afirmou.<\/p>\n
No filme, ouvimos o desabafo de outra pesquisadora, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que relata ter catalogado o DNA de uma s\u00e9rie de exemplares de pau-brasil encontrados por sua equipe e que, dois anos depois, haviam sido derrubados por falta de prote\u00e7\u00e3o legal.<\/p>\n
A situa\u00e7\u00e3o \u00e9 t\u00e3o grave que a maior associa\u00e7\u00e3o internacional de achet\u00e1rios – os tradicionais fabricantes de arcos – come\u00e7ou, h\u00e1 cerca de 15 anos, a enviar dinheiro para a Bahia para financiar o plantio de mudas, temendo que a esp\u00e9cie desapare\u00e7a.<\/p>\n
“Esperamos que haja uma conscientiza\u00e7\u00e3o. Nesse caso espec\u00edfico, \u00e9 poss\u00edvel chamar a aten\u00e7\u00e3o para a quest\u00e3o ambiental atrav\u00e9s da m\u00fasica, porque o arco representa, ao mesmo tempo, a rela\u00e7\u00e3o do homem com a natureza e com a arte”, estimou Juliano.<\/p>\n
Em “Ca\u00e7adores de dinossauros”, m\u00e9dia-metragem dirigida por Neila Tavares e Lara de Campos, o p\u00fablico acompanha uma expedi\u00e7\u00e3o de pesquisadores, liderada pelo paleont\u00f3logo Alexander Kellner, que viaja para o Mato Grosso em busca de f\u00f3sseis de dinossauro.<\/p>\n
\u00c9 apenas quando sobem os cr\u00e9ditos, no entanto, que os espectadores descobrem que a expedi\u00e7\u00e3o foi em grande parte financiada pela produtora que lan\u00e7ou o filme.<\/p>\n
“Eu procurei o Kellner e pedi para acompanhar uma de suas expedi\u00e7\u00f5es. Ele me disse que estava organizando uma ida a um s\u00edtio onde j\u00e1 se sabia que havia f\u00f3sseis, mas que n\u00e3o conseguia dinheiro”, conta Neila.<\/p>\n
“Ent\u00e3o, pensei: ‘n\u00e3o vamos pagar passagem nem estada, porque vamos ficar com os pesquisadores, ent\u00e3o vamos investir na expedi\u00e7\u00e3o o dinheiro que temos para filmar’. E os f\u00f3sseis iam acabar ali, se n\u00e3o fossem coletados”, diz.<\/p>\n
“Eles s\u00e3o apaixonados pelo que fazem. N\u00e3o havia quem n\u00e3o acordasse na hora, n\u00e3o tinha nenhum problema, n\u00e3o havia mau humor”, lembra Neila, referindo-se aos pesquisadores – que, apesar das condi\u00e7\u00f5es prec\u00e1rias e da falta de recursos, conseguiram coletar uma tonelada e meia de material f\u00f3ssil em 35 dias.<\/p>\n
Tamb\u00e9m concorrendo na categoria m\u00e9dia-metragem, “Arrakis” mistura lirismo e belas imagens para servir de pano de fundo \u00e0 triste hist\u00f3ria de oper\u00e1rios italianos que trabalhavam em f\u00e1bricas de amianto, e que jamais foram sequer indenizados pelos danos causados.<\/p>\n
O “document\u00e1rio tributo”, como define o diretor Andrea di Nardo, \u00e9 narrado pela voz rouca de Silvestro Capelli, que depois de trabalhar durante anos em uma dessas f\u00e1bricas, precisou ter a laringe e as cordas vocais retiradas para extirpar um c\u00e2ncer provocado pela inala\u00e7\u00e3o do p\u00f3 de amianto.<\/p>\n
“Todos sabiam. Os sindicatos sabiam. A ger\u00eancia sabia. As autoridades de sa\u00fade sabiam. Nos condenaram \u00e0 morte e \u00e0 invalidez”, lamenta o narrador, que fala acompanhando uma sequ\u00eancia de imagens quase abstratas de f\u00e1bricas abandonadas.<\/p>\n
Com outra abordagem, “Veneno \u00e0 venda – a hist\u00f3ria do sucesso da multinacional americana Monsanto” (“Gift im angebot – die erfolgsstory des US-multis Monsanto”), do alem\u00e3o Manfred Ladwig, compartilha com o filme italiano uma den\u00fancia contra o descaso das autoridades e a m\u00e1-f\u00e9 das empresas.<\/p>\n
O filme mostra que, at\u00e9 hoje, guerrilheiros vietnamitas e veteranos americanos lutam na justi\u00e7a para conseguir compensa\u00e7\u00f5es pelos danos causados pelo Agente Laranja, produzido pela Monsanto.<\/p>\n
Durante o conflito, as tropas americanas usaram a subst\u00e2ncia como desfolhante para evitar que os milicianos se escondessem na mata densa. Milhares de pessoas desenvolveram c\u00e2nceres e outras doen\u00e7as em consequ\u00eancia do contato com o Agente Laranja, e o solo de muitas partes do Vietn\u00e3 est\u00e1 at\u00e9 hoje contaminado pelas subst\u00e2ncias t\u00f3xicas. (Fonte: Yahoo!)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"