{"id":46678,"date":"2009-07-06T00:00:00","date_gmt":"2009-07-06T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-07-06T00:00:00","modified_gmt":"2009-07-06T00:00:00","slug":"grupo-reconfigura-mapa-subaquatico-de-abrolhosba","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/07\/06\/46678-grupo-reconfigura-mapa-subaquatico-de-abrolhosba.html","title":{"rendered":"Grupo reconfigura mapa subaqu\u00e1tico de Abrolhos\/BA"},"content":{"rendered":"

As \u00e1guas que j\u00e1 tinham o t\u00edtulo de ecossistema mais diverso do Atl\u00e2ntico Sul s\u00e3o ainda mais ricas do que se pensava, mostra um levantamento in\u00e9dito. O novo mapa biol\u00f3gico da regi\u00e3o do arquip\u00e9lago de Abrolhos, no litoral sul da Bahia, indica que seus recifes de corais s\u00e3o apenas um dos cinco tipos de ambientes submersos na \u00e1rea.<\/p>\n

Maior levantamento oceanogr\u00e1fico j\u00e1 feito ali, o mapa \u00e9 fruto de mais de dois anos de trabalho de 40 cientistas afiliados a 14 institui\u00e7\u00f5es nacionais. O grupo vasculhou quase 40 mil km2 da chamada plataforma de Abrolhos -um tipo de tabuleiro submarino com \u00e1rea igual \u00e0 do Estado do Rio de Janeiro.<\/p>\n

Os bi\u00f3logos da equipe, auxiliados por um rob\u00f4 mergulhador, revelaram cenas in\u00e9ditas dos outros quatro subsistemas da regi\u00e3o.<\/p>\n

Se faltam ainda v\u00e1rias informa\u00e7\u00f5es sobre o funcionamento desses novos ambientes, que ser\u00e3o processadas nos pr\u00f3ximos meses e anos, a nova geografia de Abrolhos j\u00e1 est\u00e1 pronta, dizem os cientistas. A \u00e1rea conhecida agora \u00e9 igual a sete vezes a anterior.<\/p>\n

Uma das principais atra\u00e7\u00f5es do novo mapa s\u00e3o bancos de algas calc\u00e1rias, os rod\u00f3litos, que se estendem ao longo da borda da plataforma. Segundo Paulo Sumida, pesquisador do Instituto Oceanogr\u00e1fico da USP, esses locais servem de ref\u00fagio para corais de \u00e1guas rasas.<\/p>\n

A hip\u00f3tese do grupo \u00e9 que os corais de Abrolhos, quando enfrentam press\u00f5es do ambiente (naturais ou causadas pelo homem), acabam migrando para profundidades superiores a 20 metros, colonizando os bancos de algas. “Nessa profundidade j\u00e1 existem bancos de corais formados”, diz o cientista.<\/p>\n

De acordo com Sumida, n\u00e3o \u00e9 apenas o ref\u00fagio de rod\u00f3litos que surpreende, mas todos os novos ambientes identificados pelo Projeto Pr\u00f3-Abrolhos.<\/p>\n

Outras forma\u00e7\u00f5es inusitadas s\u00e3o as chamadas “buracas”. S\u00e3o fossas em forma de cone que aparecem na parte externa da plataforma de Abrolhos e que s\u00e3o um mist\u00e9rio at\u00e9 mesmo para os ge\u00f3logos que as viram.<\/p>\n

“Elas come\u00e7am a 70 metros de profundidade e podem chegar a ter 20 metros de fundura por um di\u00e2metro de algumas dezenas de metros”, diz Sumida. Enquanto a borda dessas estruturas \u00e9 rica em vida marinha, no interior desses cones invertidos n\u00e3o h\u00e1 oxig\u00eanio. S\u00f3 bact\u00e9rias vivem ali.<\/p>\n

Para dentro da plataforma, na dire\u00e7\u00e3o da costa, aparece o “mar de cabe\u00e7as”.<\/p>\n

O meio da plataforma de Abrolhos \u00e9 coberto de areia carbon\u00e1tica. Aos olhos dos desavisados, um grande deserto. Por\u00e9m, no meio disso, brotam aqui e ali colunas de coral de 50 metros de di\u00e2metro por at\u00e9 20 metros de altura que tamb\u00e9m abrigam fauna, que os cientistas chamaram de chapeir\u00f5es.
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\nPress\u00f5es<\/strong> – E mesmo na zona mais costeira, novidades. “\u00c9 uma zona repleta de sedimentos terr\u00edgenos, trazidas pelos rios da regi\u00e3o”, diz Rubens Lopes, professor e pesquisador do IO\/ USP e um dos coordenadores do projeto Pr\u00f3-Abrolhos.<\/p>\n

Essa grande quantidade de terra que est\u00e1 no mar, al\u00e9m de um processo natural, tamb\u00e9m \u00e9 carreada porque, no continente, existe agricultura, atividade humana que pode ser bastante prejudicial ao ambiente.<\/p>\n

Todos esses achados, desconhecidos at\u00e9 agora da comunidade cient\u00edfica, refor\u00e7am a import\u00e2ncia ecol\u00f3gica da \u00e1rea, explica Lopes. “No m\u00ednimo, serve para mostrar que o uso da \u00e1rea precisa ser analisado como muito cuidado”, diz.<\/p>\n

O Parque Nacional Marinho de Abrolhos, criado em 1983 – o primeiro do g\u00eanero no pa\u00eds -, cobre apenas 2% de toda a plataforma estudada.<\/p>\n

De acordo com os pesquisadores que revelaram esses novos ambientes de Abrolhos, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que os novos dados tornam a regi\u00e3o ainda mais complexa e delicada.<\/p>\n

Aquela parte do litoral sul da Bahia \u00e9 cobi\u00e7ada tanto pelos criadores de camar\u00e3o, que querem tomar conta das \u00e1reas mais pr\u00f3ximas ao litoral, quanto pela ind\u00fastria do petr\u00f3leo.<\/p>\n

Blocos para a extra\u00e7\u00e3o do mineral j\u00e1 entraram em licita\u00e7\u00f5es anteriores feitas pela ANP (Ag\u00eancia Nacional do Petr\u00f3leo). Acabaram retirados do processo, por\u00e9m, por decis\u00e3o de autoridades ambientais.<\/p>\n

Pelo menos por enquanto, disse a ag\u00eancia \u00e0 Folha, n\u00e3o existe previs\u00e3o de que essas \u00e1reas sejam licitadas. (Fonte: Eduardo Geraque\/ Folha Online)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O novo mapa biol\u00f3gico da regi\u00e3o do arquip\u00e9lago de Abrolhos, no litoral sul da Bahia, indica que seus recifes de corais s\u00e3o apenas um dos cinco tipos de ambientes submersos na \u00e1rea. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[27],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/46678"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=46678"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/46678\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=46678"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=46678"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=46678"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}