{"id":47220,"date":"2009-07-31T00:00:00","date_gmt":"2009-07-31T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-07-31T00:00:00","modified_gmt":"2009-07-31T00:00:00","slug":"cometas-podem-varar-barreira-de-jupiter-e-chegar-a-terra","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/07\/31\/47220-cometas-podem-varar-barreira-de-jupiter-e-chegar-a-terra.html","title":{"rendered":"Cometas podem varar barreira de J\u00fapiter e chegar \u00e0 Terra"},"content":{"rendered":"
Cometas de uma popula\u00e7\u00e3o que, acreditavam os cientistas, jamais teriam chance de chegar perto o suficiente da Terra para serem observados diretamente podem, na verdade, ser arremessados em nossa dire\u00e7\u00e3o pelo efeito gravitacional dos planetas gigantes J\u00fapiter e Saturno. Uma simula\u00e7\u00e3o que revela essa rota espacial, at\u00e9 agora desconhecida, aparece na edi\u00e7\u00e3o desta semana da revista Science.<\/p>\n

Para ter uma oportunidade de chegar perto da Terra, os chamados cometas de longo per\u00edodo – que completam uma \u00f3rbita a cada 200 anos ou mais e habitam a zona mais externa do sistema solar, a chamada nuvem de Oort – precisam, paradoxalmente, primeiro ir muito longe, atingindo uma dist\u00e2ncia do Sol suficientemente grande para que suas trajet\u00f3rias sofram influ\u00eancia decisiva de outras estrelas, ou do restante da gal\u00e1xia.<\/p>\n

Sem esse impulso extra, os cometas da nuvem que tentam chegar \u00e0 parte interna do sistema solar – que inclui a Terra – acabam expulsos de vez para o espa\u00e7o interestelar, pela chamada “barreira J\u00fapiter-Saturno”, formada pela influ\u00eancia gravitacional dos planetas gigantes. Assim, os cientistas acreditavam que apenas os cometas da chamada parte externa da nuvem de Oort – os que, no ponto mais long\u00ednquo de suas \u00f3rbitas, chegam a mais de 20.000 vezes a dist\u00e2ncia que separa a Terra do Sol – teriam chance de chegar perto de n\u00f3s sem serem expulsos pela barreira.<\/p>\n

Mas as coisas podem n\u00e3o ser bem assim. “Em nossas simula\u00e7\u00f5es, vimos que alguns cometas da parte interna da nuvem, antes de serem ejetados, t\u00eam encontros com J\u00fapiter e Saturno que s\u00e3o muito fracos para expuls\u00e1-los, mas que s\u00e3o fortes o bastante para mudar sua dist\u00e2ncia m\u00e1xima do Sol. Esses encontros fracos movem algumas dessas dist\u00e2ncias para a nuvem externa”, da onde os cometas podem ser empurrados na dire\u00e7\u00e3o da Terra, explica o principal autor do artigo na Science, Nathan Kaib, da Universidade de Washington. <\/p>\n

O efeito l\u00edquido da gravidade dos planetas gigantes sobre a seguran\u00e7a de nosso planeta ainda \u00e9 uma quest\u00e3o em aberto, no entanto. A colis\u00e3o de um cometa ou asteroide com J\u00fapiter, na semana passada, provocou coment\u00e1rios sobre o “efeito protetor” da gravidade dos gigantes gasosos, mas Kaib explica que, se esse efeito existe, isso n\u00e3o ocorre porque “J\u00fapiter leva o tiro em nosso lugar”. “Na m\u00e9dia, J\u00fapiter e Saturno ser\u00e3o atingidos mais vezes que a Terra porque s\u00e3o maiores e est\u00e3o mais expostos a corpos pequenos, mas seu papel como ‘protetores planet\u00e1rios’ \u00e9 causado pela capacidade de ejetar corpos para o espa\u00e7o interestelar”.<\/p>\n

S\u00f3 que mesmo essa prote\u00e7\u00e3o \u00e9 duvidosa. “De acordo com as simula\u00e7\u00f5es que rodei, J\u00fapiter e Saturno reduzem o n\u00famero de cometas da nuvem de Oort que cruzam a \u00f3rbita da Terra por um fator de 30”, diz Kaib. “Mas esses planetas tamb\u00e9m tiveram um papel na forma\u00e7\u00e3o da nuvem, em primeiro lugar”, destaca. “Al\u00e9m disso, eles t\u00eam um papel cr\u00edtico em ‘pastorear’ cometas de per\u00edodo curto para a Terra, bem como em perturbar asteroides para \u00f3rbitas que cruzam a da Terra. Ent\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 claro, ao menos para mim, se o efeito l\u00edquido protege ou p\u00f5e a Terra em risco”.<\/p>\n

Astr\u00f4nomos acreditam que a maioria dos cometas de per\u00edodo curto origina-se numa regi\u00e3o do sistema solar mais pr\u00f3xima de n\u00f3s que a nuvem de Oort: o cintur\u00e3o de Kuiper, que come\u00e7a logo al\u00e9m da \u00f3rbita do planeta Netuno. “O cometa de Halley \u00e9 um caso \u00e0 parte”, diz Kaib, referindo-se ao famoso astro que passa perto da Terra a cada 75 anos. “Embora tenha per\u00edodo curto, seu lugar de origem n\u00e3o \u00e9 conhecido”.<\/p>\n

O astr\u00f4nomo acrescenta ainda que os riscos de impacto de cometas vindos da nuvem de Oort com a Terra s\u00e3o muito menores que os de um impacto de asteroide. Enquanto cometas s\u00e3o corpos gelados que v\u00eam dos limites do sistema solar, os asteroides s\u00e3o rocha e metal e concentram-se, principalmente, num cintur\u00e3o localizado entre Marte e J\u00fapiter.<\/p>\n

A simula\u00e7\u00e3o rodada por Kaib mostrou que, mesmo na maior chuva de cometas dos \u00faltimos 500 milh\u00f5es de anos – quando diversos corpos foram deslocados da nuvem de Oort pela passagem pr\u00f3xima de uma estrela – apenas dois ou tr\u00eas, no m\u00e1ximo, teriam atingido a Terra. J\u00e1 cometas solit\u00e1rios origin\u00e1rios da nuvem, desvinculados de chuvas, atingiriam a Terra uma vez a cada 30 milh\u00f5es ou 40 milh\u00f5es de anos. “Esse fluxo \u00e9 muito pequeno se comparado ao de corpos do cintur\u00e3o de asteroides. Acredita-se que um asteroide de 1 quil\u00f4metro ou 2 quil\u00f4metros atinge a Terra a cada milh\u00e3o de anos”. (Fonte: Carlos Orsi\/ Estad\u00e3o Online)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Cometas que, pensava-se, jamais chegariam perto daqui podem mudar de \u00f3rbita por causa dos planetas gigantes. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[36],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/47220"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=47220"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/47220\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=47220"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=47220"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=47220"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}