{"id":47920,"date":"2009-08-31T00:00:00","date_gmt":"2009-08-31T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-08-31T00:00:00","modified_gmt":"2009-08-31T00:00:00","slug":"vida-pode-ser-possivel-em-lua-de-saturno-dizem-cientistas-brasileiros","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/08\/31\/47920-vida-pode-ser-possivel-em-lua-de-saturno-dizem-cientistas-brasileiros.html","title":{"rendered":"Vida pode ser poss\u00edvel em lua de Saturno, dizem cientistas brasileiros"},"content":{"rendered":"
No experimento, os pesquisadores identificaram a forma\u00e7\u00e3o de adenina, uma das quatro bases do DNA. Isso leva \u00e0 pressuposi\u00e7\u00e3o de que, sob determinadas circunst\u00e2ncias, a possibilidade de vida em Tit\u00e3 \u00e9 bastante real.<\/p>\n
Metano no lugar da \u00e1gua<\/strong> – Mas, para come\u00e7ar, o que levou os pesquisadores S\u00e9rgio Pilling e Diana Andrade, da Pontif\u00edcia Universidade Cat\u00f3lica (PUC), unidos a cientistas do Laborat\u00f3rio Nacional de Luz S\u00edncroton e da Universidade de Campinas, a escolherem essa lua de Saturno entre tantos outros planetas?<\/p>\n “Embora Enceladus e Europa – outros dois sat\u00e9lites dos planetas gasosos – abriguem oceanos no subsolo, de todo o sistema solar, Tit\u00e3 \u00e9 o \u00fanico ambiente com l\u00edquido \u00e0 superf\u00edcie, al\u00e9m da Terra. Existe ainda a suspeita de exist\u00eancia de len\u00e7\u00f3is fre\u00e1ticos abaixo da superf\u00edcie de Marte. Mas de forma an\u00e1loga ao ciclo hidrol\u00f3gico na Terra, em Tit\u00e3, temos o metano fazendo esse papel. Ou seja, h\u00e1 chuva, rios e lagos de metano. Recentemente, a partir de dados da sonda Cassini, foram identificados lagos contendo outro hidrocarboneto, o etano”, diz o pesquisador.<\/p>\n J\u00e1 se sabe tamb\u00e9m que a lua de Saturno tem nuvens que seguem modelo um clim\u00e1tico.<\/p>\n Terra primordial<\/strong> – Com uma atmosfera que combina nitrog\u00eanio, metano e certa abund\u00e2ncia de material org\u00e2nico, dizem os pesquisadores que Tit\u00e3 \u00e9, sob certos aspectos, mais parecido com a Terra do que qualquer outro objeto do sistema solar. E isso apesar de temperaturas superficiais baix\u00edssimas, de cerca de 180 graus negativos.<\/p>\n Nele, h\u00e1 vulc\u00f5es que expelem am\u00f4nia e metano, lagos de metano e de etano, al\u00e9m de dunas de neve de metano e areia. O que nos parece um ambiente estranho, pode ser bastante similar \u00e0 Terra em seus prim\u00f3rdios. E entender como a vida pode surgir em Tit\u00e3 nos levar\u00e1 a compreender tamb\u00e9m o que se passou na Terra depois do Big Bang.<\/p>\n “Em Tit\u00e3, h\u00e1 algumas hip\u00f3teses para a origem do metano, que, em parte, pode ter origem em cometas, ou ser resultado da produ\u00e7\u00e3o do metabolismo de bact\u00e9rias, embora isso seja mais dif\u00edcil devido \u00e0 baixa temperatura da lua. Materiais ricos em compostos org\u00e2nicos, conhecidos como tholins, processados por radia\u00e7\u00e3o solar, e descargas el\u00e9tricas na atmosfera tamb\u00e9m podem acabar gerando metano”, exemplifica o pesquisador.<\/p>\n Experimento de Milley da era espacial<\/strong> – A equipe de pesquisadores brasileiros seguiu os passos dos cientistas Stanley Milley e Harols Urey, que, na d\u00e9cada de 1950, desenvolveram o experimento que \u00e9 considerado um marco hist\u00f3rico nas pesquisas a respeito da origem da vida, a Sopa Org\u00e2nica.<\/p>\n Ao disparar descargas el\u00e9tricas sobre uma mistura de hidrog\u00eanio, \u00e1gua, am\u00f4nia e metano, com que procuravam simular condi\u00e7\u00f5es semelhantes \u00e0 atmosfera primitiva da Terra, Milley e Urey conseguiram fazer surgir espontaneamente dois amino\u00e1cidos indispens\u00e1veis \u00e0 vida: a glicina e a alanina.<\/p>\n Bombardeio<\/strong> – Na experi\u00eancia atual, a equipe usou o Laborat\u00f3rio Nacional de Luz S\u00edncroton, em Campinas, para simular o efeito da radia\u00e7\u00e3o solar na faixa dos raios X na atmosfera de Tit\u00e3. “Durante tr\u00eas dias, bombardeamos uma mistura de nitrog\u00eanio, metano (cerca de 5%) e um pouco de \u00e1gua com raios X e ultravioleta, que s\u00e3o radia\u00e7\u00f5es eletromagn\u00e9ticas que est\u00e3o em toda a parte nos c\u00e9us. Esse “bombardeio” seria uma forma de simular a radia\u00e7\u00e3o que Tit\u00e3 teria recebido do Sol durante 7 milh\u00f5es de anos.”<\/p>\n As an\u00e1lises durante o experimento (cromatografia e resson\u00e2ncia magn\u00e9tica nuclear) mostraram a forma\u00e7\u00e3o de diversas mol\u00e9culas org\u00e2nicas, mas acrescentando um calor extra \u00e0 combina\u00e7\u00e3o, o resultado mudou: surgiu a adenina, que foi identificada a partir de t\u00e9cnicas sofisticadas de an\u00e1lises qu\u00edmicas realizadas na Unicamp.<\/p>\n “A adenina \u00e9 parte do DNA, que \u00e9 fundamental no processo de multiplica\u00e7\u00e3o celular. E qualquer forma de vida, da mais simples \u00e0 mais complexa, s\u00f3 existe a partir de material gen\u00e9tico”, diz Pilling. E acrescenta: “Conseguimos reproduzir mol\u00e9culas essenciais a sistemas biol\u00f3gicos.”<\/p>\n Novos passos<\/strong> – Mas o trabalho continua. Desde a publica\u00e7\u00e3o de artigo sobre o experimento na revista New Scientist, os pesquisadores n\u00e3o pararam. “As sondas que viajam ao espa\u00e7o todos os dias nos trazem novos dados sobre Tit\u00e3. Agora, estamos procurando repetir a experi\u00eancia com algumas variantes e, para tanto, estamos contando com o apoio da FAPERJ. Uma dessas variantes, por exemplo, ser\u00e1 introduzir um pouco de etano, al\u00e9m de utilizar outros agentes ionizantes, como \u00edons r\u00e1pidos simulando part\u00edculas do vento solar. Agora, vamos ver o que acontece”, conclui Pilling. (Fonte: Site Inova\u00e7\u00e3o Tecnol\u00f3gica)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Os pesquisadores identificaram a forma\u00e7\u00e3o de adenina, uma das quatro bases do DNA. 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