{"id":48778,"date":"2009-10-08T00:00:00","date_gmt":"2009-10-08T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-10-08T00:00:00","modified_gmt":"2009-10-08T00:00:00","slug":"evolucao-das-especies-e-caminho-de-mao-unica-diz-pesquisa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/10\/08\/48778-evolucao-das-especies-e-caminho-de-mao-unica-diz-pesquisa.html","title":{"rendered":"Evolu\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies \u00e9 caminho de m\u00e3o \u00fanica, diz pesquisa"},"content":{"rendered":"
Bi\u00f3logos evolucionistas imaginam, h\u00e1 muito tempo, se a hist\u00f3ria pode andar para tr\u00e1s. Seria poss\u00edvel, para as prote\u00ednas em nossos corpos, retornar \u00e0s formas e trabalhos antigos que tinham milh\u00f5es de anos atr\u00e1s?<\/p>\n

Ao examinar a evolu\u00e7\u00e3o de uma prote\u00edna, uma equipe de cientistas declarou que a resposta \u00e9 n\u00e3o, dizendo que novas muta\u00e7\u00f5es tornam praticamente imposs\u00edvel para a evolu\u00e7\u00e3o reverter dire\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

“Elas queimam a ponte que a evolu\u00e7\u00e3o acabou de cruzar”, disse Joseph W. Thornton, professor de biologia da Universidade de Oregon e co-autor de um artigo sobre as descobertas da equipe, publicada na edi\u00e7\u00e3o atual da “Nature”.<\/p>\n

O bi\u00f3logo belga Louis Dollo foi o primeiro cientista a considerar a evolu\u00e7\u00e3o reversa. “Um organismo nunca retorna a seu estado anterior”, declarou ele em 1905, uma afirma\u00e7\u00e3o posteriormente apelidada de lei de Dollo.<\/p>\n

Para ver se ele estava certo, bi\u00f3logos reconstru\u00edram a hist\u00f3ria evolucion\u00e1ria. Em 2003, por exemplo, uma equipe de cientistas estudou asas em bichos-pau. Eles descobriram que os ancestrais comuns dos insetos possu\u00edam asas, mas alguns de seus descendentes as perderam. Mais tarde, alguns daqueles insetos sem asas desenvolveram asas novamente.<\/p>\n

Mesmo assim, esse estudo n\u00e3o necessariamente refutava a lei de Dollo. Os bichos-pau podem realmente ter desenvolvido um novo par de asas, mas n\u00e3o est\u00e1 claro se essa mudan\u00e7a apareceu como evolu\u00e7\u00e3o reversa no n\u00edvel molecular.<\/p>\n

Os insetos voltaram \u00e0 bioqu\u00edmica original exata para a constru\u00e7\u00e3o de asas, ou descobriram uma nova rota, essencialmente desenvolvendo novas prote\u00ednas?<\/p>\n

Thornton e seus colegas examinaram mais de perto a possibilidade de evolu\u00e7\u00e3o reversa neste n\u00edvel molecular. Eles estudaram uma prote\u00edna chamada receptor glicocorticoide, que ajuda humanos \u2013 e a maioria dos outros vertebrados \u2013 a lidar com o estresse agarrando um horm\u00f4nio chamado cortisol e acionando genes de defesa contra o estresse.<\/p>\n

Ao comparar o receptor a prote\u00ednas relacionadas, os cientistas reconstru\u00edram sua hist\u00f3ria. Cerca de 450 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s, ela se iniciou com um formato diferente que lhe permitia agarrar firmemente a outros horm\u00f4nios, mas com pouca for\u00e7a ao cortisol. Ao longo dos 40 milh\u00f5es de anos seguintes, o receptor mudou de formato, de forma que se tornou muito sens\u00edvel ao cortisol, mas n\u00e3o podia mais se prender a outros horm\u00f4nios.<\/p>\n

Durante aqueles 40 milh\u00f5es de anos, segundo Thorton, o receptor mudou em 37 pontos, sendo que apenas dois deles fizeram o receptor sens\u00edvel ao cortisol. Cinco outros evitaram que ele agarrasse outros horm\u00f4nios. Quando ele fez essas sete altera\u00e7\u00f5es ao receptor ancestral, ele se comportou exatamente como um novo receptor glicocorticoide.<\/p>\n

Opera\u00e7\u00e3o reversa<\/strong> – Thornton imaginou que, se conduzisse a opera\u00e7\u00e3o reversa, ele poderia transformar um novo receptor glicocorticoide em um ancestral. Ent\u00e3o, ele e seus colegas reverteram essas muta\u00e7\u00f5es-chave a seus antigos formatos.<\/p>\n

Para surpresa de Thornton, o experimento fracassou. “Tudo o que conseguimos foi um receptor completamente morto”, disse ele.<\/p>\n

Para desvendar por que eles podiam ir para frente e n\u00e3o para tr\u00e1s, Thornton e seus colegas olharam novamente de perto os receptores novos e antigos. Eles descobriram cinco muta\u00e7\u00f5es adicionais que eram cruciais \u00e0 transi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Revertendo tamb\u00e9m essas cinco muta\u00e7\u00f5es, o novo receptor se comportava como o antigo.<\/p>\n

Com base nesses resultados, eles conclu\u00edram que a evolu\u00e7\u00e3o do receptor se desdobrava em dois cap\u00edtulos. No primeiro, o receptor adquiria as sete muta\u00e7\u00f5es-chave que o tornavam sens\u00edvel ao cortisol e n\u00e3o a outros horm\u00f4nios. No segundo, ele adquiria as cinco muta\u00e7\u00f5es adicionais, que Thornton chamou de muta\u00e7\u00f5es “restritivas”.<\/p>\n

Essas muta\u00e7\u00f5es restritivas podem ter afinado como o receptor agarrava o cortisol. Ou elas podem n\u00e3o ter tido nenhum efeito. De qualquer forma, essas muta\u00e7\u00f5es adicionaram altera\u00e7\u00f5es ao receptor. Quando Thornton tentou retornar o receptor a seu formato original, essas altera\u00e7\u00f5es entraram no caminho.<\/p>\n

Thornton argumenta que, uma vez que as muta\u00e7\u00f5es restritivas evoluem, elas tornam praticamente imposs\u00edvel para o receptor evoluir de volta \u00e0 sua forma original.<\/p>\n

As cinco muta\u00e7\u00f5es-chave n\u00e3o podiam ser revertidas primeiro, pois o receptor seria inutilizado. As sete muta\u00e7\u00f5es restritivas tampouco poderiam ser revertidas primeiro.<\/p>\n

Essas muta\u00e7\u00f5es tinham pouco efeito em como o receptor agarrava horm\u00f4nios. Ent\u00e3o n\u00e3o havia maneira de a sele\u00e7\u00e3o natural favorecer indiv\u00edduos com muta\u00e7\u00f5es reversas.<\/p>\n

Por enquanto, se outras prote\u00ednas enfrentam os mesmos problemas para evoluir no sentido contr\u00e1rio segue uma quest\u00e3o aberta. No entanto, Thornton suspeita que sim.<\/p>\n

“Eu n\u00e3o diria que a evolu\u00e7\u00e3o nunca \u00e9 revers\u00edvel”, diz Thornton. Por\u00e9m, ele acha que ela s\u00f3 pode andar para tr\u00e1s quando a evolu\u00e7\u00e3o do tra\u00e7o \u00e9 simples, como quando uma \u00fanica muta\u00e7\u00e3o est\u00e1 envolvida.<\/p>\n

Quando novos tra\u00e7os s\u00e3o produzidos por diversas muta\u00e7\u00f5es que influenciam uns aos outros, diz ele, essa complexidade bloqueia a evolu\u00e7\u00e3o reversa. “Sabemos que esse tipo de complexidade \u00e9 muito comum”.<\/p>\n

Se essa lei de Dollo molecular se mantiver, Thornton acredita dizer algo importante sobre o curso da hist\u00f3ria evolucion\u00e1ria. A sele\u00e7\u00e3o natural pode alcan\u00e7ar muitas coisas, mas \u00e9 limitada. Mesmo inofensivas, as muta\u00e7\u00f5es aleat\u00f3rias podem bloquear seu caminho. (Fonte: G1)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Bi\u00f3logos imaginam, h\u00e1 muito tempo, se ‘hist\u00f3ria pode andar para tr\u00e1s’. Novas muta\u00e7\u00f5es tornam quase imposs\u00edvel revers\u00e3o da evolu\u00e7\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[27],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/48778"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=48778"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/48778\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=48778"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=48778"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=48778"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}