{"id":49553,"date":"2009-11-09T00:00:00","date_gmt":"2009-11-09T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2009-11-09T00:00:00","modified_gmt":"2009-11-09T00:00:00","slug":"madeira-do-para-tem-origem-89-ilegal","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2009\/11\/09\/49553-madeira-do-para-tem-origem-89-ilegal.html","title":{"rendered":"Madeira do Par\u00e1 tem origem 89% ilegal"},"content":{"rendered":"\n

Quase 90% da \u00e1rea que sofre explora\u00e7\u00e3o madeireira no Par\u00e1 est\u00e1 sendo explorada sem autoriza\u00e7\u00e3o legal, revela um estudo do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaz\u00f4nia) obtido pela Folha. \u00c9 a primeira vez que se faz uma estimativa direta da retirada de madeira ilegal na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n

At\u00e9 hoje ningu\u00e9m sabia direito qual \u00e9 a quantidade de madeira clandestina na regi\u00e3o. O n\u00famero mais citado, impreciso, fala em 50%. Mapear a extra\u00e7\u00e3o ilegal \u00e9 importante, porque em muitas \u00e1reas da Amaz\u00f4nia a atividade madeireira criminosa \u00e9 o passo inicial da derrubada total da floresta.\n<\/p>\n

Os dados usados pelo Imazon agora, vindos de imagens de sat\u00e9lite de 2007 e 2008, indicam que at\u00e9 a atividade madeireira legalizada tem irregularidades -como o registro de toras supostamente oriundas de \u00e1reas j\u00e1 desmatadas por completo- em 37% dos casos. A ONG ainda pretende cruzar o mapeamento com os dados de volume total de madeira em cada regi\u00e3o do Estado para estimar o volume clandestino.\n<\/p>\n

“Fica claro que o Estado n\u00e3o tem controle fiscal suficiente da extra\u00e7\u00e3o”, diz o engenheiro florestal Andr\u00e9 Monteiro, co-autor do estudo. “Ele n\u00e3o consegue fazer o monitoramento e acaba trabalhando s\u00f3 com base em den\u00fancias. Tamb\u00e9m h\u00e1 ind\u00edcio de gente registrando dados de forma errada, fazendo a coisa de modo mal intencionado. Achamos que esta \u00e9 uma ferramenta importante para auxiliar o monitoramento.”
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\nRombos<\/strong> – As imagens de sat\u00e9lite ajudam os pesquisadores a fazer uma estimativa de qu\u00e3o fragmentado est\u00e1 o dossel, ou seja, a fatia mais alta da mata, \u00fanica parte vis\u00edvel dela a partir do espa\u00e7o no caso de florestas fechadas como a amaz\u00f4nica.\n<\/p>\n

A propor\u00e7\u00e3o de buracos no dossel da mata indica se a derrubada est\u00e1 ocorrendo de acordo com um plano de manejo florestal aprovado pela Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Par\u00e1). Tais planos de manejo garantem, em tese, que a madeira seja extra\u00edda em ritmo moderado, escolhendo exemplares maduros de \u00e1rvore e minimizando o dano a plantas que n\u00e3o v\u00e3o ser usadas comercialmente. N\u00e3o se pode falar em explora\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel sem plano de manejo.<\/p>\n

Contas que n\u00e3o fecham<\/strong> – A primeira conclus\u00e3o dos pesquisadores, que acessaram os dados da Sema sobre a extra\u00e7\u00e3o de madeira devidamente atrelada a esses planos, \u00e9 que 89% da \u00e1rea em que a derrubada foi detectada via sat\u00e9lite n\u00e3o corresponde aos locais em que a atividade madeireira foi aprovada pelo Estado. S\u00e3o quase 375 mil hectares, dos quais 73% equivalem a \u00e1reas privadas, devolutas ou sob disputa.\n<\/p>\n

Mesmo nos casos em que a Sema registrou a explora\u00e7\u00e3o legalizada, por\u00e9m, a pesquisa detectou discrep\u00e2ncias entre o que estava nos planos de manejo e o que aparecia no sat\u00e9lite.\n<\/p>\n

No per\u00edodo 2007-2008, havia 259 planos operacionais no Estado, dos quais 131 puderam ser avaliados via sat\u00e9lite (nem sempre isso \u00e9 poss\u00edvel, por causa de fatores como a forte cobertura de nuvens). Das Autefs (Autoriza\u00e7\u00f5es de Explora\u00e7\u00e3o Florestal) emitidas ent\u00e3o, 63% casaram com as imagens, enquanto as demais apresentaram uma ou mais “inconsist\u00eancias”, como define o trabalho.<\/p>\n

Entre as pr\u00e1ticas mais suspeitas est\u00e1 a emiss\u00e3o de Autefs para \u00e1reas j\u00e1 total ou parcialmente desmatadas. O conceito por tr\u00e1s da t\u00e1tica \u00e9 simples, diz Monteiro: “esquentar” a explora\u00e7\u00e3o predat\u00f3ria nessas \u00e1reas.\n<\/p>\n

“A quest\u00e3o \u00e9 que, no plano de manejo, voc\u00ea tem um limite de 30 metros c\u00fabicos de madeira por hectare. Se um trecho j\u00e1 desmatado \u00e9 inclu\u00eddo no total, a rela\u00e7\u00e3o entre volume de madeira e \u00e1rea diminui, o que permite a extra\u00e7\u00e3o de mais madeira”, afirma o pesquisador.\n<\/p>\n

Assim, numa fazenda que seja grande mas s\u00f3 tenha um hectare de floresta em p\u00e9, se o propriet\u00e1rio declara ter dois hectares, pode tirar o dobro de madeira que lhe \u00e9 permitido sem deixar pistas em documentos. S\u00f3 com imagens de sat\u00e9lite \u00e9 poss\u00edvel flagrar o golpe.\n<\/p>\n

O Imazon pretende realizar o levantamento todos os anos daqui para a frente, incluindo tamb\u00e9m Mato Grosso. (Fonte: Reinaldo Jos\u00e9 Lopes\/ Folha Online)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Pesquisa in\u00e9dita do Imazon empregou imagens de sat\u00e9lite para mapear pela primeira vez extra\u00e7\u00e3o madeireira no Estado. Sistema estadual trazia uma estimativa de s\u00f3 10% de irregularidade; explora\u00e7\u00e3o de madeira paraense \u00e9 45% do total da Amaz\u00f4nia. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[54],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/49553"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=49553"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/49553\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=49553"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=49553"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=49553"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}