{"id":52802,"date":"2010-03-31T00:00:00","date_gmt":"2010-03-31T00:00:00","guid":{"rendered":""},"modified":"2010-03-31T00:00:00","modified_gmt":"2010-03-31T00:00:00","slug":"amazonia-peruana-cria-nicho-para-mercado-de-carbono","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2010\/03\/31\/52802-amazonia-peruana-cria-nicho-para-mercado-de-carbono.html","title":{"rendered":"Amaz\u00f4nia peruana cria nicho para mercado de carbono"},"content":{"rendered":"
Um recanto long\u00ednquo da Amaz\u00f4nia peruana foi o lugar escolhido pela multinacional Nestl\u00e9 para compensar as emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono de suas f\u00e1bricas na Fran\u00e7a atrav\u00e9s do plantio de milhares de \u00e1rvores, o que tamb\u00e9m pode representar uma fonte de renda para comunidades locais.<\/p>\n

Apesar das acusa\u00e7\u00f5es de maquiagem verde feitas contra grandes empresas que tentam limpar sua imagem, a Nestl\u00e9 Waters France contratou o ambientalista franc\u00eas Tristan Lecomte e sua empresa de gerenciamento de carbono, a The Pure Project, para executar seu plano.<\/p>\n

A Nestl\u00e9 pretende compensar o equivalente a todas as suas emiss\u00f5es de carbono por ano de suas engarrafadoras de \u00e1gua mineral Vittel, na Fran\u00e7a e na B\u00e9lgica: cerca de 115 mil toneladas de carbono ao ano.<\/p>\n

Para alcan\u00e7ar seu objetivo, a empresa investe 409 mil euros (550 mil d\u00f3lares) para financiar o plantio de um total de 350.000 \u00e1rvores, a maioria de esp\u00e9cies tropicais, em um projeto j\u00e1 existente na Amaz\u00f4nia boliviana e em um novo na selva peruana com vistas a renovar o mesmo n\u00famero de \u00e1rvores a cada ano.<\/p>\n

Para Lecomte, ser\u00e1 voltar a trabalhar com velhos amigos – plantadores de cacau da remota cidade de Santa Ana e outras comunidades que vivem na densa floresta ao longo do rio Huayabamba, perto da cidade de Juanjui, na densamente desmatada regi\u00e3o de San Martin, a 600 km de Lima.<\/p>\n

Foi l\u00e1 que Lecomte trabalhou com pequenos produtores de cacau no desenvolvimento de um projeto de com\u00e9rcio org\u00e2nico e justo para a Alter Eco, a marca n\u00famero um da Fran\u00e7a no conceito de com\u00e9rcio justo.<\/p>\n

“Estes produtores s\u00e3o org\u00e2nicos, se beneficiam do com\u00e9rcio justo e agora plantam estas \u00e1rvores, portanto tamb\u00e9m combatem o aquecimento global”, disse ele \u00e0 AFP ao lado da cidade de Santa Rosa.<\/p>\n

“Eles est\u00e3o na linha de frente da luta contra as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, veem a mudan\u00e7a no clima e querem combat\u00ea-la por si pr\u00f3prios e por seus filhos”, acrescentou.<\/p>\n

Sua empresa, a Pure Project, vai pagar a eles um sol peruano (cerca de 30 centavos de d\u00f3lar) por cada muda plantada em sua propriedade, que podem chegar de 85 a 1.111 por hectare.<\/p>\n

Quando as \u00e1rvores alcan\u00e7arem o di\u00e2metro m\u00ednimo legal para corte, poder\u00e3o ser ceifadas pelos fazendeiros e vendidas.<\/p>\n

As \u00e1rvores crescem mais r\u00e1pido na floresta tropical amaz\u00f4nica do que em outra parte do mundo e podem alcan\u00e7ar de 6 a 12 metros em apenas um ano. Em meio ao verde denso e \u00e0 biodiversidade da floresta, as mudas crescem rapidamente suas folhas se estendem em busca de sol acima da copa das \u00e1rvores.<\/p>\n

“Al\u00e9m de reflorestar, estamos fazendo neg\u00f3cios”, diz Ozwaldo del Castillo, produtor de cacau pai de dois filhos adultos e de uma menina de 11 anos, todos residentes em Santa Ana.<\/p>\n

“Podemos estar velhos quando estas \u00e1rvores estiverem prontas para o corte, mas se pensar na pr\u00f3xima gera\u00e7\u00e3o, seus filhos e os filhos deles v\u00e3o se beneficiar no futuro”, pondera.<\/p>\n

Al\u00e9m de combater as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e fornecer uma esp\u00e9cie de fundo de pens\u00e3o para os produtores, o projeto agroflorestal \u00e9 uma forma de desenvolvimento sustent\u00e1vel que pode revitalizar terras desmatadas e improdutivas, resultantes de queimadas.<\/p>\n

“Imigrantes vindos das terras altas do Peru que chegam \u00e0 Amaz\u00f4nia n\u00e3o sabem como cultivar sem cortar e queimar as plantas e as \u00e1rvores”, explica Lecomte.<\/p>\n

“Isto produz um efeito negativo nos recursos h\u00eddricos, na eros\u00e3o do solo e, \u00e9 claro, na biodiversidade. As terras das pessoas est\u00e3o escorregando para o rio porque n\u00e3o h\u00e1 \u00e1rvores grandes e suas ra\u00edzes para mant\u00ea-las no lugar”, continua.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, as \u00e1rvores grandes como a teca e o cedro, d\u00e3o condi\u00e7\u00f5es ideais para os cacaueiros, \u00e1rvores menores que crescem melhor na sombra, enquanto as ra\u00edzes das \u00e1rvores maiores oxigenam o solo.<\/p>\n

O resultado \u00e9 que estes produtores podem dobrar sua produ\u00e7\u00e3o em at\u00e9 dois mil quilos de frutos de cacau por hectare, ao ano.<\/p>\n

O projeto peruano aguarda para julho a valida\u00e7\u00e3o do Voluntary Carbon Standard (VCS), padr\u00e3o internacional para compensa\u00e7\u00f5es de carbono.<\/p>\n

O Pure Project realiza projetos similares em 14 pa\u00edses com um n\u00famero de clientes corporativos, entre os quais a empresa de cosm\u00e9ticos Clarins, a grife Hugo Boss e o varejista franc\u00eas E. Leclerc.<\/p>\n

Ambicioso em sua vis\u00e3o, o projeto planeja plantar at\u00e9 quatro milh\u00f5es de \u00e1rvores nos pr\u00f3ximos cinco anos, com as quais ser\u00e1 capaz de capturar 2,3 milh\u00f5es de toneladas de carbono nos pr\u00f3ximos 40 anos, potencialidade que poder\u00e1 ser vendida no mercado volunt\u00e1rio de carbono pela companhia para financiar futuros plantios.<\/p>\n

Apesar da decep\u00e7\u00e3o que se seguiu \u00e0 Confer\u00eancia do Clima, em Copenhague, a COP15, idealistas como Lecomte n\u00e3o demonstram medo.<\/p>\n

Ele est\u00e1 convencido de que projetos como este s\u00e3o o in\u00edcio de uma tend\u00eancia muito maior e podem ser um importante nicho de mercado para pa\u00edses em desenvolvimento como o Peru.<\/p>\n

“A sustentabilidade n\u00e3o \u00e9 um obst\u00e1culo para o crescimento de grandes empresas, muito pelo contr\u00e1rio, ela pode ser uma vantagem estrat\u00e9gica”, sustentou.<\/p>\n

Projetos como este, destaca, funcionam como marketing para companhias como a Nestl\u00e9, mas tamb\u00e9m t\u00eam impacto real nos produtores no mundo em desenvolvimento. (Fonte: Yahoo!)<\/em>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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