{"id":56425,"date":"2010-06-22T00:03:46","date_gmt":"2010-06-22T03:03:46","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=56425"},"modified":"2010-06-21T14:33:49","modified_gmt":"2010-06-21T17:33:49","slug":"proteger-floresta-no-brasil-faz-bem-para-a-agricultura-dos-eua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2010\/06\/22\/56425-proteger-floresta-no-brasil-faz-bem-para-a-agricultura-dos-eua.html","title":{"rendered":"Proteger floresta no Brasil faz bem para a agricultura dos EUA"},"content":{"rendered":"
Est\u00e1 circulando entre parlamentares ruralistas um estudo que pode dar argumentos em favor de mudan\u00e7as no C\u00f3digo Florestal. Intitulado “Farms Here, Forests There” (“Fazendas Aqui, Florestas L\u00e1”, em ingl\u00eas), o documento americano afirma que os agricultores dos EUA podem ganhar at\u00e9 US$ 270 bilh\u00f5es em 2030 com a redu\u00e7\u00e3o do desmatamento nos pa\u00edses tropicais.<\/p>\n
O argumento \u00e9 que a maior prote\u00e7\u00e3o \u00e0s florestas prejudicar\u00e1 a produ\u00e7\u00e3o de carne, soja, dend\u00ea e madeira em pa\u00edses como o Brasil. Isso levaria a um aumento dos pre\u00e7os e \u00e0 abertura de um buraco na oferta, que seria preenchido pelos EUA.<\/p>\n
“Eliminar o desmatamento at\u00e9 2030 limitar\u00e1 a receita para a expans\u00e3o agr\u00edcola e para a atividade madeireira nos pa\u00edses tropicais, nivelando o campo de jogo para os produtores americanos no mercado global de commodities”, afirma o estudo.<\/p>\n
Lobby<\/strong> – O objetivo do documento, lan\u00e7ado no fim de maio pela ONG Avoided Deforestation Partners, \u00e9 convencer senadores dos EUA ligados ao agroneg\u00f3cio, a aprovarem a lei de mudan\u00e7a clim\u00e1tica em tramita\u00e7\u00e3o no Senado.<\/p>\n A lei prev\u00ea que os EUA possam negociar cr\u00e9ditos de carbono ilimitados pelo desmatamento tropical evitado. Ou seja, o pa\u00eds pagaria para manter a floresta em p\u00e9 no Brasil, por exemplo, e poderia abater o carbono que seria emitido pelo desmate das pr\u00f3prias metas de corte de polui\u00e7\u00e3o. O Brasil tem se oposto nas negocia\u00e7\u00f5es internacionais a permitir que a redu\u00e7\u00e3o no desmate possa gerar cr\u00e9ditos ilimitados. Segundo Paulo Ad\u00e1rio, do Greenpeace, fiar-se na nova pesquisa como subs\u00eddio para mudar a lei brasileira seria ruim para a bancada ruralista. “O estudo tem problemas s\u00e9rios”, afirma.<\/p>\n O principal, diz Ad\u00e1rio, \u00e9 n\u00e3o levar em conta que reduzir o desmate n\u00e3o diminui a fronteira agr\u00edcola brasileira. Citando um estudo de Gerd Sparovek, da USP, Ad\u00e1rio afirma que \u00e9 poss\u00edvel dobrar a produ\u00e7\u00e3o no Brasil s\u00f3 usando \u00e1reas abertas e com alta aptid\u00e3o agr\u00edcola. Ele lembra que desde 2006 vigora uma morat\u00f3ria ao plantio de soja em \u00e1reas desmatadas na Amaz\u00f4nia, e nem a produ\u00e7\u00e3o nem a produtividade ca\u00edram. “Neste ano ambas cresceram.”<\/p>\n “O estudo faz proje\u00e7\u00f5es burras associando linearmente hectares de desmatamento a mais ou menos produto”, pondera Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra Amaz\u00f4nia Brasileira. “Assim, desconsidera que a determinante para a produ\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 \u00e1rea e sim produtividade, especialmente nos pa\u00edses onde a produtividade m\u00e9dia \u00e9 baixa, o que \u00e9 o caso das pastagens no Brasil.”<\/p>\n Procurados, os autores do estudo n\u00e3o responderam aos pedidos de entrevista. (Fonte: Claudio Angelo\/ Folha.com)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
\nO estudo corrobora a vis\u00e3o de que a conserva\u00e7\u00e3o ambiental \u00e9 uma desculpa dos pa\u00edses desenvolvidos para impor barreiras \u00e0 agricultura do Brasil, mais competitiva. Tal vis\u00e3o permeia o relat\u00f3rio do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que prop\u00f5e reformar o C\u00f3digo Florestal reduzindo as \u00e1reas de mata protegidas em im\u00f3veis rurais. A proposta tramita numa comiss\u00e3o especial da C\u00e2mara dos Deputados.<\/p>\n
\n“S\u00f3 na Amaz\u00f4nia voc\u00ea tem 20 milh\u00f5es de hectares de terras degradadas e abandonadas. Quando voc\u00ea para de desmatar, as terras j\u00e1 abertas ganham valor”, afirma.<\/p>\n