\u00c9 como se a Amaz\u00f4nia tivesse “aprendido” a fabricar a pr\u00f3pria chuva. Migalhas microsc\u00f3picas de mat\u00e9ria org\u00e2nica, que sobem da mata para a atmosfera, agem como “sementes” de nuvens na regi\u00e3o, revela um novo estudo.<\/p>\n
Uma equipe internacional de cientistas detalha o fen\u00f4meno, j\u00e1 conhecido, mas ainda pouco compreendido, na edi\u00e7\u00e3o de sexta-feira (17) da revista especializada “Science”.<\/p>\n
“Pela primeira vez foi medida em detalhes a composi\u00e7\u00e3o e a distribui\u00e7\u00e3o de tamanho dessas part\u00edculas”, explica o f\u00edsico Paulo Artaxo, da USP, coautor do trabalho ao lado de colegas do Brasil e de institui\u00e7\u00f5es do exterior.<\/p>\n
Os dados foram obtidos na Reserva Biol\u00f3gica do Cuieiras, mantida pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz\u00f4nia) pouco mais de 50 km ao norte de Manaus.<\/p>\n
Os pesquisadores usaram uma s\u00e9rie de t\u00e9cnicas sofisticadas para saber de que eram feitas as part\u00edculas em suspens\u00e3o no ar (conhecidas como aeross\u00f3is), al\u00e9m de avaliar o potencial que elas tinham para gerar as nuvens carregadas de chuva.<\/p>\n
Os aeross\u00f3is s\u00e3o “sementes” de nuvens basicamente porque servem de plataformas em torno das quais o vapor d’\u00e1gua da atmosfera consegue se condensar, mais ou menos como as got\u00edculas que aparecem na superf\u00edcie de um espelho frio ao lado de um chuveiro quente.<\/p>\n
No caso dos aeross\u00f3is, tanto gotas quanto cristais de gelo podem se acumular.<\/p>\n
Dependendo do tipo e da quantidade das part\u00edculas, as nuvens atingem um tamanho cr\u00edtico, e a chuva ent\u00e3o despenca. Artaxo e companhia verificaram que, na esta\u00e7\u00e3o chuvosa da Amaz\u00f4nia, aeross\u00f3is produzidos pela pr\u00f3pria mata predominam, numa faixa que vai de 90% a 80% do total das part\u00edculas.<\/p>\n
As maiores s\u00e3o peda\u00e7os de folhas ou esporos de fungos; as menores, e aparentemente entre as mais importantes, s\u00e3o mol\u00e9culas emitidas pelas \u00e1rvores que se transformam quimicamente em contato com o ar. “Essas \u00faltimas s\u00e3o chaves na forma\u00e7\u00e3o de nuvens rasas”, diz Artaxo.<\/p>\n
Os cientistas comparam a floresta a um imenso reator: ela “usaria” plantas para produzir aeross\u00f3is os quais, por sua vez, trazem a chuva que sustenta a vegeta\u00e7\u00e3o. (Fonte: Reinaldo Jos\u00e9 Lopes\/ Folha.com)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Os pesquisadores usaram uma s\u00e9rie de t\u00e9cnicas sofisticadas para saber de que eram feitas as part\u00edculas em suspens\u00e3o no ar (conhecidas como aeross\u00f3is), al\u00e9m de avaliar o potencial que elas tinham para gerar as nuvens carregadas de chuva. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,75],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/60514"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=60514"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/60514\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=60514"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=60514"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=60514"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}