As discuss\u00f5es sobre a agenda que travou as negocia\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas da ONU em Bangcoc esta semana mostram que alguns pa\u00edses est\u00e3o tentando retroceder em rela\u00e7\u00e3o aos acordos conquistados a duras penas em dezembro passado, disse a R\u00fassia nesta quarta-feira (6).<\/p>\n
O acordo fechado em Canc\u00fan em dezembro previu a cria\u00e7\u00e3o de um Fundo Clim\u00e1tico Verde para administrar 100 bilh\u00f5es de d\u00f3lares anuais em assist\u00eancia a pa\u00edses pobres at\u00e9 2020 e a limita\u00e7\u00e3o da alta na temperatura m\u00e9dia mundial a menos de 2 graus Celsius em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 \u00e9poca pr\u00e9-industrial.<\/p>\n
O pacto tamb\u00e9m conquistou um consenso em rela\u00e7\u00e3o a medidas para proteger as florestas tropicais e um quadro de medidas para ajudar os pa\u00edses mais pobres a se adaptarem \u00e0 eleva\u00e7\u00e3o do n\u00edvel dos mares e a maiores extremos clim\u00e1ticos, em uma s\u00e9rie de acordos que foram vistos como salvadores das dif\u00edceis negocia\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas da ONU.<\/p>\n
Mas as discuss\u00f5es de 3 a 8 de abril em Bangcoc, a primeira grande confer\u00eancia clim\u00e1tica mundial desde Canc\u00fan, na qual se pretendia acordar um plano que levasse o trabalho adiante, partindo dos acordos de dezembro, est\u00e3o atoladas em fun\u00e7\u00e3o de uma disputa sobre uma agenda apresentada pelo grupo G77 mais a China, composto de 131 membros.<\/p>\n
Os pa\u00edses ricos dizem que a agenda n\u00e3o reflete todos os acordos fechados em Canc\u00fan e que faz press\u00e3o pela resolu\u00e7\u00e3o at\u00e9 o final do ano das mais importantes quest\u00f5es que ficaram em aberto, em lugar de tentar estudar os problemas passo a passo, como foi acordado em Canc\u00fan.<\/p>\n
“As esperan\u00e7as e expectativas eram que, depois de Canc\u00fan, iniciar\u00edamos um trabalho mais focado de avan\u00e7ar a partir do resultado de Canc\u00fan”, disse Oleg Shamanov, chefe da delega\u00e7\u00e3o russa.<\/p>\n
Shamanov disse que a ideia era discutir os elementos espec\u00edficos das decis\u00f5es formais a serem tomadas na confer\u00eancia clim\u00e1tica principal do fim do ano em Durban, na \u00c1frica do Sul.<\/p>\n
“Em lugar disso, estamos agora atolados em discuss\u00f5es puramente de procedimentos, sobre a agenda, coisa que poderia ter sido evitada.”<\/p>\n
“Isso me decepciona profundamente, j\u00e1 que estamos retrocedendo em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 din\u00e2mica que alcan\u00e7amos em Canc\u00fan”, disse ele em entrevista \u00e0 Reuters.<\/p>\n
O encontro em Canc\u00fan deixou sem resolver quest\u00f5es mais dif\u00edceis como o destino do Protocolo de Kyoto — a arma principal da ONU na luta contra as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. Os pa\u00edses pobres querem que o destino de Kyoto seja resolvido em Durban.<\/p>\n
A primeira fase de Kyoto, 2008-2012, obriga quase 40 pa\u00edses ricos a respeitar metas de emiss\u00f5es. Mas ainda n\u00e3o h\u00e1 em vista nenhum pacto sucessor que amplie ou substitua o de Kyoto, e os pa\u00edses ricos e pobres est\u00e3o profundamente divididos quanto \u00e0 forma que qualquer pacto novo deve ter.<\/p>\n
Os pa\u00edses mais pobres querem que Kyoto continue como o acordo principal. Pelos termos do pacto, os pa\u00edses em desenvolvimento s\u00e3o obrigados a tomar medidas volunt\u00e1rias para limitar suas emiss\u00f5es.<\/p>\n
“Minha avalia\u00e7\u00e3o \u00e9 que algumas partes est\u00e3o um pouco assustadas com o que foi acordado em Canc\u00fan, temendo que os compromissos assumidos sejam de alcance demasiado longo, e que estejam querendo assumir uma posi\u00e7\u00e3o de cautela”, disse Shamanov, acrescentando que a R\u00fassia est\u00e1 ansiosa para ver as negocia\u00e7\u00f5es avan\u00e7ar. (Fonte: Portal iG)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"