As aves da Amaz\u00f4nia s\u00e3o mais resistentes do que os cientistas imaginavam. Esp\u00e9cies consideradas extintas em certas \u00e1reas da floresta reapareceram ap\u00f3s mais de 20 anos de sumi\u00e7o.<\/p>\n
A constata\u00e7\u00e3o \u00e9 de um dos mais longos e abrangentes estudos sobre impacto da destrui\u00e7\u00e3o das matas nas popula\u00e7\u00f5es de aves da regi\u00e3o.<\/p>\n
Desde o in\u00edcio da d\u00e9cada de 1980, pesquisadores americanos e do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz\u00f4nia) estudam 11 fragmentos de floresta, com tamanho entre 1 hectare e 100 hectares, perto de Manaus.<\/p>\n
Essas \u00e1reas funcionam como “ilhas de floresta” em meio a propriedades desmatadas para receber atividade agropecu\u00e1ria. Elas existem porque, para autorizar o desmatamento, exigia-se que os produtores mantivessem um peda\u00e7o da mata nativa.<\/p>\n
Os pesquisadores monitoraram essas aves e as \u00e1reas que elas habitavam antes que as \u00e1rvores do entorno come\u00e7assem a ser derrubadas. Depois, a partir de 1985, fizeram novas medi\u00e7\u00f5es a cada sete anos.<\/p>\n
Consequ\u00eancias <\/strong>– No primeiro ano ap\u00f3s o desmatamento, a maioria das das esp\u00e9cies de aves simplesmente desapareceu desses fragmentos. Algumas migraram para outras regi\u00f5es, enquanto outras, sem alternativa, acabaram morrendo.<\/p>\n Por fim, aconteceu o que os cientistas chamam de “extin\u00e7\u00e3o local”: as esp\u00e9cies de aves desapareceram completamente daquelas \u00e1reas.<\/p>\n As perdas de esp\u00e9cies variaram conforme o n\u00edvel de perda de cobertura florestal e integra\u00e7\u00e3o com o entorno. Elas foram entre 10% nas \u00e1reas grandes e menos fragmentadas at\u00e9 70% nas menores e mais isoladas da amostra.<\/p>\n Regenera\u00e7\u00e3o <\/strong>– Segundo os pesquisadores, com o tempo, a atividade agropecu\u00e1ria desacelerou e a floresta voltou a crescer e a se recuperar no entorno de alguns dos fragmentos.<\/p>\n Com isso, houve um processo de recoloniza\u00e7\u00e3o, com boa parte das aves retornando a suas \u00e1reas iniciais.<\/p>\n Em 2007, quando foi feita a \u00faltima medi\u00e7\u00e3o, 97 das 101 esp\u00e9cies de aves monitoradas haviam voltado a pelo menos um dos fragmentos.<\/p>\n “Nossos exemplos s\u00e3o fotografias no tempo. Eles mostram que os fragmentos de floresta t\u00eam potencial para recuperar sua biodiversidade se eles estiverem inseridos em uma paisagem que possa ser reintegrada”, afirmou o ornit\u00f3logo Philip Stouffer, da Universidade do Estado da Louisiana (EUA).<\/p>\n A pesquisa, paga pela Funda\u00e7\u00e3o Nacional de Ci\u00eancia dos Estados Unidos, considerou s\u00f3 as aves do sub-bosque -que voam em uma altura intermedi\u00e1ria na floresta- e n\u00e3o incluiu as das \u00e1reas mais altas ou mais baixas.<\/p>\n “Embora uma pequena fra\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies seja extremamente vulner\u00e1vel \u00e0 fragmenta\u00e7\u00e3o e previsivelmente acabe extinta, desenvolver uma segunda gera\u00e7\u00e3o de florestas em volta desses fragmentos estimula a recoloniza\u00e7\u00e3o”, avalia Stouffer, que chefiou o trabalho publicado na revista especializada de acesso livre “PLoS One”.<\/p>\n Na opini\u00e3o dos cientistas, o processo de recupera\u00e7\u00e3o que foi mostrado agora na floresta amaz\u00f4nica brasileira poderia acontecer tamb\u00e9m em outros ecossistemas com matas tropicais no mundo. (Fonte: Giuliana Miranda\/ Folha.com)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Segundo os pesquisadores, com o tempo, a atividade agropecu\u00e1ria desacelerou e a floresta voltou a crescer e a se recuperar no entorno de alguns dos fragmentos. Com isso, houve um processo de recoloniza\u00e7\u00e3o, com boa parte das aves retornando a suas \u00e1reas iniciais. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,66,73],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/71839"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=71839"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/71839\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=71839"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=71839"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=71839"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}