A coordenadora do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Ecologia e Conserva\u00e7\u00e3o da Universidade Federal do Paran\u00e1 (UFPR), Luc\u00e9lia Donatti, disse nesta ter\u00e7a-feira (28) esperar que o governo federal ou\u00e7a a comunidade cient\u00edfica antes de construir a nova base brasileira na Ant\u00e1rtica.<\/p>\n
\u201cN\u00e3o importa que [a reconstru\u00e7\u00e3o] leve um, dois, ou tr\u00eas anos. Esperamos que a comunidade cient\u00edfica seja ouvida, consultada sobre a nova base\u201d, disse a professora, que lamenta a descontinuidade dos projetos e a perda de material biol\u00f3gico, al\u00e9m de alguns equipamentos, no inc\u00eandio que destruiu, no \u00faltimo s\u00e1bado (25), a Esta\u00e7\u00e3o Ant\u00e1rtica Comandante Ferraz. \u201cH\u00e1 pesquisas, como a nossa, que n\u00e3o podem ser feitas em navios, dependem de uma base fixa\u201d, ressaltou.<\/p>\n
O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, informou que deve conversar na pr\u00f3xima semana com o ministro da Ci\u00eancia, Tecnologia e Inova\u00e7\u00e3o, Marco Antonio Raupp, que ir\u00e1 a Curitiba. \u201cVamos procurar ampliar o suporte ao programa, apesar das dificuldades or\u00e7ament\u00e1rias\u201d, disse Zaki.<\/p>\n
Quatro pesquisadoras da UFPR \u2013 Maria Rosa Pedreiro, aluna do mestrado em biologia celular e molecular, C\u00edntia Machado, doutoranda em biologia celular e molecular, N\u00e1dia Sabchuk, mestranda em ecologia e Conserva\u00e7\u00e3o, e Priscila Krebsbash, mestranda em biologia celular e molecular \u2013 que faziam trabalhos de campo na base brasileira, falaram hoje sobre o inc\u00eandio de s\u00e1bado. Tamb\u00e9m participaram da entrevista coletiva a professora Luc\u00e9lia Donatti e o reitor Zaki Akel Sobrinho.<\/p>\n
\u201cAos poucos, [o fogo] foi atingindo m\u00f3dulo por m\u00f3dulo [da base] ao longo da madrugada, e eu preferi n\u00e3o ficar olhando. A dor de ver aquele local queimando foi muito grande\u201d, contou Maria Rosa. \u201cPela mem\u00f3ria dos dois militares [o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o sargento Roberto Lopes dos Santos, que foram promovidos postumamente a segundo-tenente] que morreram, quero voltar para aquele lugar, at\u00e9 para mostrar que eles n\u00e3o lutaram em v\u00e3o\u201d, disse ela.<\/p>\n
A principal \u00e1rea de pesquisa da Universidade Federal do Paran\u00e1, presente no territ\u00f3rio ant\u00e1rtico desde 1984, \u00e9 a de altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e suas implica\u00e7\u00f5es em organismos vivos da regi\u00e3o. Todo o trabalho da atual expedi\u00e7\u00e3o do grupo, que retornaria ao Brasil no dia 10 de mar\u00e7o, permaneceu na base. \u201cMas temos material de expedi\u00e7\u00f5es anteriores, an\u00e1lises que precisam ser feitas\u201d, informou Maria Rosa.<\/p>\n
As pesquisadoras disseram que todos os ocupantes da base s\u00e3o instru\u00eddos sobre como proceder em casos de acidentes desse tipo. \u201cA primeira coisa que a gente faz quando chega \u00e9 receber instru\u00e7\u00f5es e participar de palestras sobre o que fazer em caso de algum problema\u201d, afirmou C\u00edntia Machado. \u201cTanto que fomos para o local adequado e, hoje, estamos todas bem\u201d, completou.<\/p>\n
A sa\u00edda foi r\u00e1pida e sem tumulto, lembrou N\u00e1dia. “Ficamos abrigadas em ref\u00fagios pr\u00f3ximos. No come\u00e7o do inc\u00eandio, ainda est\u00e1vamos acordadas, conversando. Quando fomos avisadas, n\u00f3s nos dirigimos \u00e0 sala de estar, onde foi feita uma chamada para verificar se todos estavam l\u00e1.”<\/p>\n
Elas acompanharam a dist\u00e2ncia as tentativas de controle do inc\u00eandio e ficaram sabendo da morte dos dois militares cerca de tr\u00eas horas depois. \u201cNa hora, a gente estava com pouca roupa. Conseguimos chegar aos camarotes e pegar os nossos documentos, mas o restante se foi\u201d, lamentou Priscila. \u201cNo in\u00edcio, a gente ainda acreditava que o fogo seria controlado.\u201d (Fonte: L\u00facia N\u00f3rcio\/ Ag\u00eancia Brasil)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" \u201cN\u00e3o importa que [a reconstru\u00e7\u00e3o] leve um, dois, ou tr\u00eas anos. Esperamos que a comunidade cient\u00edfica seja ouvida, consultada sobre a nova base\u201d, disse a coordenadora do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Ecologia e Conserva\u00e7\u00e3o da UFPR, Luc\u00e9lia Donatti. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[17,36,75],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/80601"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=80601"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/80601\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=80601"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=80601"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=80601"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}