Pesquisadores da Universidade de Bras\u00edlia (UnB) est\u00e3o desenvolvendo uma t\u00e9cnica para sintetizar mol\u00e9culas capazes de inibir o ciclo reprodutivo do HIV, v\u00edrus da Aids. Com isso, eles esperam, em breve, conseguir produzir rem\u00e9dios mais eficazes contra a doen\u00e7a e com menos efeitos colaterais.<\/p>\n
O estudo iniciado por Carlos Eduardo de Melo Salvador, de 32 anos, durante o mestrado, est\u00e1 em fase de testes das mol\u00e9culas. O objetivo \u00e9 saber se elas s\u00e3o eficientes para impedir a propaga\u00e7\u00e3o do v\u00edrus. Depois, \u00e9 preciso conferir a toxicidade delas para os seres humanos.<\/p>\n
Salvador conta que decidiu estudar o HIV por acaso. Ele havia conclu\u00eddo a gradua\u00e7\u00e3o h\u00e1 quatro anos quando quis voltar a estudar. Como n\u00e3o foi aprovado na primeira sele\u00e7\u00e3o de mestrado que tentou no Instituto de Qu\u00edmica, se abriu para outras possibilidades.<\/p>\n
Passeando pelo c\u00e2mpus da UnB, deparou-se com um cartaz sobre uma pesquisa realizada na Faculdade de Sa\u00fade. Enrique Roberto Arga\u00f1araz, do Departamento de Farm\u00e1cia, estudava a prote\u00edna Nef, que descobrira ser muito importante para o ciclo reprodutivo do HIV.<\/p>\n
Por fim, Salvador passou no mestrado na Qu\u00edmica, mas j\u00e1 estava apaixonado pelo assunto. \u201cSempre fui muito curioso, esse \u00e9 um tema importante e meu ideal sempre foi contribuir com algo significativo para a sociedade\u201d, afirma.<\/p>\n
Primeiro, a teoria <\/strong> – Na \u00e1rea de Qu\u00edmica Org\u00e2nica, \u00e0 qual o mestrado do jovem qu\u00edmico estava ligado, Salvador n\u00e3o encontrou bibliografia sobre mol\u00e9culas capazes de inibir a Nef. O HIV tem a ajuda dessa prote\u00edna para incorporar seu DNA ao da c\u00e9lula hospedeira. Al\u00e9m disso, a Nef auxilia o v\u00edrus a destruir os receptores CD4 dos linf\u00f3citos, que impediriam a reprodu\u00e7\u00e3o do HIV.<\/p>\n Por isso, durante quase tr\u00eas anos, ele, ajudado pela colega Luc\u00edlia Zeymer Alves Corr\u00eaa, de 24 anos, e orientado pelo professor , calcularam as estruturas que teriam melhor intera\u00e7\u00e3o com a Nef, desenharam modelos no computador, com a ajuda de um simulador 3D, e, por fim, sintetizaram as mol\u00e9culas em laborat\u00f3rio.<\/p>\n Ao todo, os pesquisadores produziram sete mol\u00e9culas a partir dos modelos te\u00f3ricos. Salvador, que est\u00e1 no doutorado, explica que as dificuldades agora s\u00e3o os materiais necess\u00e1rios para os testes. Primeiro, as mol\u00e9culas s\u00e3o usadas em v\u00edrus sem capacidade infecciosa. A proposta \u00e9 apenas conferir a rela\u00e7\u00e3o delas com a Nef. Depois, eles partir\u00e3o para os v\u00edrus de verdade.<\/p>\n \u201cA maior expectativa agora \u00e9 conseguir comprovar a teoria e obtermos resultados com as mol\u00e9culas que criamos. Se elas forem promissoras, vamos para a pr\u00f3xima fase, que \u00e9 avaliar se essas novas mol\u00e9culas s\u00e3o t\u00f3xicas ao organismo humano\u201d, comenta o professor Zago.<\/p>\n Longo caminho <\/strong>– Salvador diz que o maior problema dos medicamentos atuais contra a Aids \u00e9 que eles atacam n\u00e3o s\u00f3 o v\u00edrus, mas tamb\u00e9m outras fun\u00e7\u00f5es das c\u00e9lulas. Mas, para testar uma nova droga em humanos, no entanto, o caminho \u00e9 longo. \u201cPelo menos 10 anos\u201d, declara o professor.<\/p>\n Para Luc\u00edlia, o esfor\u00e7o vale a pena. \u201cMesmo que n\u00e3o funcione nada no final, teremos avan\u00e7ado algo para os pr\u00f3ximos pesquisadores, que n\u00e3o precisar\u00e3o repetir a mesma coisa\u201d, afirma. Al\u00e9m disso, os qu\u00edmicos ter\u00e3o uma forma\u00e7\u00e3o mais ampla, preocupada n\u00e3o s\u00f3 com a teoria qu\u00edmica. \u201cSer\u00e3o profissionais mais completos\u201d, ressalta Zago. (Fonte: Priscilla Borges\/ Portal iG)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Pesquisadores esperam reter prote\u00edna que acelera crescimento do v\u00edrus e criar rem\u00e9dios com menos efeitos colaterais. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[36,103],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/82698"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=82698"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/82698\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=82698"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=82698"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=82698"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}