{"id":82746,"date":"2012-04-30T00:02:06","date_gmt":"2012-04-30T03:02:06","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=82746"},"modified":"2012-04-29T20:39:15","modified_gmt":"2012-04-29T23:39:15","slug":"reservas-particulares-do-patrimonio-natural-triplicam-no-rj","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2012\/04\/30\/82746-reservas-particulares-do-patrimonio-natural-triplicam-no-rj.html","title":{"rendered":"Reservas particulares do Patrim\u00f4nio Natural triplicam no RJ"},"content":{"rendered":"

O n\u00famero de reservas particulares do Patrim\u00f4nio Natural (RPPNs) triplicou no no estado fluminense em quatro anos. Dados do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) apontam que o n\u00famero de propriedades de conserva\u00e7\u00e3o particulares passou de 66, em 2008, para 115, em 2012. De acordo com a coordenadora do N\u00facleo de RPPN do Inea, Roberta Guagliardi, cerca de 60 pedidos est\u00e3o sendo analisados e a expectativa \u00e9 que em aproximadamente um ano o Rio de Janeiro atinja a marca de 100 unidades de conserva\u00e7\u00e3o particulares.<\/p>\n

\u201cCom a cria\u00e7\u00e3o desse n\u00facleo, criado em 2008 para cuidar exclusivamente das RPPNs, a burocracia diminuiu e foi poss\u00edvel atender a uma demanda reprimida e focar na amplia\u00e7\u00e3o e fortalecimento dessas unidades de conserva\u00e7\u00e3o\u201d, explicou Roberta.<\/p>\n

As RPPNs s\u00e3o unidades de conserva\u00e7\u00e3o ambiental criadas em \u00e1rea particular por ato volunt\u00e1rio do propriet\u00e1rio. O dono do im\u00f3vel n\u00e3o perde os direitos da propriedade e a gest\u00e3o da \u00e1rea, ficando respons\u00e1vel pelo manejo e prote\u00e7\u00e3o da reserva.<\/p>\n

Para ampliar ainda mais esse n\u00famero, o Inea vem realizando uma campanha de mobiliza\u00e7\u00e3o itinerante e j\u00e1 passou por 46 munic\u00edpios fluminenses explicando aos propriet\u00e1rios rurais sobre os benef\u00edcios das RPPNs e os crit\u00e9rios e processos para cri\u00e1-las.<\/p>\n

Apesar do incentivo governamental que isenta o Imposto Territorial Rural das RPPNs, esse n\u00e3o \u00e9 o principal est\u00edmulo para propriet\u00e1rios que solicitam o reconhecimento de suas terras. \u201cMuitos propriet\u00e1rios nos procuram por apego sentimental \u00e0 terra, para garantir que essa \u00e1rea seja permanentemente preservada, j\u00e1 que o t\u00edtulo \u00e9 perp\u00e9tuo e irrevers\u00edvel. H\u00e1 tamb\u00e9m empres\u00e1rios, como donos de cacha\u00e7arias, pousadas, agricultores de produtos org\u00e2nicos, que desejam valorizar sua marca ou agregar valor ao produto com o selo RPPN\u201d, explicou a coordenadora do n\u00facleo.<\/p>\n

Dados do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente (MMA) mostram que em todo o Brasil existem cerca de 1.073 reservas de Patrim\u00f4nio Natural em propriedades privadas que protegem 698 mil hectares de terra. A grande maioria (734) est\u00e1 localizada em regi\u00f5es da Mata Atl\u00e2ntica e protege mais de 136 mil hectares. Ainda segundo o MMA, cerca de 80% do bioma encontram-se em terras particulares.<\/p>\n

H\u00e1 nove anos apoiando, t\u00e9cnica e financeiramente, a cria\u00e7\u00e3o e gest\u00e3o de unidades de conserva\u00e7\u00e3o particulares, a Funda\u00e7\u00e3o SOS Mata Atl\u00e2ntica auxiliou cerca de 467 propriet\u00e1rios interessados em transformar suas terras em RPPN. A coordenadora do programa, Mariana Machado, explicou que no Rio mais de 100 RPPNs est\u00e3o sendo criadas com o apoio do programa.<\/p>\n

\u201cPor lei, uma RPPN pode ser explorada apenas para atividades relacionadas \u00e0 pesquisa cient\u00edfica, ao ecoturismo e \u00e0 educa\u00e7\u00e3o ambiental. Ent\u00e3o auxiliamos esses propriet\u00e1rios com a documenta\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria para entrar com um pedido no \u00f3rg\u00e3o ambiental e tamb\u00e9m com planos de manejo para ajudar o propriet\u00e1rio a gerir sua terra de forma a preservar o bioma\u201d, diz Mariana.<\/p>\n

O propriet\u00e1rio rural, Luiz Nelson Faria Cardoso, foi pioneiro nesse processo e realiza as tr\u00eas atividades permitidas por lei em sua propriedade, na localidade de Aldeia Velha, regi\u00e3o das baixadas litor\u00e2neas. Ele foi o primeiro da regi\u00e3o a solicitar o reconhecimento do RPPN para sua Fazenda Bom Retiro em 1993 e hoje tem parcerias com institutos de pesquisa e universidades, promove educa\u00e7\u00e3o ambiental, ecoturismo e possui uma pousada e um camping na propriedade. \u201cA gente produzia banana e leite, mas ent\u00e3o descobri o n\u00famero de animais em extin\u00e7\u00e3o e do tamanho da devasta\u00e7\u00e3o da flora e percebi que a fazenda tinha outro perfil que era o da preserva\u00e7\u00e3o\u201d, disse.<\/p>\n

Em uma parceria com a Associa\u00e7\u00e3o Mico-Le\u00e3o-Dourado foi poss\u00edvel introduzir um casal dessa esp\u00e9cie em extin\u00e7\u00e3o na fazenda em 1994. “Hoje todas as \u00e1reas florestadas da regi\u00e3o tem mico-le\u00e3o-dourado”, comemora Nelson. Ele contou ainda que nesse mesmo ano, foi descoberto pelo Museu Hist\u00f3rico Nacional um caramujo considerado extinto e uma nova variedade de brom\u00e9lias pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que ganhou o nome dos pesquisadores que a encontraram: “Leme&Costa”.<\/p>\n

Luiz lamentou, no entanto, que seus vizinhos n\u00e3o tenham o mesmo grau de conscientiza\u00e7\u00e3o. \u201cTodos os propriet\u00e1rios rurais aqui de Aldeia Velha est\u00e3o usando herbicidas em suas lavouras em \u00e1reas onde passam nascentes, matando \u00e1rvores. Uma barbaridade\u201d.<\/p>\n

Apesar do aumento de \u00e1reas preservadas por particulares, a Mata Atl\u00e2ntica, ainda presente em 17 estados brasileiros, est\u00e1 reduzida a cerca de 7% da \u00e1rea original, segundo dados do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente (MMA). A grande fragmenta\u00e7\u00e3o das florestas do bioma faz com que as \u00e1reas protegidas sejam muito pequenas e a distribui\u00e7\u00e3o esparsa, o que dificulta o tr\u00e2nsito de esp\u00e9cies e as trocas gen\u00e9ticas necess\u00e1rias \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o da biodiversidade numa perspectiva de longo prazo. (Fonte: Fl\u00e1via Villela\/ Ag\u00eancia Brasil)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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