Relat\u00f3rio divulgado pelo Programa das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) nesta quarta-feira (6) no Rio de Janeiro aponta que nas duas \u00faltimas d\u00e9cadas houve agravamento do desmatamento das florestas, da pesca excessiva, da polui\u00e7\u00e3o do ar e da \u00e1gua, al\u00e9m das emiss\u00f5es de gases causadores do efeito estufa.<\/p>\n
A divulga\u00e7\u00e3o acontece uma semana antes do in\u00edcio da Rio+20, Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent\u00e1vel, que inicia dia 13 e segue at\u00e9 o dia 22 de junho.<\/p>\n
O documento denominado “Panorama Ambiental Global (Geo-5)” aponta que das 90 metas e objetivos ambientais que se tornaram refer\u00eancia a partir da Rio 92, apenas quatro foram cumpridas. A confer\u00eancia ambiental realizada no Rio de Janeiro criou tratados para o clima, biodiversidade e desertifica\u00e7\u00e3o, al\u00e9m da Agenda 21.<\/p>\n
Mas o relat\u00f3rio afirmou tamb\u00e9m que h\u00e1 esperan\u00e7a e que ainda \u00e9 poss\u00edvel obter crescimento econ\u00f4mico favor\u00e1vel ao meio ambiente, apesar dos desafios da popula\u00e7\u00e3o humana crescente, expans\u00e3o da urbaniza\u00e7\u00e3o e o apetite insaci\u00e1vel por alimentos e recursos.<\/p>\n
A seguir est\u00e3o algumas das principais conclus\u00f5es do Geo-5, quinto levantamento da sa\u00fade ambiental global e que contou com a colabora\u00e7\u00e3o de 600 especialistas. O primeiro panorama foi elaborado em 1997.<\/p>\n
Metas verdes<\/strong> – O relat\u00f3rio GEO-5 disse que foi feito progresso significativo para eliminar a produ\u00e7\u00e3o e utiliza\u00e7\u00e3o de produtos qu\u00edmicos que destroem a camada de oz\u00f4nio, remo\u00e7\u00e3o do chumbo dos combust\u00edveis, aumento do acesso a fontes melhoradas de \u00e1gua e mais pesquisas para reduzir a polui\u00e7\u00e3o do ambiente marinho.<\/p>\n A redu\u00e7\u00e3o dos riscos de sa\u00fade alcan\u00e7ada pela elimina\u00e7\u00e3o progressiva dos combust\u00edveis \u00e0 base de chumbo tem benef\u00edcios econ\u00f4micos estimados em US$ 2,45 trilh\u00f5es por ano (cerca de 4% do Produto Interno Bruto global).<\/p>\n De acordo com o panorama, houve pouco progresso em 40 metas, incluindo a expans\u00e3o de \u00e1reas protegidas, como parques nacionais, enquanto pouco ou nenhum progresso foi detectado em 24 delas -incluindo as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, estoques de peixes e desertifica\u00e7\u00e3o e seca.<\/p>\n Oito objetivos mostraram mais deteriora\u00e7\u00e3o, incluindo a situa\u00e7\u00e3o dos recifes de coral do mundo.<\/p>\n O planeta hoje<\/strong> – An\u00e1lise dos modelos atuais mostra que as emiss\u00f5es de gases de efeito estufa podem dobrar nos pr\u00f3ximos 50 anos, levando a um aumento na temperatura global de 3 graus Celsius ou mais at\u00e9 o final do s\u00e9culo. Perdas na agricultura, danos de eventos clim\u00e1ticos extremos e os maiores custos de sa\u00fade v\u00e3o reduzir o PIB global.<\/p>\n A regi\u00e3o da \u00c1sia-Pac\u00edfico vai contribuir com cerca de 45% das emiss\u00f5es de CO2 globais relacionadas \u00e0 energia at\u00e9 2030 e por volta de 60% das emiss\u00f5es globais at\u00e9 2100, num cen\u00e1rio normal.<\/p>\n China, \u00cdndia e Coreia do Sul est\u00e3o promovendo energia renov\u00e1vel e efici\u00eancia energ\u00e9tica e concordaram com metas volunt\u00e1rias de redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es, em uma virada positiva em rela\u00e7\u00e3o a uma energia mais verde.<\/p>\n Cerca de 20% das esp\u00e9cies de vertebrados est\u00e3o amea\u00e7adas. O risco de extin\u00e7\u00e3o aumenta rapidamente para os corais do que para qualquer outro grupo de organismos vivos, com a condi\u00e7\u00e3o dos recifes de coral declinando 38% desde 1980. Retra\u00e7\u00e3o \u00e1pida \u00e9 projetada at\u00e9 2050.<\/p>\n Os estoques de peixes diminu\u00edram a uma taxa sem precedentes nas \u00faltimas duas d\u00e9cadas. A pesca mais do que quadruplicou entre os anos de 1950 e 1990, com o registro de estabiliza\u00e7\u00e3o ou diminui\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o.<\/p>\n Vai faltar \u00e1gua<\/strong> – Mais de 600 milh\u00f5es de pessoas devem ficar sem acesso a \u00e1gua pot\u00e1vel at\u00e9 2015, enquanto mais de 2,5 bilh\u00f5es de pessoas n\u00e3o ter\u00e3o acesso a saneamento b\u00e1sico. Desde 2000, os reservat\u00f3rios de \u00e1gua subterr\u00e2nea se deterioraram ainda mais, enquanto o uso mundial de \u00e1gua triplicou nos \u00faltimos 50 anos.<\/p>\n O relat\u00f3rio identificou o Oeste da \u00c1sia entre as regi\u00f5es de maior preocupa\u00e7\u00e3o com escassez de \u00e1gua e uso eficiente da \u00e1gua. Mesmo com a demanda por \u00e1gua crescendo, os recursos h\u00eddricos renov\u00e1veis per capita na regi\u00e3o ir\u00e3o diminuir em mais da metade at\u00e9 2025, sugerindo que mais usinas de dessaliniza\u00e7\u00e3o que usam muita energia ser\u00e3o necess\u00e1rias.<\/p>\n O n\u00famero de zonas costeiras mortas aumentou dramaticamente nos \u00faltimos anos. Das 169 zonas costeiras mortas no mundo todo, apenas 13 est\u00e3o se recuperando.<\/p>\n A perda anual de florestas caiu de 16 milh\u00f5es de hectares na d\u00e9cada de 1990 para cerca de 13 milh\u00f5es de hectares entre 2000 e 2010. \u00c9 o equivalente a uma \u00e1rea do tamanho da Inglaterra sendo derrubada anualmente.<\/p>\n Europa e Am\u00e9rica do Norte est\u00e3o consumindo os recursos do planeta a n\u00edveis insustent\u00e1veis.<\/p>\n O consumo tamb\u00e9m aumentou na regi\u00e3o da \u00c1sia-Pac\u00edfico, que ultrapassou o restante do mundo para se tornar o maior usu\u00e1rio \u00fanico dos recursos naturais. Um estudo separado da ONU descobriu que o consumo de materiais na regi\u00e3o mais que dobrou de 17,4 bilh\u00f5es de toneladas em 1992 para mais de 37 bilh\u00f5es de toneladas em 2008.<\/p>\n Brasil, Am\u00e9rica Latina e Caribe<\/strong> – O documento cita que a regi\u00e3o da Am\u00e9rica Latina e Caribe \u00e9 considerada crucial para a sa\u00fade do planeta devido \u00e0 biodiversidade encontrada nos pa\u00edses, como o Brasil.\u00a0 O Pnuma cita que pol\u00edticas ambientais criadas para reduzir o desmatamento na Amaz\u00f4nia brasileira e na Col\u00f4mbia ajudaram a diminuir as emiss\u00f5es de gases de efeito estufa provenientes da floresta.<\/p>\n Nesta ter\u00e7a-feira (5) a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, anunciou que a devasta\u00e7\u00e3o do bioma atingiu seu menor \u00edndice em 23 anos – desde que sat\u00e9lites passaram a monitorar crimes ambientais na Amaz\u00f4nia, em 1988.<\/p>\n Se nada for feito para conter o aquecimento global, o bioma pode perder um ter\u00e7o de sua \u00e1rea at\u00e9 2100 devido \u00e0 seca e a queimadas. O \u00f3rg\u00e3o ambiental das Na\u00e7\u00f5es Unidas afirma ainda que \u00e9 preciso aten\u00e7\u00e3o para o crescimento populacional e aos desafios ligados ao uso de recursos h\u00eddricos, tratamento de esgoto, contamina\u00e7\u00e3o da \u00e1gua pot\u00e1vel e oceanos.<\/p>\n A ONU prop\u00f5e aos pa\u00edses dessa regi\u00e3o que intensifiquem pol\u00edticas de preserva\u00e7\u00e3o e alcancem modelos de desenvolvimento sustent\u00e1vel. Segundo o documento, apenas com essas propostas \u00e9 que ser\u00e1 poss\u00edvel combater desafios como a pobreza e a desigualdade social.<\/p>\n O que pode ser feito<\/strong> – O relat\u00f3rio disse que h\u00e1 necessidade de metas claras, de longo prazo para o desenvolvimento e o meio ambiente e de uma responsabilidade mais forte nos acordos internacionais.\u00a0<\/p>\n H\u00e1 tamb\u00e9m uma necessidade de mais programas que coloquem valor sobre os ecossistemas e os servi\u00e7os que eles fornecem \u00e0s economias, como o ar fresco das florestas, bacias hidrogr\u00e1ficas de rios e prote\u00e7\u00e3o de tempestade dos manguezais.<\/p>\n As na\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m devem incorporar o valor das florestas, rios, deltas e outros ecossistemas nas contas nacionais, colocando, assim, um pre\u00e7o na natureza. (Fonte: Globo Natureza)<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Metas sustent\u00e1veis n\u00e3o foram cumpridas, aponta relat\u00f3rio lan\u00e7ado no Rio. Brasil precisa ficar atento ao crescimento populacional e \u00e0 Amaz\u00f4nia. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[77,46,185],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/84069"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=84069"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/84069\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=84069"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=84069"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=84069"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}