{"id":85845,"date":"2012-07-30T00:00:20","date_gmt":"2012-07-30T03:00:20","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=85845"},"modified":"2012-07-29T20:36:32","modified_gmt":"2012-07-29T23:36:32","slug":"cientistas-estudam-semelhancas-geologicas-entre-africa-e-america-do-sul","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2012\/07\/30\/85845-cientistas-estudam-semelhancas-geologicas-entre-africa-e-america-do-sul.html","title":{"rendered":"Cientistas estudam semelhan\u00e7as geol\u00f3gicas entre \u00c1frica e Am\u00e9rica do Sul"},"content":{"rendered":"
Ap\u00f3s cinco anos de estudos, pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos, da Africa do Sul, Austr\u00e1lia, Alemanha, Fran\u00e7a, de Portugal, do Uruguai e da Argentina desvendaram as semelhan\u00e7as geol\u00f3gicas entre os continentes Africano e Sul-Americano. Eles pesquisaram a correla\u00e7\u00e3o dos terrenos que formam a parte Oeste da \u00c1frica com o Leste da Am\u00e9rica do Sul.<\/p>\n
Segundo o professor da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP) Miguel Basei, coordenador do estudo no Brasil, foi poss\u00edvel definir numerosos locais do Oeste da \u00c1frica que, ao redor de 500 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s, estavam unidos a seus cong\u00eaneres sul-americanos. \u201cS\u00e3o terrenos que eram cont\u00ednuos, mas foram separados quando da abertura do Oceano Atl\u00e2ntico. Essa identifica\u00e7\u00e3o foi um dos pontos centrais de nossa pesquisa\u201d, declarou Basei.<\/p>\n
Pelas simula\u00e7\u00f5es feitas, em computador, \u00e9 poss\u00edvel prever como a din\u00e2mica de movimento dos continentes desenhar\u00e1 o planeta no futuro. Segundo o pesquisador, em 50 milh\u00f5es ou 100 milh\u00f5es de anos, haver\u00e1 uma nova distribui\u00e7\u00e3o dos continentes com fus\u00f5es e fiss\u00f5es das massas continentais atuais. Esse processo, que est\u00e1 em curso, inclui, o aumento da dist\u00e2ncia entre Brasil e \u00c1frica, com o Oceano Atl\u00e2ntico se abrindo cada vez mais\u201d, ressaltou.<\/p>\n
Essa abertura dos continentes teve in\u00edcio h\u00e1 130 milh\u00f5es de anos e segue gerando reflexos em toda por\u00e7\u00e3o Leste da Am\u00e9rica do Sul. Um exemplo \u00e9 a cria\u00e7\u00e3o das bacias onde foram descobertos, recentemente, os po\u00e7os de petr\u00f3leo do pr\u00e9-sal. Basei explica que esses fen\u00f4menos, por\u00e9m, ocorreram em \u00e9poca mais recente do que a abordada pelos projeto. Apesar de n\u00e3o contemplar o per\u00edodo de estudo do projeto, o cientista lembra que a dissipa\u00e7\u00e3o de energia gerada por esses processos recentes utilizam-se das fei\u00e7\u00f5es mais antigas. \u201c\u00c9 importante conhecer a estrutura\u00e7\u00e3o anterior para sabermos como no futuro elas poder\u00e3o vir a influenciar este processo\u201d, disse.<\/p>\n
Portanto, a previs\u00e3o de terremotos e vulc\u00f5es, embora n\u00e3o tenha sido alvo da pesquisa, tem rela\u00e7\u00e3o com o estudo evolutivo feito sobre os terrenos. Na Cordilheira dos Andes, explica Basei, houve um ‘mergulho’ das placas oce\u00e2nicas por baixo do continente Sul-Americano. \u201cEsse processo gera vulcanismo e os terremotos, mas isso \u00e9 porque l\u00e1 o processo \u00e9 distinto geologicamente do que ocorre no lado que diz respeito ao Brasil\u201d.<\/p>\n
Al\u00e9m da compara\u00e7\u00e3o geol\u00f3gica entre os dois continentes, os pesquisadores estudaram a forma como a Am\u00e9rica do Sul evoluiu. Ela cresceu em sua extremidade Oeste por expans\u00e3o de terrenos. \u201cAntes da evolu\u00e7\u00e3o dos Andes, que \u00e9 uma cadeia de montanhas jovem, n\u00f3s tivemos in\u00fameros terrenos que n\u00e3o se formaram na Am\u00e9rica do Sul, mas que se juntaram a ela em torno de 450 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s\u201d, conta o pesquisador.<\/p>\n
O projeto permitiu a montagem de dois laborat\u00f3rios que contam com equipamento de \u00faltima gera\u00e7\u00e3o: o Shrimp, sigla em ingl\u00eas para microssonda i\u00f4nica de alta resolu\u00e7\u00e3o, e o Laicpms constitu\u00eddo por uma fonte de laser acoplada a um espectr\u00f4metro de massas. Ambos permitem a determina\u00e7\u00e3o da idade de minerais presentes nas rochas analisadas, forma usada pelos cientistas para caracterizar terrenos de \u00e9pocas t\u00e3o distantes. Segundo Basei, o mineral utilizado durante a pesquisa foi o zirc\u00e3o, que tem ur\u00e2nio em sua constitui\u00e7\u00e3o. Ele conta que, com o tempo, o zirc\u00e3o se desintegra para o chumbo por for\u00e7a da radioatividade. A medi\u00e7\u00e3o da quantidade desses elementos permite, assim, aos cientistas descobrirem a idade da rocha.<\/p>\n
Participaram do estudo 17 pesquisadores brasileiros (11 do Instituto de Geoci\u00eancias da Universidade de S\u00e3o Paulo, um da Universidade Estadual de Campinas, dois da Universidade Federal do Paran\u00e1, um da Universidade Federal de Pernambuco e um do Servi\u00e7o Geol\u00f3gico do Brasil) e 12 cientistas estrangeiros (um dos Estados Unidos, dois da Africa do Sul, um da Austr\u00e1lia, um da Alemanha, um da Fran\u00e7a, um de Portugal, dois do Uruguai, e tr\u00eas da Argentina). (Fonte: Fernanda Cruz\/ Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Segundo o professor da USP Miguel Basei, coordenador do estudo no Brasil, foi poss\u00edvel definir numerosos locais do Oeste da \u00c1frica que, ao redor de 500 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s, estavam unidos a seus cong\u00eaneres sul-americanos. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[75,144],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/85845"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=85845"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/85845\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=85845"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=85845"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=85845"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}