{"id":87694,"date":"2012-09-27T00:00:39","date_gmt":"2012-09-27T03:00:39","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=87694"},"modified":"2012-09-26T21:42:09","modified_gmt":"2012-09-27T00:42:09","slug":"civilizacao-maia-tinha-metodo-sustentavel-para-gerenciar-agua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2012\/09\/27\/87694-civilizacao-maia-tinha-metodo-sustentavel-para-gerenciar-agua.html","title":{"rendered":"Civiliza\u00e7\u00e3o maia tinha m\u00e9todo sustent\u00e1vel para gerenciar \u00e1gua"},"content":{"rendered":"

Os antigos maias constru\u00edram um sistema hidr\u00e1ulico sofisticado e sustent\u00e1vel que foi sendo aperfei\u00e7oado por mais de mil anos para servir a uma popula\u00e7\u00e3o crescente. O colapso posterior dessa civiliza\u00e7\u00e3o da Am\u00e9rica Central tende a ofuscar sucessos anteriores como esses.<\/p>\n

Os detalhes desse sistema de coleta e armazenamento de \u00e1gua foram revelados por uma escava\u00e7\u00e3o arqueol\u00f3gica nas ru\u00ednas da antiga cidade de Tikal, na Guatemala, por uma equipe internacional de pesquisadores coordenados por Vernon Scarborough, da Universidade de Cincinnati, em Ohio, e descritos em artigo recente na revista cient\u00edfica “PNAS”.<\/p>\n

As descobertas incluem a maior represa antiga da \u00e1rea maia; a constru\u00e7\u00e3o de uma barragem ensecadeira para fazer a dragagem do maior reservat\u00f3rio de \u00e1gua em Tikal, a presen\u00e7a de uma antiga nascente ligada ao in\u00edcio da coloniza\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o, em torno de 600 a.C., e o uso de filtragem por areia para limpar a \u00e1gua dos reservat\u00f3rios. O sistema tamb\u00e9m tinha uma esta\u00e7\u00e3o que desviava a \u00e1gua para os diferentes reservat\u00f3rios de acordo com a esta\u00e7\u00e3o e inclu\u00eda um segmento de canal cortado na pedra.<\/p>\n

Tamb\u00e9m h\u00e1 evid\u00eancias de reparos e amplia\u00e7\u00e3o do sistema, assim como plantio de vegeta\u00e7\u00e3o para impedir a eros\u00e3o do solo em torno dos reservat\u00f3rios.<\/p>\n

Com isso os maias, em torno do ano 700, podiam prover de \u00e1gua uma popula\u00e7\u00e3o estimada em 80.000 em Tikal. H\u00e1 estimativas de que haveria 5 milh\u00f5es de pessoas na regi\u00e3o das plan\u00edcies maias ao sul, uma popula\u00e7\u00e3o “uma ordem de grandeza da que \u00e9 suportada na regi\u00e3o hoje”, escreveram Scarborough e colegas.<\/p>\n

Durante uma sess\u00e3o de escava\u00e7\u00e3o, mesmo na esta\u00e7\u00e3o seca, a \u00e1gua ainda percolava em um dos locais de teste, e os trabalhadores locais preferiam tomar essa \u00e1gua em vez daquela dispon\u00edvel sua vila.<\/p>\n

A \u00e1rea foi abandonada no final do s\u00e9culo 9. Os motivos do colapso maia ainda s\u00e3o debatidos entre os pesquisadores.<\/p>\n

“\u00c9 um t\u00f3pico muito dif\u00edcil. Pode haver tantas explica\u00e7\u00f5es como existem arque\u00f3logos trabalhando no campo. Minha vis\u00e3o pessoal \u00e9 que o colapso envolveu diferentes fatores que convergiram de tal modo nessa sociedade altamente bem sucedida que agiram como uma ‘perfeita tempestade’. Nenhum fator isolado nessa cole\u00e7\u00e3o poderia t\u00ea-los derrubado t\u00e3o severamente”, disse Scarborough \u00e0 Folha.<\/p>\n

“\u00c9 importante lembrar que os mais n\u00e3o est\u00e3o mortos. A popula\u00e7\u00e3o agr\u00edcola que permitiu \u00e0 civiliza\u00e7\u00e3o florescer ainda \u00e9 muito vital na Am\u00e9rica Central”, diz ele; “o que entrou em colapso foi o seu n\u00edvel de complexidade social.<\/p>\n

Ele elenca entre as causas a mudan\u00e7a clim\u00e1tica seca; “como eles eram muito dependentes dos reservat\u00f3rios preenchidos pela chuva sazonal, v\u00e1rios anos de seca repetidos significariam desastre”, diz o pesquisador. E justamente por serem inteligentes e criado um sistema hidr\u00e1ulico sofisticado, a popula\u00e7\u00e3o pode ter crescido muito al\u00e9m da capacidade do ambiente, dadas as limita\u00e7\u00f5es tecnol\u00f3gicas da civiliza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, diz o arque\u00f3logo, \u00e9 prov\u00e1vel que a elite local n\u00e3o tomasse decis\u00f5es s\u00e1bias. “Aqui nos Estados Unidos parece que n\u00f3s temos as tr\u00eas for\u00e7as se repetindo – e se n\u00f3s no Ocidente tivermos um per\u00edodo de 1.500 anos de sobreviv\u00eancia e sucesso como os maias, eu ficarei espantando”, conclui Scarborough. (Fonte: Ricardo Bonalume Neto\/ Folha.com)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

As descobertas incluem a maior represa antiga da \u00e1rea maia; a constru\u00e7\u00e3o de uma barragem ensecadeira para fazer a dragagem do maior reservat\u00f3rio de \u00e1gua em Tikal, a presen\u00e7a de uma antiga nascente ligada ao in\u00edcio da coloniza\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o, em torno de 600 a.C., e o uso de filtragem por areia para limpar a \u00e1gua dos reservat\u00f3rios. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[22,80,64],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/87694"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=87694"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/87694\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=87694"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=87694"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=87694"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}