{"id":88175,"date":"2012-10-19T00:00:28","date_gmt":"2012-10-19T03:00:28","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=88175"},"modified":"2012-10-18T20:07:08","modified_gmt":"2012-10-18T23:07:08","slug":"registro-em-lago-japones-pode-ajudar-a-datar-extincao-de-neandertal","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2012\/10\/19\/88175-registro-em-lago-japones-pode-ajudar-a-datar-extincao-de-neandertal.html","title":{"rendered":"Registro em lago japon\u00eas pode ajudar a datar extin\u00e7\u00e3o de neandertal"},"content":{"rendered":"
Uma nova s\u00e9rie de medi\u00e7\u00f5es de radiocarbono do Lago Suigetsu, no Jap\u00e3o, dar\u00e1 aos cientistas uma refer\u00eancia mais precisa sobre a data\u00e7\u00e3o de materiais, especialmente para objetos mais antigos, informa a equipe de pesquisa, que inclui a Unidade de Acelerador de Radiocarbono da Universidade de Oxford. O trabalho pode ser usado para refinar as estimativas da idade de materiais org\u00e2nicos em milhares de anos. Com isso, os arque\u00f3logos devem ser capazes de identificar com mais precis\u00e3o a data de extin\u00e7\u00e3o dos neandertais ou da dissemina\u00e7\u00e3o dos humanos modernos na Europa, por exemplo.<\/p>\n
Um artigo publicado na edi\u00e7\u00e3o desta quinta-feira da Science, da Associa\u00e7\u00e3o Americana para o Avan\u00e7o da Ci\u00eancia (AAAS, na sigla em ingl\u00eas), explica que os cientistas extra\u00edram n\u00facleos de camadas de sedimento preservadas, contendo material org\u00e2nico – como folhas de \u00e1rvores e galhos f\u00f3sseis – do fundo do lago, onde eles permaneceram por milhares de anos. As descobertas fornecem uma maneira mais precisa para examinar as idades radiocarbono para materiais org\u00e2nicos entre 11 mil e 53 mil anos. Al\u00e9m dos exemplos j\u00e1 citados, o estudo tamb\u00e9m pode ajudar os cientistas a compreenderem a cadeia de eventos que levaram ao avan\u00e7o e recuo das placas de gelo durante o \u00faltimo per\u00edodo glacial.<\/p>\n
No Lago Suigetsu, uma camada de algas finas e de cor clara chamadas diatom\u00e1ceas cobre o ch\u00e3o a cada ano, seguida por uma camada de sedimentos escuros. O fundo do lago \u00e9 quieto e sem oxig\u00eanio, o que significa que essas camadas permaneceram intactas por anos. Uma s\u00e9rie de n\u00facleos perfurados atrav\u00e9s dessas camadas fornece um registro preservado dos \u00faltimos 52,8 mil anos.<\/p>\n
Al\u00e9m da Unidade de Acelerador de Radiocarbono de Oxford, que conta com o professor Christopher Ramsey, o aluno de doutorado Richard Staff e a qu\u00edmica Fiona Brock, trabalharam no estudo outros laborat\u00f3rios de radiocarbono na Esc\u00f3cia e na Holanda. A pesquisa \u00e9 parte de uma equipe internacional maior, liderada pelo professor Takeshi Nakagawa, da Universidade de Newcastle. “Em suma, esta \u00e9 uma realiza\u00e7\u00e3o de um sonho japon\u00eas de mais de 20 anos”, afirmou Nakagawa.<\/p>\n
O radiocarbono, ou C-14, \u00e9 um is\u00f3topo radioativo do carbono que ocorre naturalmente e que se decomp\u00f5e a uma taxa constante. Assim, os cientistas podem calcular a idade de um objeto com base em quanto radiocarbono ele cont\u00e9m em rela\u00e7\u00e3o ao primo est\u00e1vel do carbono, C-12. O radiocarbono \u00e9 produzido continuamente na atmosfera, sendo incorporado por todos os organismos vivos. No entanto, a complica\u00e7\u00e3o no c\u00e1lculo \u00e9 a quantidade inicial de radiocarbono no ambiente, absorvida pelos organismos enquanto eles crescem, que varia de ano para ano e entre diferentes partes do ciclo global do carbono.<\/p>\n
O radiocarbono nos f\u00f3sseis de folhas preservados nos sedimentos do Lago Suigetsu vem diretamente da atmosfera e, assim, n\u00e3o \u00e9 afetado pelo processo que pode mudar os n\u00edveis de radiocarbono em sedimentos marinhos, por exemplo. Os n\u00facleos no local fornecem, ent\u00e3o, dados mais precisos, que n\u00e3o precisam ser corrigidos – o que agiliza o processo de data\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Os n\u00facleos s\u00e3o \u00fanicos: eles mostram camadas de sedimentos para cada ano, o que permite que os cientistas uma forma de contagem anual. Essas contagens s\u00e3o comparadas com mais de 800 data\u00e7\u00f5es de radiocarbono dos f\u00f3sseis de folha preservados. O \u00fanico outro registro direto de carbono atmosf\u00e9rico vem dos an\u00e9is das \u00e1rvores, mas regride a apenas 12.593 anos atr\u00e1s. No Lago Suigetsu, se estende a mais de 52,8 mil anos, aumentando o registro direto em mais de 40 mil anos.<\/p>\n
“Na maioria dos casos, os n\u00edveis de radiocarbono deduzidos de registros marinhos e outros n\u00e3o t\u00eam dado muito errado. No entanto, ter um registro realmente terrestre d\u00e1 uma melhor resolu\u00e7\u00e3o e confian\u00e7a neste modo de data\u00e7\u00e3o”, disse Ramsey. “Tamb\u00e9m permite que n\u00f3s olhemos para as diferen\u00e7as entre a atmosfera e os oceanos e estudemos as implica\u00e7\u00f5es para nossa compreens\u00e3o do ambiente marinho como parte do ciclo global do carbono”, acrescenta.<\/p>\n
Para construir um registro de radiocarbono do lago japon\u00eas, Ramsey e seus colegas mediram os n\u00edveis em fragmentos de plantas espa\u00e7adas ao longo do n\u00facleo. A equipe tamb\u00e9m contou as camadas claras e escuras ao longo do per\u00edodo glacial para colocar as medi\u00e7\u00f5es em uma linha de tempo. Muitas das camadas eram muito finas para serem distinguidas a olho nu, ent\u00e3o os pesquisadores usaram um microsc\u00f3pio e um m\u00e9todo chamado de fluoresc\u00eancia de raios-X, que identifica altera\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas no n\u00facleo.<\/p>\n
Um registro da mudan\u00e7a ano ap\u00f3s ano dos n\u00edveis de radiocarbono na atmosfera, como os encontrados no n\u00facleo do sedimento, deve ser “ancorado” no tempo, atribuindo uma idade absoluta a uma parte dele. Os cientistas fizeram isso combinando os primeiros 12,2 mil anos de seus registros com dados de an\u00e9is de \u00e1rvores, um registro bem estabelecido que come\u00e7a no presente. A equipe tamb\u00e9m alinhou segmentos de seus dados com os de outros registros dos mesmos per\u00edodos de tempo e descobriu que, geralmente, eles se correspondiam.<\/p>\n
“Esse registro n\u00e3o vai resultar em grandes revis\u00f5es de datas, mas por exemplo, em arqueologia pr\u00e9-hist\u00f3rica, haver\u00e1 pequenas mudan\u00e7as na cronologia na ordem de centenas de anos”, disse Ramsey. “Essas mudan\u00e7as podem ser bastante significativas quando voc\u00ea est\u00e1 tentando examinar respostas humanas a mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, que s\u00e3o geralmente datadas por outros m\u00e9todos, como, por exemplo, atrav\u00e9s da contagem das camadas de gelo dos n\u00facleos de gelo da Groenl\u00e2ndia.”<\/p>\n
Geralmente, os pesquisadores usam um registro composto chamado IntCal para determinar as idades de objetos, baseados em suas medi\u00e7\u00f5es de radiocarbono. Esse registro usa dados de m\u00faltiplas fontes, incluindo registros marinhos, estalagmites e estalactites e an\u00e9is de \u00e1rvore. Espera-se que os dados do Suigetsu sejam incorporados ao IntCal. (Fonte: Portal Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
O trabalho pode ser usado para refinar as estimativas da idade de materiais org\u00e2nicos em milhares de anos. Com isso, os arque\u00f3logos devem ser capazes de identificar com mais precis\u00e3o a data de extin\u00e7\u00e3o dos neandertais ou da dissemina\u00e7\u00e3o dos humanos modernos na Europa, por exemplo. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[65],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/88175"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=88175"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/88175\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=88175"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=88175"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=88175"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}