{"id":89805,"date":"2012-12-15T00:01:10","date_gmt":"2012-12-15T02:01:10","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=89805"},"modified":"2012-12-14T17:47:46","modified_gmt":"2012-12-14T19:47:46","slug":"arvores-da-amazonia-podem-resistir-a-aquecimento-da-terra-diz-estudo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2012\/12\/15\/89805-arvores-da-amazonia-podem-resistir-a-aquecimento-da-terra-diz-estudo.html","title":{"rendered":"\u00c1rvores da Amaz\u00f4nia podem resistir a aquecimento da Terra, diz estudo"},"content":{"rendered":"

An\u00e1lise gen\u00e9tica feita em \u00e1rvores por pesquisadores dos Estados Unidos e do Reino Unido aponta que muitas esp\u00e9cies existentes na Amaz\u00f4nia continental conseguiriam sobreviver aos efeitos mudan\u00e7a clim\u00e1tica causada pela atividade humana, aponta estudo divulgado nesta quinta-feira (13) no peri\u00f3dico cient\u00edfico \u201cEcology and Evolution\u201d.<\/p>\n

Um sequenciamento gen\u00e9tico feito em esp\u00e9cies de \u00e1rvores encontradas no bioma conseguiu detectar muta\u00e7\u00f5es que datam de 8 milh\u00f5es de anos. Tais evolu\u00e7\u00f5es encontradas indicaram que as \u00e1rvores sobreviveram a per\u00edodos anteriores com alta temperatura global, comparados \u00e0queles que podem ser registrados futuramente no planeta devido \u00e0s emiss\u00f5es de gases-estufa \u2013 conforme previs\u00e3o do Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7a Clim\u00e1tica (IPCC, na sigla em ingl\u00eas).<\/p>\n

No entanto, inc\u00eandios florestais provocados e a superexplora\u00e7\u00e3o de recursos naturais amea\u00e7am o futuro do bioma, que cobre uma extens\u00e3o de 7,8 milh\u00f5es de km\u00b2 e abrange nove pa\u00edses da Am\u00e9rica do Sul (Bol\u00edvia, Brasil, Col\u00f4mbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela).<\/p>\n

De acordo com pesquisadores, durante o per\u00edodo Mioceno (entre 11,5 milh\u00f5es a 5,3 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s) as temperaturas que atingiram a regi\u00e3o amaz\u00f4nica se aproximavam \u00e0 proje\u00e7\u00e3o do IPCC para 2100, utilizando o pior cen\u00e1rio de fortes emiss\u00f5es de carbono.<\/p>\n

Relat\u00f3rio do grupo divulgado em 2007 aponta para uma alta de\u00a0 6,4 \u00baC se a popula\u00e7\u00e3o e a economia continuarem crescendo rapidamente e se for mantido o consumo intenso dos combust\u00edveis f\u00f3sseis (pior cen\u00e1rio).<\/p>\n

Isso poderia causar secas extremas no bioma e um fen\u00f4meno chamado de savaniza\u00e7\u00e3o, quando a floresta mudaria de perfil, com uma exist\u00eancia maior de plantas que conseguem sobreviver a altas temperaturas (sele\u00e7\u00e3o natural), assim como aquelas que j\u00e1 existem no cerrado brasileiro.<\/p>\n

Maior prote\u00e7\u00e3o contra a\u00e7\u00e3o humana<\/strong> – Os cientistas analisaram 12 esp\u00e9cies de \u00e1rvores existentes em regi\u00f5es do Panam\u00e1 e Equador. Al\u00e9m disso, foram usadas amostras encontradas no Brasil, Peru, Guiana Francesa e Bol\u00edvia.<\/p>\n

Christopher Dick, autor do estudo e professor da Universidade Michigan, nos EUA, afirma que a pesquisa fornece evid\u00eancias de que as \u00e1rvores da Amaz\u00f4nia que j\u00e1 enfrentaram temperaturas altas podem at\u00e9 tolerar, a curto prazo, mudan\u00e7as ambientais futuras
\nNo entanto, Simon Lewis, University College London e da Universidade Leeds, ambas brit\u00e2nicas, que tamb\u00e9m participou do estudo, adverte que a sobreviv\u00eancia dessas esp\u00e9cies \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas depender\u00e1 de uma maior prote\u00e7\u00e3o da floresta, que enfrenta forte influ\u00eancia humana \u2013 o que n\u00e3o acontecia h\u00e1 milh\u00f5es de anos. Por conta disto, pede uma maior pol\u00edtica de conserva\u00e7\u00e3o para combater o desmatamento voltado \u00e0 agricultura ou minera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u201cN\u00f3s tamb\u00e9m precisamos de a\u00e7\u00f5es mais agressivas para reduzir as emiss\u00f5es de gases de efeito estufa, com o intuito de minimizar o risco da seca e impactos das queimadas, al\u00e9m de garantir o futuro da maioria das esp\u00e9cies amaz\u00f4nicas\u201d, explica o pesquisador em comunicado.<\/p>\n

Desmate avan\u00e7a na Amaz\u00f4nia sul-americana em 10 anos<\/strong> – Entre 2000 e 2010, a Amaz\u00f4nia continental perdeu o total de 240 mil km\u00b2 devido ao desmatamento, o equivalente a uma Gr\u00e3-Bretanha, de acordo com dados reunidos pela Rede Amaz\u00f4nica de Informa\u00e7\u00e3o Socioambiental Georreferenciadas (RAISG), divulgados por 11 organiza\u00e7\u00f5es n\u00e3o governamentais.<\/p>\n

\u00c9 como se, em 11 anos, \u201csumisse do mapa\u201d \u00e1rea equivalente a quase seis vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro. Os n\u00fameros integram o documento \u201cAmaz\u00f4nia sob press\u00e3o\u201d, que re\u00fane informa\u00e7\u00f5es sobre a degrada\u00e7\u00e3o registrada ao longo da \u00faltima d\u00e9cada na regi\u00e3o englobada pelo bioma.<\/p>\n

No per\u00edodo, o Brasil foi o principal respons\u00e1vel pela degrada\u00e7\u00e3o da floresta (80,4%), seguido do Peru (6,2%) e Col\u00f4mbia (5%). A quantidade \u00e9 proporcional \u00e0 \u00e1rea de floresta englobada pelo pa\u00eds (uma participa\u00e7\u00e3o de 64,3% no territ\u00f3rio amaz\u00f4nico).<\/p>\n

Apesar do n\u00famero alto, nos \u00faltimos anos o Minist\u00e9rio de Meio Ambiente tem divulgado redu\u00e7\u00e3o na degrada\u00e7\u00e3o da Amaz\u00f4nia Legal (que abrange nove estados do pa\u00eds). No fim de novembro, o governo divulgou que o desmatamento teve o menor \u00edndice desde que foram iniciadas as medi\u00e7\u00f5es, em 1988.<\/p>\n

De acordo com dados do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amaz\u00f4nia Legal), entre agosto de 2011 e julho de 2012 houve a perda de 4.656 km\u00b2 de floresta, \u00e1rea equivalente a mais de tr\u00eas vezes o tamanho da cidade S\u00e3o Paulo. O \u00edndice \u00e9 27% menor que o total registrado no per\u00edodo entre agosto de 2010 e julho de 2011 (6.418 km\u00b2).<\/p>\n

Amea\u00e7as e press\u00f5es<\/strong> – Sobre a influ\u00eancia humana na floresta amaz\u00f4nica, o documento divulgado por ONGs afirma que todas as sub-bacias do bioma foram afetadas por algum tipo de amea\u00e7a ou press\u00e3o – constru\u00e7\u00e3o de estradas, explora\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo e g\u00e1s, constru\u00e7\u00e3o de hidrel\u00e9tricas, implanta\u00e7\u00e3o de garimpos para minera\u00e7\u00e3o, desmatamento e queimadas.<\/p>\n

Amaz\u00f4nia tem 15% de sua \u00e1rea com potencial petrol\u00edfero, diz estudo
\nEm rela\u00e7\u00e3o \u00e0 constru\u00e7\u00e3o de estradas, o documento diz que planos para conectar os oceanos Atl\u00e2ntico ao Pac\u00edfico aceleram a press\u00e3o sobre a Amaz\u00f4nia, e que o Peru e a Bol\u00edvia s\u00e3o os pa\u00edses que det\u00eam o maior n\u00famero de rodovias constru\u00eddas no meio da floresta.<\/p>\n

O relat\u00f3rio aponta tamb\u00e9m que em toda a Amaz\u00f4nia existem 171 hidrel\u00e9tricas em opera\u00e7\u00e3o ou em desenvolvimento, al\u00e9m de 246 projetos em estudo. No caso da minera\u00e7\u00e3o, as zonas de interesse somam 1,6 milh\u00e3o de km\u00b2 (21% do territ\u00f3rio do bioma), em especial na Guiana. Sobre a explora\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo e g\u00e1s, atualmente existem 81 lotes sendo explorados, mas h\u00e1 outros 246 que despertam interesse da ind\u00fastria petrol\u00edfera.<\/p>\n

Referente \u00e0s queimadas, o relat\u00f3rio diz que o sudeste da Amaz\u00f4nia, entre o Brasil e a Bol\u00edvia, concentra a maior quantidade de focos de calor – a regi\u00e3o recebe o nome de “arco do desmatamento”. Esta faixa territorial vai de Rond\u00f4nia, passando por Mato Grosso, at\u00e9 o Par\u00e1. (Fonte: Globo Natureza)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Muta\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica de esp\u00e9cies possibilitou sobreviv\u00eancia ao calor.
\nNo entanto, atual influ\u00eancia humana sobre a floresta pode acelerar extin\u00e7\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,46],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/89805"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=89805"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/89805\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=89805"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=89805"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=89805"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}