{"id":91944,"date":"2013-02-28T00:00:21","date_gmt":"2013-02-28T03:00:21","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=91944"},"modified":"2013-02-27T20:22:48","modified_gmt":"2013-02-27T23:22:48","slug":"ue-aprova-cronograma-para-fim-do-descarte-de-pesca-acidental","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/02\/28\/91944-ue-aprova-cronograma-para-fim-do-descarte-de-pesca-acidental.html","title":{"rendered":"UE aprova cronograma para fim do descarte de pesca acidental"},"content":{"rendered":"

At\u00e9 2019, pr\u00e1tica dever\u00e1 ser totalmente proibida nas \u00e1guas territoriais e barcos da Uni\u00e3o Europeia, definiram os ministros da Pesca dos pa\u00edses-membros. Atualmente, 40% dos peixes capturados s\u00e3o devolvidos mortos ao mar.<\/p>\n

Com uma abrangente reforma, a Uni\u00e3o Europeia (UE) procura mudar o rumo de sua pol\u00edtica de pesca e proibir a pr\u00e1tica do descarte de peixes capturados indesejadamente, j\u00e1 que na maioria das vezes tais peixes est\u00e3o feridos ou mortos ao chegar de volta \u00e0 \u00e1gua.<\/p>\n

De acordo com o negociador-chefe da proposta em Bruxelas, o ministro irland\u00eas da Pesca, Simon Coveney, o acordo conseguido na madrugada desta quarta-feira (27) ir\u00e1 “mudar a forma como se pesca na Europa.”<\/p>\n

Mas existem exce\u00e7\u00f5es, e parte do pescado ainda poder\u00e1 ser descartado. Ulrike Rodust, deputada social-democrata no Parlamento Europeu, critica que a proibi\u00e7\u00e3o tem lacunas, porque o consenso entre os ministros prev\u00ea uma redu\u00e7\u00e3o de 7% ao longo de v\u00e1rios anos, de 2014 a 2019. Al\u00e9m disso, a nova legisla\u00e7\u00e3o ser\u00e1 introduzida de forma gradual nas diferentes \u00e1guas territoriais europeias.<\/p>\n

Parte da ind\u00fastria pesqueira alem\u00e3 saudou o resultado. Gra\u00e7as \u00e0 proibi\u00e7\u00e3o do descarte, futuramente, ser\u00e1 poss\u00edvel precisar as reais cotas de pesca, disse em Hamburgo o diretor do Centro de Informa\u00e7\u00e3o sobre o Peixe (FIZ, na sigla em alem\u00e3o), Martin Keller.<\/p>\n

Tamb\u00e9m faz parte da reforma a defini\u00e7\u00e3o de cotas sustent\u00e1veis de pesca, ou seja, futuramente s\u00f3 poder\u00e1 ser pescada a mesma quantidade de peixes que v\u00e3o crescer futuramente. Os ministros j\u00e1 haviam concordado sobre essa decis\u00e3o no ano passado.<\/p>\n

Os pa\u00edses-membros da UE ter\u00e3o agora de negociar o acordo com o Parlamento Europeu. At\u00e9 fins de junho, a Irlanda pretende que a proposta seja aprovada.<\/p>\n

Em m\u00e9dia, em todo o mundo, os pescadores capturam acidentalmente uma enorme quantidade de peixes. Num grande barco de camar\u00e3o, por exemplo, os pescadores jogam fora todos os animais marinhos que n\u00e3o sejam camar\u00f5es. A organiza\u00e7\u00e3o ambiental WWF estima que 40% de todos os peixes capturados voltam \u00e0 \u00e1gua. Esses animais n\u00e3o sobrevivem \u2013 eles morrem devido \u00e0 r\u00e1pida mudan\u00e7a de press\u00e3o ao serem puxados pelas redes.<\/p>\n

A planejada proibi\u00e7\u00e3o do descarte na Uni\u00e3o Europeia dever\u00e1, agora, garantir a preserva\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies. A proibi\u00e7\u00e3o dever\u00e1 valer tanto para grandes traineiras quanto para pequenas empresas familiares. Em vez de jogar o peixe no mar, eles dever\u00e3o ser levados para terra, para ser vendidos como alimento ou ser transformados em farinha de peixe.<\/p>\n

A proibi\u00e7\u00e3o dever\u00e1 valer em \u00e1guas territoriais da UE, como tamb\u00e9m para todos os navios dos pa\u00edses-membros do bloco que pescarem em outras \u00e1guas, por exemplo, na costa da \u00c1frica ou da Groenl\u00e2ndia. Como a UE disp\u00f5e da quinta maior frota pesqueira do mundo, chega-se assim muito mais pr\u00f3ximo da meta de se acabar com a sobrepesca.<\/p>\n

Pesca excessiva na \u00c1frica<\/strong> – Para a Uni\u00e3o Africana, a sobrepesca tamb\u00e9m \u00e9 um tema importante. Em muitas regi\u00f5es costeiras africanas, o peixe \u00e9 a principal fonte de alimentos. Somente popula\u00e7\u00f5es intactas de peixes podem garantir a seguran\u00e7a alimentar na regi\u00e3o. Por esse motivo, o programa Parcerias para as Pescas Africanas promove a pesca sustent\u00e1vel em todo o continente.<\/p>\n

Nesse contexto, a captura acidental assume um papel cada vez mais importante, mesmo que a quantidade pescada pelos africanos seja bem menor que a dos europeus. O n\u00famero de grandes barcos industriais na \u00c1frica \u00e9 menor que na Europa. A maioria dos pescadores aproveita quase todos os peixes que v\u00eam a bordo \u2013 seja pelo consumo pr\u00f3prio ou pela venda.<\/p>\n

“O grande problema na \u00c1frica \u00e9 a pesca ilegal”, afirmou Alex Benkenstein, pesquisador marinho no Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais. “Muitos pescadores sem licen\u00e7a capturam peixes cujas popula\u00e7\u00f5es est\u00e3o amea\u00e7adas. Al\u00e9m disso, muitos dos pescadores licenciados capturam mais peixes do que devem, contribuindo assim para a pesca excessiva.”<\/p>\n

Menos captura acidental \u2013 grandes problemas<\/strong> – A eurodeputada Ulrike Rodust redigiu a proposta de proibi\u00e7\u00e3o do descarte. Ela afirmou entender que sua proposta pode trazer dificuldades para os pequenos pescadores de camar\u00f5es do Mar Mediterr\u00e2neo. Ela explicou, no entanto, que “agora n\u00e3o \u00e9 o momento de dificultar ainda mais a vida dos pescadores”, disse, “mas fazer com que, um dia, as popula\u00e7\u00f5es de peixes se regenerem.” Segundo Rodust, um estudo constatou que 37 mil novos postos de trabalhos ser\u00e3o criados at\u00e9 o ano 2032, caso as novas regras sejam seguidas.<\/p>\n

Quando os pescadores voltam aos portos ap\u00f3s uma jornada de 12 horas de trabalho, eles se perguntam como as novas regras ir\u00e3o influenciar seu cotidiano. Os Estados-membros da UE aprovaram a nova pol\u00edtica de pesca, mas ter\u00e3o agora que negociar com o Parlamento Europeu, que ter\u00e1 ainda de aprovar a proposta. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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