{"id":92887,"date":"2013-03-30T00:00:52","date_gmt":"2013-03-30T03:00:52","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=92887"},"modified":"2013-03-29T19:40:37","modified_gmt":"2013-03-29T22:40:37","slug":"apicultores-dos-eua-acusam-aumento-de-doenca-que-mata-abelhas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/03\/30\/92887-apicultores-dos-eua-acusam-aumento-de-doenca-que-mata-abelhas.html","title":{"rendered":"Apicultores dos EUA acusam aumento de doen\u00e7a que mata abelhas"},"content":{"rendered":"

Uma doen\u00e7a misteriosa, que h\u00e1 anos tem afetado a apicultura, conhecida como “dist\u00farbio de colapso de col\u00f4nias”, parece ter se expandido drasticamente nos EUA, segundo reportagem do jornal “The New York Times”.<\/p>\n

Produtores ouvidos pelo di\u00e1rio afirmam que entre 40% e 50% das colmeias colapsaram no \u00faltimo ano. Al\u00e9m da produ\u00e7\u00e3o de mel, as abelhas s\u00e3o fundamentais para a poliniza\u00e7\u00e3o de in\u00fameras culturas agr\u00edcolas.<\/p>\n

“Elas pareciam t\u00e3o saud\u00e1veis na \u00faltima primavera”, disse Bill Dahle, propriet\u00e1rio de uma apicultura em Montana. “T\u00ednhamos tanto orgulho delas. Ent\u00e3o, l\u00e1 pelo come\u00e7o de setembro, elas come\u00e7aram a cair de cara no ch\u00e3o, a morrer que nem loucas. Estamos neste ramo h\u00e1 30 anos e nunca vivemos uma perda como essa antes”.<\/p>\n

A causa desse dist\u00farbio ainda n\u00e3o foi determinada com precis\u00e3o, mas desconfia-se que esteja associado com uma classe de pesticidas introduzidos recentemente no mercado, os neonicotinoides. Eles s\u00e3o pesticidas “sist\u00eamicos”, muitas vezes impregnados nas sementes de modo que os insetos que comem as plantas tratadas s\u00e3o envenenados.<\/p>\n

Ao contr\u00e1rio de outros pesticidas, que se deterioram mais rapidamente, esses produtos ficam longos per\u00edodos no ambiente. Uma possibilidade temida pelos produtores \u00e9 de que as abelhas levem p\u00f3len com neonicotinoides para suas colmeias. Por isso, estariam se alimentando com doses muito altas de pesticidas que, em por\u00e7\u00e3o menor, n\u00e3o lhes causariam dano, segundo “The New York Times”.<\/p>\n

Ambientalistas<\/strong> – Um grupo americano de ambientalistas afirmou esta semana que milhares de pesticidas circulam no mercado dos EUA apesar de n\u00e3o terem sido aprovados em rigorosos testes de seguran\u00e7a, colocando em risco a sa\u00fade de pessoas, animais e insetos polinizadores, como as abelhas.<\/p>\n

O Conselho de Defesa de Recursos Naturais culpou uma lacuna regulat\u00f3ria no Congresso que data de 1978 e permitiu \u00e0 Ag\u00eancia de Prote\u00e7\u00e3o Ambiental (EPA, na sigla em ingl\u00eas) aprovar mais de 10 mil pesticidas com a realiza\u00e7\u00e3o de testes m\u00ednimos.<\/p>\n

Este “registro condicional” foi estabelecido para casos espec\u00edficos, como o aparecimento de doen\u00e7as ou crises de sa\u00fade p\u00fablica, mas na pr\u00e1tica foi aplicado em 65% dos 16.000 pesticidas do mercado. “Um dos problemas que tamb\u00e9m descobrimos foi que o banco de dados da EPA est\u00e1 ca\u00f3tico”, afirmou Mae Wu, advogada do Conselho Nacional de Prote\u00e7\u00e3o Ambiental, que participou da investiga\u00e7\u00e3o nos \u00faltimos dois anos.<\/p>\n

“N\u00e3o estavam seguindo em absoluto os procedimentos corretos de registro”, acrescentou, em declara\u00e7\u00f5es \u00e0 imprensa, ao observar que o p\u00fablico nunca esteve envolvido no processo de sele\u00e7\u00e3o e que os pesticidas tempor\u00e1rios ficavam relegados a “buracos negros”.<\/p>\n

A ag\u00eancia ambiental respondeu em um comunicado que est\u00e1 “trabalhando intensamente para proteger as abelhas e outros polinizadores dos pesticidas perigosos atrav\u00e9s de uma regulamenta\u00e7\u00e3o, do trabalho de volunt\u00e1rios e de programas de pesquisa”.<\/p>\n

A EPA tamb\u00e9m est\u00e1 “acelerando o calend\u00e1rio para revisar os pesticidas neonicotinoides devido \u00e0s incertezas em torno destes e ao desconhecimento de seus potenciais efeitos nas abelhas”, disse.<\/p>\n

‘Plano de a\u00e7\u00e3o’<\/strong> – Na Europa, os neonicotinoides tamb\u00e9m enfrentam pol\u00eamica. Tamb\u00e9m esta semana, os grupos qu\u00edmicos Bayer, da Alemanha, e Syngenta, da Su\u00ed\u00e7a, apresentaram um “plano de a\u00e7\u00e3o” para as abelhas, como alternativa \u00e0 proibi\u00e7\u00e3o dos neocotinoides que fabricam e que a Comiss\u00e3o Europeia quer proibir.<\/p>\n

O plano da Bayer e da Syngenta, que se baseia em melhorar as condi\u00e7\u00f5es de vida das abelhas, prop\u00f5e “tirar a UE (Uni\u00e3o Europeia) da estagna\u00e7\u00e3o no que diz respeito \u00e0 sa\u00fade das abelhas”, indicou o grupo alem\u00e3o em um comunicado.<\/p>\n

A Comiss\u00e3o Europeia (CE) quer proibir durante dois anos a utiliza\u00e7\u00e3o de v\u00e1rios pesticidas mortais para as abelhas para quatro tipos de cultivos: milho, canola, girassol e algod\u00e3o.<\/p>\n

Ela se baseia em um relat\u00f3rio negativo da Autoridade Europeia para a Seguran\u00e7a dos Alimentos.<\/p>\n

A proposta das duas empresas foi rejeitada em meados de mar\u00e7o pela maioria dos Estados membros da UE, mas a CE anunciou uma nova vota\u00e7\u00e3o na primavera (hemisf\u00e9rio norte), com o objetivo de que entre em vigor no dia 1\u00ba de julho.<\/p>\n

Os tr\u00eas neonicotinoides envolvidos est\u00e3o presentes nos pesticidas produzidos pela Bayer e pela Syngenta. De acordo com John Atkin, diretor de opera\u00e7\u00f5es da Syngenta, citado no comunicado, a proibi\u00e7\u00e3o dos neonicotinoides “n\u00e3o salvaria uma \u00fanica abelha”.<\/p>\n

Estudo<\/strong> – Estudo publicado nesta quarta-feira (27) na revista “Nature Communications” sugere que os neonicotinoides podem embaralhar os circuitos cerebrais das abelhas, afetando sua mem\u00f3ria e capacidade de navega\u00e7\u00e3o, necess\u00e1rias para encontrar comida.<\/p>\n

A equipe de cientistas estudou os c\u00e9rebros de abelhas produtoras de mel no laborat\u00f3rio, expondo-as a pesticidas neonicotinoides usados em lavouras, e a organofosfatos, o grupo de inseticidas mais usado no mundo – neste caso, o coumafos -, utilizado para controlar infesta\u00e7\u00f5es de \u00e1caros em colmeias.<\/p>\n

De acordo com a pesquisa, quando expostos a concentra\u00e7\u00f5es similares dos dois pesticidas encontradas no meio ambiente, os circuitos de aprendizagem nos c\u00e9rebros das abelhas logo param de funcionar.<\/p>\n

“As duas classes de pesticidas juntas demonstraram ter um efeito negativo maior no c\u00e9rebro das abelhas e que podem inibir o aprendizado das abelhas produtoras de mel”, explica Christopher Connolly, do Instituto de Pesquisa M\u00e9dica da Universidade de Dundee, no Reino Unido.<\/p>\n

“As [abelhas] polinizadoras t\u00eam comportamentos sofisticados enquanto se alimentam, que exigem que aprendam e se lembrem de tratos florais associados \u00e0 comida’, acrescentou Geraldine Wright, do Centro de Comportamento e Evolu\u00e7\u00e3o da Universidade de Newcastle.<\/p>\n

“A interrup\u00e7\u00e3o desta importante fun\u00e7\u00e3o tem implica\u00e7\u00f5es profundas na sobreviv\u00eancia de col\u00f4nias de abelhas produtoras de mel porque as abelhas que n\u00e3o conseguem aprender n\u00e3o conseguir\u00e3o encontrar comida”, emendou. (Fonte: Globo Natureza)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

‘New York Times’ ouviu produtores que perderam at\u00e9 metade das colmeias. Dist\u00farbio misterioso pode estar associado a tipo de pesticida. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[66,53],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/92887"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=92887"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/92887\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=92887"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=92887"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=92887"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}