{"id":93670,"date":"2013-04-24T00:00:23","date_gmt":"2013-04-24T03:00:23","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=93670"},"modified":"2013-04-23T21:08:57","modified_gmt":"2013-04-24T00:08:57","slug":"seca-e-queima-do-carvao-ampliam-desertificacao-da-mauritania","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/04\/24\/93670-seca-e-queima-do-carvao-ampliam-desertificacao-da-mauritania.html","title":{"rendered":"Seca e queima do carv\u00e3o ampliam desertifica\u00e7\u00e3o da Maurit\u00e2nia"},"content":{"rendered":"
A Maurit\u00e2nia, um dos pa\u00edses mais \u00e1ridos da \u00c1frica, sofre um irrefre\u00e1vel processo de desertifica\u00e7\u00e3o causado n\u00e3o s\u00f3 pelas secas c\u00edclicas, mas pelo alto consumo de carv\u00e3o de lenha que dizima, aos poucos, as florestas do pa\u00eds.<\/p>\n
O vice-ministro de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent\u00e1vel, Mohammed Yeslem Ould Lemine, divulgou recentemente um relat\u00f3rio alarmante que aponta seu pa\u00eds como um dos mais afetados pela desertifica\u00e7\u00e3o no Sahel, regi\u00e3o que j\u00e1 est\u00e1 naturalmente propensa ao implac\u00e1vel avan\u00e7o das areias.<\/p>\n
De acordo com os dados, a Maurit\u00e2nia consome tr\u00eas vezes mais madeira do que \u00e9 capaz de gerar. O Minist\u00e9rio do Meio Ambiente ressaltou que esse estudo – o mais detalhado apresentado at\u00e9 o momento – mostrou que entre 2005 e 2010 o pa\u00eds perdeu, anualmente, 5.000 hectares de floresta nativa e 10 mil de zonas reflorestadas.<\/p>\n
Ainda n\u00fameros do Minist\u00e9rio, 70% das fam\u00edlias na Maurit\u00e2nia utilizam madeira ou carv\u00e3o vegetal em vez de g\u00e1s butano para cozinhar – e se aquecer no inverno. Isso representa um grande risco para o pa\u00eds pouco arborizado: dos 103 milh\u00f5es de hectares do territ\u00f3rio, apenas tr\u00eas milh\u00f5es s\u00e3o ocupados por \u00e1rvores, que est\u00e3o localizados no Sul do pa\u00eds.<\/p>\n
Al\u00e9m disso, \u00e9 preciso acrescentar a atividade dos fornos tradicionais e das casas p\u00fablicas de banho (hamams), que tamb\u00e9m costumam usar a madeira como combust\u00edvel.<\/p>\n
Situada no extremo Sudoeste do Saara, a Maurit\u00e2nia sofreu, em meados da d\u00e9cada de 1960, com uma s\u00e9rie de secas que durou anos e que praticamente acabou com a vegeta\u00e7\u00e3o do pa\u00eds. Desde ent\u00e3o, os vendavais de areia se tornaram cr\u00f4nicos.<\/p>\n
O fen\u00f4meno prejudicou a agricultura de sequeiro, que depende da \u00e1gua da chuva, e limitou a atividade \u00e0 estreita faixa f\u00e9rtil pr\u00f3xima ao rio Senegal, que delimita a fronteira sul do pa\u00eds.<\/p>\n
Em paralelo, os povos n\u00f4mades, que viviam de acordo com o ritmo das chuvas e dos lagos, que se formavam fugazmente no deserto, foram desaparecendo para dar lugar \u00e0 sedentariza\u00e7\u00e3o e \u00e0 urbaniza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Mas as reclama\u00e7\u00f5es por causa do avan\u00e7o da areia t\u00eam a ver com a invas\u00e3o das estradas e das vias que ligam as cidades e s\u00e3o o polo de toda atividade econ\u00f4mica.<\/p>\n
Para o presidente de uma ONG ambientalista, Miaga Abdusalam, o avan\u00e7o da areia n\u00e3o surpreende se os danos causados \u00e0 flora no pa\u00eds forem levados em conta: come\u00e7ando pelo pastoreio (que consome a pouca vegeta\u00e7\u00e3o que cresce com as raras chuvas) e terminando com os inc\u00eandios, que arrasam 30 mil hectares por ano.<\/p>\n
A perda de massa florestal e de vegeta\u00e7\u00e3o em geral, e o conseguinte avan\u00e7o da areia, constituem tamb\u00e9m uma amea\u00e7a concreta para as cidades, principalmente as do interior, que n\u00e3o conseguem impedir que as dunas as invadam por meio do plantio de palmeiras ou pela constru\u00e7\u00e3o de muros que se mostram insuficientes.<\/p>\n
Pelo menos 20 projetos de reflorestamento, conhecidos como “cintur\u00f5es verdes”, foram criados, sobretudo em torno de Nouakchott e da chamada “estrada da esperan\u00e7a” (1.100 quil\u00f4metros) que atravessa o pa\u00eds de Norte a Sul, pr\u00f3xima \u00e0 costa atl\u00e2ntica.<\/p>\n
No total, 68 mil hectares foram semeados com os mais diversos m\u00e9todos, que inclu\u00edram a utiliza\u00e7\u00e3o de avi\u00f5es para lan\u00e7ar sementes \u00e0s v\u00e9speras da esta\u00e7\u00e3o de chuvas.<\/p>\n
Em paralelo, 48 mil hectares de “florestas classificadas” est\u00e3o protegidos por lei e seu uso \u00e9 altamente regulado e vigiado, como se fosse uma esp\u00e9cie de tesouro nacional.<\/p>\n
Mesmo assim, o resto das \u00e1reas arborizadas do pa\u00eds – apesar da exist\u00eancia de uma regulamenta\u00e7\u00e3o te\u00f3rica de explora\u00e7\u00e3o – s\u00e3o vistas por uma grande parte da popula\u00e7\u00e3o como um grande estoque de madeira. (Fonte: UOL) <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"