{"id":94006,"date":"2013-05-06T00:00:52","date_gmt":"2013-05-06T03:00:52","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=94006"},"modified":"2013-05-05T19:25:30","modified_gmt":"2013-05-05T22:25:30","slug":"popularizacao-do-carro-eletrico-no-brasil-esbarra-em-ipi-de-25","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/05\/06\/94006-popularizacao-do-carro-eletrico-no-brasil-esbarra-em-ipi-de-25.html","title":{"rendered":"Populariza\u00e7\u00e3o do carro el\u00e9trico no Brasil esbarra em IPI de 25%"},"content":{"rendered":"

Pesada carga tribut\u00e1ria \u00e9 apontada por especialistas como um dos motivos para a aus\u00eancia desses ve\u00edculos no mercado brasileiro. A frota de carros el\u00e9tricos no pa\u00eds n\u00e3o passa de 200 unidades.<\/p>\n

Comuns no mercado internacional, os carros el\u00e9tricos come\u00e7am aos poucos a transitar no Brasil, mas ainda est\u00e3o longe de se tornarem populares. A Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Ve\u00edculos El\u00e9tricos (ABVE) estima que a frota desses ve\u00edculos no pa\u00eds n\u00e3o passe de 200 autom\u00f3veis. Apesar dos benef\u00edcios com a redu\u00e7\u00e3o da depend\u00eancia energ\u00e9tica de combust\u00edveis f\u00f3sseis e o consequente ganho ambiental, a tecnologia enfrenta dificuldades para se popularizar no pa\u00eds. Um dos motivos para isso, segundo especialistas, \u00e9 a elevada carga de impostos sobre o pre\u00e7o final.<\/p>\n

Mesmo com os entraves, o panorama sobre os carros el\u00e9tricos no Brasil \u00e9 positivo para quem estuda o assunto. O avan\u00e7o da tecnologia de baterias e a onda do consumo sustent\u00e1vel s\u00e3o algumas das raz\u00f5es que explicariam o fen\u00f4meno. “A dissemina\u00e7\u00e3o de carros el\u00e9tricos no pa\u00eds ainda \u00e9 incipiente, mas extremamente promissora”, relata o diretor-presidente da ABVE, Pietro Erber.<\/p>\n

Quando a entidade foi fundada, em 2006, carros el\u00e9tricos ainda n\u00e3o passavam de uma curiosidade no Brasil. “O conhecimento do grande p\u00fablico sobre o tema limitava-se aos carrinhos de golfe, usados para patrulhamento da orla mar\u00edtima pela pol\u00edcia, especialmente no Rio de Janeiro”, conta Erber.<\/p>\n

A associa\u00e7\u00e3o foi criada pelo Instituto Nacional de Efici\u00eancia Energ\u00e9tica, que j\u00e1 vinha organizando semin\u00e1rios sobre o tema. Naquela \u00e9poca, a efici\u00eancia no uso da energia oferecida pelo ve\u00edculo el\u00e9trico j\u00e1 era reconhecida.<\/p>\n

Um dos principais benef\u00edcios obtidos com a tecnologia \u00e9 o controle de emiss\u00f5es de gases causadores do efeito estufa, como o CO2. Embora seja menos poluente, o carro el\u00e9trico ainda precisa superar alguns obst\u00e1culos para se tornar popular. “O problema dos ve\u00edculos el\u00e9tricos, tanto a bateria como h\u00edbridos (que funcionam a gasolina e a eletricidade), \u00e9 o pre\u00e7o. Eles ainda custam mais caro”, avalia Erber.<\/p>\n

No Brasil, um autom\u00f3vel el\u00e9trico custa em torno de R$ 120 mil a R$ 130 mil. Como s\u00e3o importados, os impostos pesam no valor final. Mesmo assim, os entusiastas dos ve\u00edculos el\u00e9tricos acreditam que haver\u00e1 uma redu\u00e7\u00e3o de custo e, por consequ\u00eancia, uma maior ades\u00e3o a esses ve\u00edculos.<\/p>\n

“A primeira coisa a ser feita \u00e9 reduzir os impostos. Eu n\u00e3o vejo que no Brasil o governo d\u00ea grandes incentivos”, opina o presidente da ABVE.<\/p>\n

De acordo com a entidade, o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que incide sobre carros el\u00e9tricos \u00e9 de 25%. “\u00c9 o imposto que incide sobre carros de luxo e de grande pot\u00eancia. Em carros convencionais, [o IPI] fica na faixa de 12%”, compara.<\/p>\n

Solu\u00e7\u00e3o ecologicamente correta<\/strong> – Para o Minist\u00e9rio do Meio Ambiente (MMA), os ve\u00edculos el\u00e9tricos e h\u00edbridos s\u00e3o uma solu\u00e7\u00e3o vi\u00e1vel n\u00e3o apenas para a melhoria do transporte, mas para a qualidade de vida da popula\u00e7\u00e3o dos grandes centros urbanos. Diante das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e do esgotamento das reservas de petr\u00f3leo, o uso dos autom\u00f3veis com motor el\u00e9trico para o transporte de pessoas e cargas \u00e9 visto como uma alternativa sustent\u00e1vel. O MMA tamb\u00e9m reconhece que h\u00e1 um mercado a ser explorado pelo segmento de carros el\u00e9tricos no pa\u00eds.<\/p>\n

Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UNERJ), o Grupo de Estudos em Ve\u00edculos El\u00e9tricos (Gruve) foi criado para pesquisar o assunto. De acordo com a entidade, ve\u00edculos convencionais s\u00e3o respons\u00e1veis por cerca de 80% das emiss\u00f5es de subst\u00e2ncias poluentes, atrav\u00e9s da queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis. Segundo o Gruve, em m\u00e9dia 30% de toda energia consumida no pa\u00eds \u00e9 direcionada para o setor de transporte.<\/p>\n

Pol\u00edtica p\u00fablica mais agressiva<\/strong> – Em sete estados brasileiros, propriet\u00e1rios de ve\u00edculos movidos a motor el\u00e9trico s\u00e3o isentos de Imposto Sobre a Propriedade de Ve\u00edculos Automotores (IPVA), segundo a Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Ve\u00edculos El\u00e9tricos (ABVE). Cear\u00e1, Maranh\u00e3o, Pernambuco, Piau\u00ed, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe fazem parte da lista. No entanto, a ABVE defende a extens\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o para outros estados. Al\u00e9m disso, a entidade tamb\u00e9m v\u00ea a necessidade de uma pol\u00edtica p\u00fablica mais agressiva que garanta incentivos n\u00e3o s\u00f3 para carros el\u00e9tricos.<\/p>\n

“Temos procurado mostrar que o ve\u00edculo el\u00e9trico n\u00e3o \u00e9 apenas o autom\u00f3vel el\u00e9trico. Ve\u00edculos pesados como \u00f4nibus ou caminh\u00f5es para entregas urbanas tamb\u00e9m podem ser el\u00e9tricos”, defende o presidente da ABVE.<\/p>\n

De acordo com a entidade, ainda n\u00e3o s\u00e3o produzidos carros el\u00e9tricos no Brasil. Apenas \u00f4nibus el\u00e9tricos h\u00edbridos. “O que \u00e9 feito no Brasil s\u00e3o adapta\u00e7\u00f5es, como na Itaipu Binacional. A Fiat fornece um modelo \u2013 inicialmente o Fiat Palio \u2013 e a Itaipu coloca o motor el\u00e9trico, a bateria e o sistema de controle”. Segundo Erber, esses carros est\u00e3o sendo vendidos exclusivamente para empresas de energia el\u00e9trica, para verificar o impacto de um carro a bateria na rede el\u00e9trica.<\/p>\n

Mudan\u00e7a no conceito de autom\u00f3vel<\/strong> – O carro el\u00e9trico prop\u00f5e a cria\u00e7\u00e3o de um novo conceito de autom\u00f3vel. Dispensa a necessidade de um posto para abastecimento, exige apenas uma tomada de 110V ou 220V. Como n\u00e3o h\u00e1 como prever se o motorista estar\u00e1 em casa quando a bateria terminar, uma das preocupa\u00e7\u00f5es dos incentivadores desta tecnologia \u00e9 criar uma rede de postos para a recarga. Em setembro do ano passado, o primeiro eletroposto de recarga r\u00e1pida para carros el\u00e9tricos foi inaugurado no Brasil. A unidade est\u00e1 localizada no Instituto de Eletrot\u00e9cnica e Energia da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP).<\/p>\n

Primeiros carros el\u00e9tricos surgiram no s\u00e9culo 19<\/strong> – Embora sejam considerados um grande avan\u00e7o tecnol\u00f3gico, os carros el\u00e9tricos n\u00e3o s\u00e3o novidade. Os primeiros ve\u00edculos el\u00e9tricos surgiram j\u00e1 no s\u00e9culo 19. De acordo com o professor Luiz Artur Pecorelli Peres, do Grupo de Estudos de Ve\u00edculos El\u00e9tricos (Gruve) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UNERJ), em 1918, a cidade do Rio de Janeiro inaugurou a linha de \u00f4nibus el\u00e9tricos entre a Pra\u00e7a Mau\u00e1 e o ent\u00e3o existente Pal\u00e1cio Monroe. Segundo ele, jornais da \u00e9poca referiam-se \u00e0 tecnologia como \u201cconfort\u00e1veis \u00f4nibus de tra\u00e7\u00e3o el\u00e9trica movidos a bateria, com rodas de borracha maci\u00e7a, sem barulho, sem vibra\u00e7\u00e3o, fuma\u00e7a e os inconvenientes da gasolina\u201d.<\/p>\n

Apesar de esta tecnologia n\u00e3o ser recente, os ve\u00edculos el\u00e9tricos perderam espa\u00e7o para os autom\u00f3veis convencionais a partir dos anos 1930. Na \u00e9poca, a tecnologia e a distribui\u00e7\u00e3o da energia el\u00e9trica ainda n\u00e3o acompanhavam o desenvolvimento do setor. O conceito s\u00f3 n\u00e3o desapareceu gra\u00e7as aos carrinhos de golfe e ve\u00edculos de servi\u00e7o, como empilhadeiras. O lan\u00e7amento do h\u00edbrido Prius, da Toyota, em 1997, marcou uma nova fase dos autom\u00f3veis h\u00edbridos e el\u00e9tricos. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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