{"id":94045,"date":"2013-05-07T00:00:33","date_gmt":"2013-05-07T03:00:33","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=94045"},"modified":"2013-05-06T21:07:18","modified_gmt":"2013-05-07T00:07:18","slug":"experiencia-na-amazonia-vira-modelo-mundial-para-pesquisas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/05\/07\/94045-experiencia-na-amazonia-vira-modelo-mundial-para-pesquisas.html","title":{"rendered":"Experi\u00eancia na Amaz\u00f4nia vira modelo mundial para pesquisas"},"content":{"rendered":"

Um projeto cient\u00edfico iniciado h\u00e1 35 anos em plena Floresta Amaz\u00f4nica gera frutos ao redor do planeta. Um experimento milion\u00e1rio desenvolvido por uma equipe internacional na ilha de Born\u00e9u, na \u00c1sia, \u00e9 a mais recente pesquisa que replica e expande o Projeto Din\u00e2mica Biol\u00f3gica de Fragmentos Florestais (PDBFF), resultado de uma coopera\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz\u00f4nia (Inpa) e do Smithsonian Institution, dos Estados Unidos.<\/p>\n

A hist\u00f3ria do experimento na Amaz\u00f4nia concebido pelo ec\u00f3logo americano Thomas Lovejoy e dos projetos \u201cherdeiros\u201d est\u00e1 detalhada em uma reportagem de quatro p\u00e1ginas na edi\u00e7\u00e3o de 18 de abril da revista Nature, assinada pelo jornalista Jeff Tollefson.<\/p>\n

\u201cTrata-se de um panorama admir\u00e1vel do trabalho com os fragmentos florestais e de seus v\u00e1rios benef\u00edcios, como por exemplo o treinamento de estudantes de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o e a inspira\u00e7\u00e3o para outros projetos de pesquisa sobre fragmenta\u00e7\u00e3o\u201d, disse Lovejoy \u00e0 Ag\u00eancia FAPESP.<\/p>\n

Professor da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, Lovejoy recebeu em 2012 o Blue Planet Prize de 2012, considerado o \u201cNobel do Meio Ambiente\u201d. Ele foi o respons\u00e1vel pela introdu\u00e7\u00e3o do termo \u201cdiversidade biol\u00f3gica\u201d na comunidade cient\u00edfica.<\/p>\n

De acordo com o Inpa, o PDBFF, que continua em andamento, tem uma dupla miss\u00e3o: \u201cdeterminar as consequ\u00eancias ecol\u00f3gicas do desmatamento e da fragmenta\u00e7\u00e3o de florestas sobre a fauna e a flora na Amaz\u00f4nia e transferir a informa\u00e7\u00e3o gerada a diferentes setores da sociedade para favorecer a conserva\u00e7\u00e3o e o uso racional dos recursos florestais\u201d.<\/p>\n

A reportagem na Nature detalha como Lovejoy montou o experimento em uma \u00e1rea de aproximadamente mil quil\u00f4metros quadrados ao norte de Manaus, com a colabora\u00e7\u00e3o de pecuaristas da regi\u00e3o. Dentro desse per\u00edmetro, ele e sua equipe e um grupo de pesquisadores brasileiros delimitaram 11 trechos de floresta de 1, 10 e 100 hectares. O WWF tamb\u00e9m apoiou a pesquisa, que hoje recebe verba da National Science Foundation, dos Estados Unidos.<\/p>\n

Ap\u00f3s a an\u00e1lise da fauna e da flora dos locais demarcados, entraram em cena as serras el\u00e9tricas e o fogo. Tudo o que estava de fora dos quadrados foi abaixo. Dentro deles, a floresta permaneceu intacta. Com isso, os cientistas puderam estudar no curto e no longo prazo o que acontece com os animais e as plantas quando as florestas s\u00e3o isoladas.<\/p>\n

\u201cOs efeitos se espalharam como um c\u00e2ncer para dentro da \u00e1rea n\u00e3o cortada\u201d, l\u00ea-se no artigo. \u201cGrandes \u00e1rvores morreram. Os macacos-aranha foram embora, assim como as col\u00f4nias de formigas-de-correi\u00e7\u00e3o e muitos dos p\u00e1ssaros que delas dependem.\u201d<\/p>\n

\u201cAo documentar mudan\u00e7as generalizadas nos fragmentos de floresta, Lovejoy e seus colegas forneceram os primeiros dados brutos que os conservacionistas precisavam para promover a preserva\u00e7\u00e3o de \u00e1reas extensas de floresta intacta\u201d, continua a reportagem. Na d\u00e9cada de 1970, os ecologistas debatiam se era melhor proteger grandes \u00e1reas cont\u00ednuas ou hotspots de biodiversidade menores.<\/p>\n

Em 1996, o pesquisador americano Bill Laurance, ent\u00e3o cientista no Smithsonian, foi convocado por Lovejoy para trabalhar com os dados produzidos pelo experimento. No ano seguinte, Laurence e sua equipe relataram perda de at\u00e9 36% da biomassa nos primeiros 100 metros dos fragmentos de floresta intacta em um per\u00edodo de isolamento de 10 a 17 anos. Os c\u00e1lculos sugeriam que a perda de biomassa ao redor dos limites das florestas decorrente da fragmenta\u00e7\u00e3o poderia produzir at\u00e9 150 milh\u00f5es de toneladas de emiss\u00f5es de carbono anualmente.<\/p>\n

A experi\u00eancia, segundo a revista, tamb\u00e9m apontou para uma poss\u00edvel solu\u00e7\u00e3o: a cria\u00e7\u00e3o de corredores selvagens a partir florestas secund\u00e1rias, crescidas nas regi\u00f5es em que os pastos foram abandonados, permitindo a circula\u00e7\u00e3o dos animais.<\/p>\n

As pesquisas n\u00e3o pararam e continuam at\u00e9 hoje. Quantas esp\u00e9cies nas ilhas de floresta intacta est\u00e3o fadadas \u00e0 extin\u00e7\u00e3o? As varia\u00e7\u00f5es r\u00e1pidas nas popula\u00e7\u00f5es de insetos e outros animais provocam mudan\u00e7as no longo prazo na dispers\u00e3o de sementes e na diversidade da fauna? Qual papel o aquecimento global ter\u00e1? \u2013 s\u00e3o algumas perguntas que, segundo a reportagem, permanecem sem resposta. (Fonte: Ag\u00eancia Fapesp)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Nature destaca o projeto concebido por Thomas Lovejoy e desenvolvido em coopera\u00e7\u00e3o entre Inpa e Smithsonian, que estuda as influ\u00eancias do desmatamento sobre a fauna e a flora da Floresta Amaz\u00f4nica. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,75],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/94045"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=94045"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/94045\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=94045"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=94045"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=94045"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}