Um grupo em S\u00e3o Paulo est\u00e1 se organizando para espalhar jardins verticais em paredes vazias de pr\u00e9dios da cidade. O Movimento 90\u00ba re\u00fane arquitetos, paisagistas, engenheiros e volunt\u00e1rios.<\/p>\n
Juntos, eles criaram um sistema em que m\u00f3dulos leves s\u00e3o instalados em fachadas para receber as plantas que formam o jardim.<\/p>\n
Guil Blanche, diretor-executivo do movimento, come\u00e7ou a estudar a t\u00e9cnica em 2009 e observou que ela poderia ser aplicada em S\u00e3o Paulo.<\/p>\n
“A percep\u00e7\u00e3o de espa\u00e7os vazios, que tecnicamente s\u00e3o chamados de ‘empenas cegas’, essas paredes nos pr\u00e9dios que n\u00e3o t\u00eam janelas, sempre que eu olhava para aquilo, pensava: ‘A\u00ed cabe um jardim vertical”’, disse.<\/p>\n
“E essas paredes catalizam os problemas da cidade, refletem o barulho, esquentam. O jardim vertical poderia habitar esses lugares”, acrescentou Blanche.<\/p>\n
Automatizado<\/strong> – A instala\u00e7\u00e3o \u00e9 feita por especialistas em andaimes. As plantas s\u00e3o colocadas em m\u00f3dulos imperme\u00e1veis, feitos de materiais reciclados \u2013 como tubos de pasta de dente e embalagens de leite \u2013, forrados com camadas de um tecido grosso parecido com feltro e presos \u00e0 parede. A irriga\u00e7\u00e3o \u00e9 autom\u00e1tica.<\/p>\n “Se o jardim vertical \u00e9 bem feito, se as plantas s\u00e3o escolhidas por um profissional capacitado, temos uma perda de plantas muito pequena”, afirma Jo\u00e3o Pedro Chilli David, membro do conselho executivo do Movimento 90\u00ba.<\/p>\n “A manuten\u00e7\u00e3o, no decorrer do tempo, \u00e9 a irriga\u00e7\u00e3o \u2013 \u00e0 pilha ou el\u00e9trica, dependendo da estrutura do pr\u00e9dio \u2013 e a fertiliza\u00e7\u00e3o pode ser manual. Mas preferimos que seja automatizado, embutido no sistema de irriga\u00e7\u00e3o e a\u00ed, de tr\u00eas em tr\u00eas meses ou de seis em seis, voc\u00ea abastece o sistema”, acrescentou David.<\/p>\n Um pr\u00e9dio residencial em fase de finaliza\u00e7\u00e3o na Vila Madalena, Zona Oeste da capital paulista, j\u00e1 tem um desses jardins.<\/p>\n Miguel Vendrasco, da incorporadora Aphins, respons\u00e1vel pela constru\u00e7\u00e3o do edif\u00edcio, diz que o jardim incrementa a est\u00e9tica da constru\u00e7\u00e3o e diminui a temperatura e o barulho.<\/p>\n “N\u00e3o existe hoje em S\u00e3o Paulo uma alternativa mais barata em termos de custo-benef\u00edcio e de tempo como o jardim vertical”, afirmou.<\/p>\n Para o empreendedor, a iniciativa pode levar outras pessoas a aderir \u00e0 ideia em pr\u00e9dios. O grupo j\u00e1 instalou alguns jardins em fachadas de uma escola e de lojas adjacentes na Rua Augusta, regi\u00e3o central de S\u00e3o Paulo. E o objetivo agora \u00e9 levar mais jardins verticais \u00e0s paredes de grandes obras do Centro.<\/p>\n “O movimento tem a inten\u00e7\u00e3o de transformar a cidade, ocupando essas paredes de pr\u00e9dios sem janelas”, disse Blanche.<\/p>\n Telhado<\/strong> – O plano de usar espa\u00e7os desocupados de pr\u00e9dios paulistanos para criar novas \u00e1reas verdes j\u00e1 vem sendo testado de outras maneiras em pr\u00e9dios de S\u00e3o Paulo.<\/p>\n No telhado do Shopping Eldorado, tamb\u00e9m na Zona Oeste, h\u00e1 um ano a administra\u00e7\u00e3o criou uma horta usando o composto que resulta da reciclagem dos restos da pra\u00e7a de alimenta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Com o uso de um produto criado pelo laborat\u00f3rio mineiro BioIdeias, o processo de transforma\u00e7\u00e3o das sobras de alimentos em adubo foi acelerado.<\/p>\n Na horta, j\u00e1 houve colheita de alfaces, berinjelas, pimentas e ervas. Atualmente, a planta\u00e7\u00e3o ocupa uma \u00e1rea de mil metros quadrados, mas o objetivo \u00e9 expandi-la para todos os 9,8 mil metros quadrados do telhado do shopping. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"