{"id":94800,"date":"2013-05-30T00:00:34","date_gmt":"2013-05-30T03:00:34","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=94800"},"modified":"2013-05-29T20:40:15","modified_gmt":"2013-05-29T23:40:15","slug":"parana-recolhe-12-mil-toneladas-de-agrotoxicos-proibidos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/05\/30\/94800-parana-recolhe-12-mil-toneladas-de-agrotoxicos-proibidos.html","title":{"rendered":"Paran\u00e1 recolhe 1,2 mil toneladas de agrot\u00f3xicos proibidos"},"content":{"rendered":"
Mais de 1,2 mil toneladas de agrot\u00f3xicos proibidos no pa\u00eds desde a d\u00e9cada de 1980 foram recolhidos no Paran\u00e1. A principal subst\u00e2ncia devolvida pelos agricultores do estado foi o BHC ou hexaclorobenzeno. Os defensivos fazem parte da lista dos 21 Poluentes Org\u00e2nicos Persistentes, conhecidos como POPs na lista da Conven\u00e7\u00e3o de Estocolmo. Pelo tratado ratificado por diversos pa\u00edses em 2004, diversas subst\u00e2ncias devem ser extintas por causar grandes males \u00e0 sa\u00fade humana e ao meio ambiente.<\/p>\n
No Paran\u00e1, pelo menos 2 mil agricultores aderiram ao programa criado pelo governo, por fabricantes de agrot\u00f3xicos e por representa\u00e7\u00f5es do setor produtivo, como o Instituto Paranaense de Assist\u00eancia T\u00e9cnica e Extens\u00e3o Rural (Emater), a Organiza\u00e7\u00e3o das Cooperativas do Estado do Paran\u00e1 (Ocepar) e a Federa\u00e7\u00e3o da Agricultura do Estado do Paran\u00e1 (Sistema Faep).<\/p>\n
O uso intenso desses defensivos no estado ocorreu at\u00e9 o fim dos anos 1970, quando o Paran\u00e1 era apontado como um dos principais produtores de caf\u00e9 do pa\u00eds e os defensivos eram usados para evitar pragas resistentes nessas planta\u00e7\u00f5es. Com a geada que afetou as lavouras em 1975, queimando milh\u00f5es de p\u00e9s de caf\u00e9, os produtos excedentes ficaram guardados nos im\u00f3veis.<\/p>\n
\u201cO estado tinha um problema com produtos obsoletos. Esses defensivos foram banidos em 1985, mas ainda tinham registros no estado e estavam escondidos nas propriedades. Se o agricultor declarasse a posse, teria que se responsabilizar pela disposi\u00e7\u00e3o final do produto, que \u00e9 cara e pouco conhecida. Sem solu\u00e7\u00e3o, ele deixava aquilo na propriedade\u201d, contou Jo\u00e3o Rando, diretor-presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), que representa a ind\u00fastria fabricante do produto e o sistema de log\u00edstica reversa de embalagens do produto, conhecido como Sistema Campo Limpo.<\/p>\n
A tentativa de recolher os defensivos come\u00e7ou em 2009, quando os agricultores que tinham essas subst\u00e2ncias estocadas come\u00e7aram a declarar a posse do material com a garantia de isen\u00e7\u00e3o de qualquer penalidade, j\u00e1 que as subst\u00e2ncias n\u00e3o poderiam ter sido guardadas. Mais de 2 mil agricultores e institui\u00e7\u00f5es declararam a exist\u00eancia de mais de 600 toneladas do produto inicialmente.<\/p>\n
\u201cA partir da\u00ed, estabelecemos a log\u00edstica para que o agricultor pudesse devolver o produto, com as cooperativas, a Federa\u00e7\u00e3o de Trabalhadores e as secretarias de governo [Meio Ambiente e Agricultura]. Criamos armaz\u00e9ns tempor\u00e1rios para recolher tudo que, depois, foram desmontados. Todo o produto foi incinerado em condi\u00e7\u00f5es adequadas\u201d, disse Rando, lembrando que o programa durou nove anos, desde os primeiros debates sobre a situa\u00e7\u00e3o no Paran\u00e1, iniciados em 2004.<\/p>\n
A quantidade de defensivos entregue no ano passado superou as expectativas iniciais do grupo e a nova estimativa passou a ser a retirada de mais de 1,2 mil toneladas do campo, que foi conclu\u00edda neste m\u00eas. O projeto tirou do meio ambiente esse volume de produto que colocava em risco a quest\u00e3o ambiental e a sa\u00fade\u201d, completou.<\/p>\n
Especialistas explicam que os medicamentos e os agrot\u00f3xicos como o BHC est\u00e3o entre os mais persistentes no ambiente, podendo ser absorvidos por animais em toda a cadeia alimentar e alcan\u00e7ar os seres humanos, provocando doen\u00e7as nervosas, imunol\u00f3gicas, reprodutivas e c\u00e2ncer.<\/p>\n
Segundo Rando, o estado de S\u00e3o Paulo est\u00e1 desenvolvendo um programa nos mesmos moldes do projeto paranaense. Mesmo ocupando uma \u00e1rea maior, o uso de defensivos pelos agricultores paulistas n\u00e3o deve superar a marca do Paran\u00e1.<\/p>\n
\u201cEsse trabalho passa a servir como modelo. O projeto de S\u00e3o Paulo j\u00e1 tem quase dois anos e, como os POPs, n\u00e3o s\u00e3o um problema exclusivo do Brasil, esse programa pode ajudar at\u00e9 outros pa\u00edses que t\u00eam que eliminar essas subst\u00e2ncias\u201d, concluiu. (Fonte: Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"