{"id":96520,"date":"2013-07-25T00:00:43","date_gmt":"2013-07-25T03:00:43","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=96520"},"modified":"2013-07-24T21:02:18","modified_gmt":"2013-07-25T00:02:18","slug":"estudo-consegue-ligar-capacidade-de-animal-de-regenerar-cabeca-decapitada","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/07\/25\/96520-estudo-consegue-ligar-capacidade-de-animal-de-regenerar-cabeca-decapitada.html","title":{"rendered":"Estudo consegue “ligar” capacidade de animal de regenerar cabe\u00e7a decapitada"},"content":{"rendered":"
Por que um humano n\u00e3o consegue regenerar um membro, enquanto outros animais t\u00eam a capacidade de crescer novamente partes do corpo amputadas? Para responder a esta pergunta, tr\u00eas estudos diferentes analisaram o animal que talvez seja o maior s\u00edmbolo da capacidade de regenera\u00e7\u00e3o: a plan\u00e1ria, um verme que pode at\u00e9 ser decapitado, que produzir\u00e1 uma nova cabe\u00e7a. As pesquisas foram divulgadas nesta quarta-feira na revista especializada Nature.<\/p>\n
“As cabe\u00e7as regeneradas s\u00e3o totalmente funcionais no controle do resto do animal e nossos D. lacteums (uma esp\u00e9cie de plan\u00e1ria) ‘resgatados’ s\u00e3o capazes de comer, por exemplo”, diz ao Terra James Sikes, autor de um dos estudos, ent\u00e3o na Universidade de Illinois e atualmente na Universidade de S\u00e3o Francisco, ambas nos Estados Unidos.<\/p>\n
As pesquisas ocorreram de forma similar: os cientistas estudaram dois tipos de plan\u00e1rias – uma esp\u00e9cie conhecida pela capacidade de regenera\u00e7\u00e3o – “n\u00f3s podemos cortar o verme em 200 partes, que 200 novos vermes v\u00e3o se regenerar de cada peda\u00e7o”, diz Jochen Rink, do Instituto Max Planck, na Alemanha. A outra esp\u00e9cie estudada \u00e9 conhecida pelo contr\u00e1rio – por n\u00e3o conseguir fazer uma nova cabe\u00e7a. <\/p>\n
\u200bNos tr\u00eas estudos, os cientistas descobriram que a diferen\u00e7a entre a capacidade de regenera\u00e7\u00e3o era basicamente causada pela “comunica\u00e7\u00e3o qu\u00edmica” entre as c\u00e9lulas. Os cientistas testaram, ent\u00e3o, mudar um gene que comanda um desses sistemas de comunica\u00e7\u00e3o na segunda esp\u00e9cie de plan\u00e1ria e descobriram que a habilidade dela de regenerar sua cabe\u00e7a foi “ligada”. Mesmo quando eles cortavam um peda\u00e7o pr\u00f3ximo \u00e0 cauda, uma nova plan\u00e1ria crescia.<\/p>\n
“N\u00f3s descobrimos que ao restaurar um \u00fanico trajeto sinalizante WNT (a comunica\u00e7\u00e3o qu\u00edmica entre as c\u00e9lulas) a n\u00edveis normais, a regenera\u00e7\u00e3o da cabe\u00e7a pode ser restaurada nesta esp\u00e9cie de plan\u00e1ria. Os dois artigos adicionais na Nature mostraram o mesmo efeito em outras duas esp\u00e9cies com regenera\u00e7\u00e3o limitada”, diz Sikes.<\/p>\n
Os cientistas afirmam, contudo, que n\u00e3o \u00e9 simplesmente esse sistema de comunica\u00e7\u00e3o que diferencia a capacidade das plan\u00e1rias para a de outros animais. “De import\u00e2ncia central para as habilidades regenerativas das plan\u00e1rias s\u00e3o as chamadas c\u00e9lulas-tronco pluripotentes, o que significa que essas c\u00e9lulas podem se diferenciar em cada e todo tipo de c\u00e9lula do animal. Sua grande abund\u00e2ncia e distribui\u00e7\u00e3o praticamente uniforme ao longo do corpo da plan\u00e1ria garantem que praticamente cada pe\u00e7a que pode ser cortada ir\u00e1 conter c\u00e9lulas-tronco (pluripotentes) e ent\u00e3o o material bruto vai repor tecidos ausentes. (…) Por \u00faltimo, a anatomia das plan\u00e1rias n\u00e3o concentra as fun\u00e7\u00f5es vitais em um \u00fanico local. Por exemplo, elas n\u00e3o t\u00eam um cora\u00e7\u00e3o e seus rins se estendem atrav\u00e9s do corpo plano de forma tal que at\u00e9 um pequeno peda\u00e7o de tecido pode sobreviver tempo suficiente para regenera\u00e7\u00e3o”, diz Rink.\u200b<\/p>\n
Entender a fun\u00e7\u00e3o desse sistema de comunica\u00e7\u00e3o na regenera\u00e7\u00e3o, por outro lado, pode ter ecos no futuro da medicina. “Isso sugere a exist\u00eancia de fatores antiregenerativos em vertebrados, inclusive humanos, e talvez possa prover uma nova estrat\u00e9gia para elucidar o potencial regenerativo em vertebrados, que t\u00eam defici\u00eancia regenerativa, ao silenciar fatores que interferem na regenera\u00e7\u00e3o de \u00f3rg\u00e3os e tecidos, e assim beneficiar a medicina humana”, diz o autor do terceiro estudo, Yoshihiko Umesono, do Centro Riken de Desenvolvimento Biol\u00f3gico e da Universidade de Kyoto, ambos no Jap\u00e3o.<\/p>\n
“Estes vermes perderam a habilidade de regenerar partes dos seus corpos h\u00e1 milh\u00f5es de anos, mesmo assim, ao manipular apenas um gene, n\u00f3s conseguimos resgatar a habilidade de crescer novamente sua cabe\u00e7a. Isto sugere que at\u00e9 p\u00f3s este longo per\u00edodo, o programa de ‘como fazer uma cabe\u00e7a’ ainda estava no seu tecido. Uma vez que o sinal correto \u00e9 dado, esses tecidos conseguem iniciar uma resposta regenerativa completa e aparentemente normal. Apesar de que a restaura\u00e7\u00e3o da habilidade de regenera\u00e7\u00e3o em humanos n\u00e3o deve vir com a manipula\u00e7\u00e3o de um \u00fanico gene, nosso trabalho sugere que a receita para a regenera\u00e7\u00e3o ainda est\u00e1 em n\u00f3s. Se descobrirmos como desbloquear esse potencial, a medicina regenerativa humana ter\u00e1 um potencial ainda maior”, diz Sikes. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"